O Ministério de Minas e Energia publicou no Diário Oficial da União
desta segunda-feira reconhecimento para que a usina termelétrica AES
Uruguaiana, no Rio de Grande do Sul, volte a operar utilizando combustível transportado por gasodutos da Argentina. A usina, paralisada desde 2009 diante da suspensão do fornecimento de
gás natural pela argentina YPF, recebeu renovação da licença de operação
do Ibama no início de outubro.
Segundo a portaria assinada pelo ministro Edison Lobão, o ministério
"reconhece a necessidade de geração de energia elétrica, de forma
excepcional e temporária, na Central Geradora Termelétrica UTE
Uruguaiana", no Rio Grande do Sul. A geração de eletricidade pela usina "será realizada por meio de
suprimento de combustível transportado na malha de gasodutos da
Argentina até a fronteira com o Brasil e a partir deste ponto até a UTE
Uruguaiana", acrescenta a portaria, sem informar quando a usina poderá
voltar a operar.
Procurada, a assessoria de imprensa da AES Uruguaiana informou que usina
está pronta para ser religada, com todas as manutenções realizadas. A
expectativa de retomada é janeiro. A AES Uruguaiana iniciou as atividades em 2000, na cidade de mesmo nome,
na fronteira do Brasil com a Argentina e o Uruguai. A usina tem
capacidade instalada de 630 megawatts (MW).
Representantes do ministério não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.
[O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo industrializado com 45,3% de sua produção proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar (estas duas últimas são ainda muito incipientes). As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75% da eletricidade do País. Vale lembrar que a matriz energética mundial é composta por 13% de fontes renováveis no caso de Países industrializados, caindo para 6% entre as nações em desenvolvimento.
Até o dia 19/12, a geração térmica acumulada em GWh atingiu 15,32% da correspondente geração hidráulica, segundo o ONS.
Nossa matriz energética continua sendo uma bêncão, por causa da predominância da geração hidráulica -- o problema é saber até quando conseguiremos mantê-la assim. Algum grau de "sujeira" térmica em nossa matriz é inevitável, como complementação da geração hidroelétrica em períodos de baixa hidrologia, como agora e recentemente -- a questão é manter essa "sujeira" dentro de um limite razoável e defensável. Em plena Rio+20, a Petrobras anunciou um plano de negócios que aumenta investimentos em energia suja. Com muito menos sol que o Brasil, a Alemanha nos dá um banho em uso de energia solar, e produz sozinha 55% da energia solar do planeta.
Outra ameaça séria à limpeza de nossa matriz energética é a pressão crescente, burra e insensível que os ambientalistas de carteirinha (e também os sem ela) fazem contra a construção de novas usinas hidroelétricas (UHEs). Qualquer meia dúzia de índios e/ou um peixe mais exótico são capazes de atrasar indefinidamente, ou mesmo cancelar, uma UHE de até alguns milhares de MW. Em sua esmagadora maioria, esses ambientalistas não abrem mão dos luxos da vida moderna que a energia elétrica proporciona -- só não querem que essa energia venha da água, nem apoquente seus índios (não me lembro de ter visto esse esse mesmo grupo protestar contra o abandono criminoso a que nossos índios "protegidos" são submetidos, dizimados por doenças e alcoolismo, e à mercê de fazendeiros e posseiros). Recitam logo o mantra da ampliação das energias renováveis -- solar, eólica e biocombustíveis -- sem saber do que falam e dos problemas (inclusive ambientais, em certos casos) que cercam o uso dessas fontes. E se fazem de desentendidos quando começam a pipocar usinas térmicas a gás natural (menos poluentes), nucleares (pergunte aos ambientalistas o que fazer com os resíduos dessas usinas) ou a carvão. Com essa turma, o Brasil ou se ferra eletricamente e os apagões -- que já saíram do controle da tchurma da afável Dona Dilma -- se multiplicarão, ou nosso meio ambiente ficará cada vez pior para proteger os indiozinhos e os peixinhos dos ambientalistas.]
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