[Em termos de lambanças o governo do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) parece inesgotável. Vejam a história abaixo, publicada hoje na Folha de S. Paulo.]
A Caixa Econômica Federal corre o risco de ter de assumir o comando da
Rede Energia, hoje sob intervenção da Aneel e com uma dívida de quase R$
10 bilhões.
O "presente de grego" é decorrente de uma cláusula do contrato assinado pela Caixa quando investiu na empresa.
Dona de oito distribuidoras, a Rede Energia cobre 34% do país e atende
10% da população em seis Estados. Está sob intervenção da Agência
Nacional de Energia Elétrica desde agosto deste ano.
A Caixa é sócia da Rede desde agosto de 2010, quando investiu R$ 600
milhões via FI-FGTS -fundo de investimento formado com recursos do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço- para adquirir 25% do grupo. O
empresário Jorge Queiroz Moraes Junior controla 59% das ações, direta e
indiretamente. O BNDES tem 16%.
[O problema é que, quando a Caixa financiou o grupo Rede há dois anos, ele já tinha problemas financeiros evidentes. A Folha apurou que a permanência Jorge Queiroz no comando tornou-se
insustentável quando o endividamento do grupo chegou a 6,3 vezes a geração de caixa. Que critérios a Caixa adota para investir o dinheiro do contribuinte?! Os doutos técnicos dessa instituição não sabem fazer análise de risco?!]
Justiça
Há cerca de 20 dias, Queiroz entrou com um pedido de recuperação das
empresas que controlam a Rede, para reduzir o endividamento e viabilizar
a venda da empresa, que está sendo negociada com a CPFL e a Equatorial.
A Justiça de São Paulo ainda avalia o pedido de recuperação, a que a Folha
teve acesso, mas ele entra em conflito com a medida provisória que
permitiu a ação da Aneel. O texto veta a recuperação judicial às
concessionárias de energia sob intervenção.
Por causa do pedido de recuperação, a Caixa está acionando uma cláusula
do contrato assinado com Queiroz que permite ao FI-FGTS sair da empresa
em caso de risco de perda do investimento [olha aí, o dinheiro
do trabalhador (FGTS) sendo aplicado em investimentos podre! Depois da casa arrombada é que se pensa em protegê-la]. O problema é que, de acordo com o mesmo contrato, Queiroz tem 40 dias
para pagar à vista o investimento feito pelo FI-FGTS, com as devidas
correções: R$ 712 milhões, até o dia 2 de janeiro.
Mas ele já disse não ter recursos para isso. Dois de seus bens, uma
fazenda e uma propriedade no litoral paulista, são impenhoráveis,
segundo ele. Os outros são bens e ações de empresas, a maior parte sob
intervenção.
Se o pagamento não for feito, o contrato ordena que a Caixa assuma as
ações do empresário na Rede. Nesse caso, ela teria de sanear a empresa
para vendê-la pelo valor de mercado -- hoje, ela está sendo negociada por
R$ 1 para a CPFL e a Equatorial. A melhor opção para a Caixa é que a venda para a CPFL e a Equatorial se
concretize antes do final deste ano -- pode acontecer nesta semana. Nesse caso, a Caixa e o BNDES continuariam como sócios, caso seus direitos fossem preservados pelos novos controladores.
[O caso do grupo Rede não é, infelizmente, o único exemplo de aplicação podre ou tecnicamente falha da Caixa Econômica Federal. Até janeiro deste ano a Caixa tinha mais de R$ 1,4 bi aplicado no Banco PanAmericano. O Grupo Silvio Santos acertou a venda desse banco ao BTG Pactual, do banqueiro André
Esteves, em 31 de janeiro de 2011 por R$ 450 milhões. Naquela data o
rombo decorrente de fraudes contábeis no PanAmericano era estimado em R$ 4,3 bilhões. A Caixa Econômica Federal, que havia comprado 36% da instituição em
dezembro de 2009 por R$ 739,3 milhões, afirmou que desconhecia a fraude contábil antes de fechar a compra de participação no banco PanAmericano. Pelo visto, a Caixa é administrada por um bando de amadores ignorantes e irresponsáveis, que administram bilhões dos contribuintes e do governo como se estivessem fazendo uma fezinha no jogo do bicho. É esse o jeito petista de lidar com a coisa pública.]
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