sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Músculo artificial é 85 vezes mais forte que o humano

Um grupo internacional de pesquisadores, que inclui cinco brasileiros, desenvolveu um fio dezenas de vezes mais forte do que o músculo humano. Os resultados do trabalho com nanotubos de carbono embebidos em parafina, além de vídeos de demonstração do material, foram publicados pela revista Science.

Similar a um fio de lã, o material é formado por fibras compostas por feixes de nanotubos de carbono – estruturas cilíndricas ocas, como canudos, constituídas por átomos de carbono ocupando vértices de hexágonos, que são leves, condutoras e dezenas de vezes mais resistentes do que o aço.

O material durante contração foi capaz de desenvolver uma potência de 27,9 kW/kg, enquanto o máximo que o músculo humano consegue desenvolver é cerca de 85 vezes menos. Ao ser torcido, o fio forma uma estrutura helicoloidal (de uma hélice) e se contrai por completo a uma velocidade de apenas 25 milionésimos de segundo – o que lhe permite suportar objetos atados com peso cem mil vezes maior do que o dele.

 Desenvolvimento de fio de nanotubos de carbono revestidos com parafina foi feito por grupo internacional que contou com a participação de cinco pesquisadores brasileiros (reprodução).

Os pesquisadores observaram que a contração do fio também pode ser induzida por um estímulo térmico, produzido por uma corrente elétrica ou luminosa, em função de o material possuir capacidade de absorver radiação e aumentar sua própria temperatura em níveis mais altos do que os de outros. Além disso, também constataram que a contração do material poderia ser potencializada ao revesti-lo com parafina de cera, que tem a capacidade de se expandir muito rapidamente quando exposta a uma fonte de calor.

Por meio da combinação das propriedades dos dois materiais, quando o fio é aquecido por meio da exposição a uma lâmpada incandescente ou de uma corrente elétrica, a parafina da cera que o reveste se expande, obrigando o fio se contrair. Já quando se resfria, o material retorna ao estado inicial, provocando o relaxamento do fio, como ocorre com o músculo humano. “Por causa da expansão e contração da parafina, o fio pode realizar ciclicamente esse movimento de contração e relaxamento que pode ser aplicado para erguer objetos muito mais pesados do que ele”, disse Alexandre Fontes da Fonseca, professor do Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru, e um dos autores do estudo, à Agência FAPESP.

De acordo com os autores da pesquisa, uma das possíveis aplicações tecnológicas do fio de nanotubos de carbono revestidos com parafina de cera estaria no desenvolvimento de tecidos inteligentes, com proteção contra o fogo.
Como o fio tem a capacidade de se contrair instantaneamente só em função do aumento da temperatura, em uma explosão um tecido feito com o material teria a capacidade de fechar os poros rapidamente e impedir a exposição ao fogo.  O material também pode ser utilizado para o desenvolvimento de “músculos artificiais” para o controle de movimentos de próteses externas (exoesqueletos) e robôs, para alavancas mais eficientes para mover objetos além de em cateteres, que podem ser empregados em intervenções minimamente invasivas, como no caso da desobstrução de artérias.

Mas um dos maiores interesses no material é para aplicações militares [p'ra variar ...], em dispositivos que protejam balisticamente soldados, por exemplo. Os dois principais financiadores do estudo nos Estados Unidos foram a Marinha e a Força Aérea norte-americana. “Esse material, provavelmente, vai gerar dezenas de patentes”, disse Douglas Soares Galvão, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autor da pesquisa.

Essa não foi a primeira vez que se obteve um fio de nanotubos de carbono. Em um trabalho anterior, realizado pelo próprio grupo, foi desenvolvido um fio que, em vez de ser embebido em parafina de cera, necessita de uma fonte líquida ou eletrolítica para funcionar. Porém, em função disso, as vantagens da leveza dos nanotubos de carbono eram perdidas porque se necessitava de uma fonte muito mais pesada do que o material para utilizá-lo.  “O grande avanço desse novo fio de nanotubos de carbono revestido com parafina é que ele pode operar no ar, sem fonte externa. Só a luz é suficiente para fazer com que ele se contraia”, comparou Galvão.

Galvão mantém há mais de 20 anos colaborações científicas com o grupo de cientistas do NanoTech Institute da Universidade do Texas em Dallas, nos Estados Unidos, onde foi realizada a parte experimental do estudo por um grupo que inclui os brasileiros Márcio Dias Lima e Mônica Jung de Andrade –autores principais do trabalho. Os outros autores brasileiros do projeto – Leonardo Dantas Machado, que realiza doutorado no IFGW da Unicamp sob orientação de Galvão, com Bolsa da FAPESP, e Fonseca, da Unesp de Bauru, que também realizou suas pesquisas de iniciação científica, doutorado e pós-doutorado com Bolsa da FAPESP – também passaram pelo Instituto de Nanotecnologia da universidade norte-americana.

Contribuição brasileira

Uma das principais contribuições dos pesquisadores sediados no Brasil no estudo foi analisar as propriedades estruturais, mecânicas e o comportamento elástico-mecânico dos fios de nanotubos de carbono. O trabalho de Fonseca, por exemplo, foi compreender melhor o processo de formação da estrutura helicoloidal das fibras de nanotubos de carbono quando são torcidas.

O objetivo da pesquisa foi aumentar o entendimento sobre as contrações na escala dos nanotubos de carbono individuais do fio. Mas o grupo de cientistas ainda não sabe se os nanotubos de carbono apresentam contração ou expansão térmica negativa. No caso do grafeno, por exemplo, que consiste de um nanotubo de carbono desenrolado, alguns estudos demonstraram que, quando aquecido até menos de 700 graus, o material encolhe, em vez de se expandir, devido a vibrações dos átomos fora do plano da estrutura. “Ainda há dúvidas se os nanotubos de carbono individuais se contraem ou não e não há uma conclusão definitiva sobre isso”, disse Fonseca.

Por meio de um projeto de pesquisa que iniciou em setembro, com apoio da FAPESP, o pesquisador pretende estudar em nível microscópico o comportamento térmico de contração e expansão de nanotubos de carbono individuais por meio de simulações atomísticas para tentar compreender as propriedades mecânicas e elásticas mais gerais do fio.

O artigo [da revista Science]  Eletrically, chemically, and photonically powered torsional and tensile actuation of hybrid carbon nanotube yarn muscles(doi: 10.1126/science.1226762), de Márcio Dias Lima e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Trabalhadores do estaleiro da OSX, de Eike, são flagrados em condições subumanas

Após denúncias de trabalhadores que atuam na construção do estaleiro da OSX, empresa do grupo EBX do empresário Eike Batista, no Porto de Açu, na região Norte do Rio, fiscais do Ministério do Trabalho constataram na quarta-feira (28) que cerca de 200 empregados viviam em condições subumanas em um alojamento oferecido pela empresa na praia de Grussaí. As informações são do "RJ TV 2ª edição", da Rede Globo.

Os fiscais ainda não definiram a multa que será aplicada à empresa, mas o valor pode chegar a R$ 23 mil. Chamado de "Carandiru" pelos trabalhadores devido às condições, os principais problemas encontrados foram superlotação, água imprópria para consumo, fiação elétrica exposta, entre outros.

Tanto o estaleiro quanto o Porto de Açu estão sendo construídos por empresas do grupo EBX. A assessoria do grupo, no entanto, disse que a responsabilidade pela situação é da empresa espanhola Acciona, subcontratada por eles e responsável pelos contratos com os trabalhadores. O alojamento para quase 200 trabalhadores fica em uma pousada, em Grussaí. No local, muita sujeira. Os operários dizem não ter água própria para beber. Os trabalhadores fizeram uma paralisão de dois dias para reivindicar melhorias. O dono da empresa terceirizada que alugou a pousada informou que não sabia da situação dos funcionários. A empresa vai pagar as passagens dos funcionários que decidirem ir embora. Os que ficarem serão transferidos para um novo alojamento no distrito do Açu até quinta-feira (29). O Ministério do Trabalho ainda não concluiu o levantamento sobre as multas que serão aplicadas à empresa, mas informou que o valor pode chegar a R$ 30 mil.  [Vejam só: numa obra de bilhões de reais, uma empresa maltrata 200 trabalhadores e o nosso fabuloso Ministério do Trabalho (MT) diz que a empresa poderá ser multada em "até" R$ 30 mil. Pelo visto, cidadão brasileiro na visão do MT vale uma merreca. P'ra completar o acinte, a empresa é espanhola -- os espanhóis nos ofendem em seus aeroportos, e agora também em nosso próprio país. Como é que pode?!]

Procurada pela Folha, a Acciona assumiu os problemas verificados pelo Ministério do Trabalho e disse que está tomando medidas para sanar a questão.  "Reconhecemos que existe um problema no alojamento e vamos com todos os meios resolver de maneira concertada e eficaz. Vamos colocar os recursos necessários para fazer uma gestão e fiscalização direta da administração da pousada e vamos colocar todos os meios e recursos necessários para isso", informou Olivier Ricard, responsável pela área de comunicação da empresa.

Ricard disse que ainda na quarta-feira foi disponibilizada água potável e equipes profissionais para cuidar do alojamento. De acordo com ele, na próxima semana os funcionários devem ir para um alojamento próprio da empresa. 

[Eis aí mais um exemplo do péssimo nível de fiscalização de obras no Brasil. E não se trata de obrazinha de fundo de quintal, trata-se de um superporto que só do Fundo de Marinha Mercante recebeu financiamento total de R$ 4,2 bilhões. No mínimo dois órgãos têm que fiscalizar esse empreendimento, o MT e o CREA, sem falar na contratante EBX do Sr. Eike Batista. Esta última se comportou irresponsavelmente, através de sua assessoria, dizendo que a responsabilidade é da empresa contratada -- apenas dela?! Então a EBX contrata uma empresa para lidar com mão de obra e não a fiscaliza?! E essa contratada, a espanhola Acciona, alega não saber das condições do local em que enfiou 200 pessoas?! Onde é que estamos?! E o MT vem afirmar que poderá penalizar essa Acciona em "até"  R$ 30 mil?... É o fim da picada!!]

As praias da Paraíba

[Temos um país fantástico em termos de belezas naturais, mas o turismo interno fica muito aquém de seu potencial devido ao preço escorchante das passagens aéreas, devido principalmente ao duopólio absurdo (Tam e Gol) estimulado pelo governo, por ação ou omissão. O texto abaixo é da autoria de Vanessa Corrêa da Silva e foi publicado hoje na seção de turismo da Folha de S. Paulo.]

A Paraíba possui construções históricas bem conservadas, fabrica cachaças e se esmera nas artes da culinária regional. Mas, contrariando o dístico de sua bandeira, não há como negar: o principal motivo de viagem da maior parte dos estimados 1 milhão de turistas que devem visitar o Estado neste ano continua sendo suas praias.

 [Bandeira do Estado da Paraíba, adotada em 25 de setembro de 1930. O negro representa o luto pela morte de João Pessoa, o vermelho é a cor da Aliança Liberal e a palavra "Nego" é do verbo negar, proferida por João Pessoa ao não aceitar seu sucessor indicado pelo então presidente do país, Washington Luís.]

Mapa da Paraíba (clique na imagem para ampliá-la) - (Fonte: Google).

Com cerca de 130 quilômetros de extensão, o litoral paraibano se divide basicamente em três partes: a porção ao norte de João Pessoa, nos municípios de Cabedelo, Lucena, Baía da Traição e Mataraca, o litoral sul, nos municípios de Conde e Pitimbu, e as praias da capital do Estado. 

Mais urbana, a orla de João Pessoa tem boa estrutura turística, quiosques, restaurantes, hotéis e lojas. Em Tambaú, barcos de pesca estão sempre flutuando no mar de águas claras, descarregando peixes no mercado que funciona à beira-mar. Depois da praia de Bessa, a última de João Pessoa, fica Cabedelo, cidade que marca o início do litoral norte. Ali, as embarcações deixam o mar e navegam pelo rio Paraíba, ao longo da praia fluvial de Jacaré. O local é famoso pelo seu pôr do sol, hora do dia em que o saxofonista Jurandy do Sax se apresenta em um barco tocando o "Bolero" de Ravel, programa que já virou tradição.

A parte norte é formada ainda por praias como Intermares, cujas ondas costumam atrair surfistas, e Barra de Mamanguape, que possui uma base de proteção do peixe-boi marinho. Mais explorado pelo turismo, o litoral sul conta com uma infraestrutura mais desenvolvida, com resorts, pousadas e restaurantes. Um passeio pela região pode começar ainda em João Pessoa, com uma visita ao farol do Cabo Branco, de onde se avista a Ponta do Seixas, porção mais oriental do país. É ali, na pequena faixa de areia pontilhada de coqueiros, que a cada manhã chegam os primeiros raios de sol em território brasileiro.

Quem está à procura de tranquilidade pode seguir para a Barra de Gramame, praia quase deserta que fica no município de Conde.  Perto dali, a praia do Amor é conhecida por abrigar a pedra Furada. De acordo com uma lenda local, aqueles que passam por baixo da pedra fortalecem seu casamento ou namoro, por isso é comum avistar casais posando para fotos na cavidade da rocha. Siga para a praia de Tabatinga, que abriga boa parte das pousadas da região, e, quando a fome bater, tome o caminho para a praia de Coqueirinho, onde há 12 anos funciona o restaurante Canyon de Coqueirinho (www.restaurantecanyon.com), especializado em frutos do mar.

Depois de algumas caipirinhas de cajá, os mais desinibidos podem arriscar um mergulho em Tambaba, uma das principais praias de naturismo do Brasil.  O lugar possui um trecho para banhistas que não querem tirar a roupa, e a área dedicada ao naturismo fica isolada por uma escada de madeira. A partir daquele ponto, sungas e biquínis são deixados de lado, e fotos só podem ser feitas com a autorização dos frequentadores.

Encerre o passeio com um mergulho na praia Bela, onde o encontro das águas do rio Mucatu com o mar proporciona uma das paisagens mais bonitas dessa parte do litoral paraibano.

Museu Casa do Artista Polupar Janete Costa, em João Pessoa - (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).


Mulheres esculpidas em barro pela artesã paraibana Mara Cavalcanti -  (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).

 Detalhe de imagem da Santa Ceia esculpida pelo artesão Guariguazi de Lima - (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).


Praia de Tabatinga, no município de Conde - (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).
 
 
Vista da praia de Coqueirinho -  (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).
 
 
Praia Bela, cujas areias são cortadas pelo rio Mucatu - (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).
 
 
Pedra Furada, na praia do Amor - (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).
 
 
Fachadas de casas no centro de Areia, cidade do brejo paraibano - (Foto: Vanessa Corrêa da Silva/Folhapress).
 

iPads Mini 3 e 4 são homologados no Brasil, mas sem 4G

[O texto abaixo é da autoria de Anna Carolina Papp e foi publicado ontem no blogue Link do jornal O Estado de S. Paulo.] 

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou nesta quarta-feira, 28, a homologação (certificação) do iPad Mini e o iPad 4 no Brasil, permitindo que os produtos sejam comercializados no País.   

Os modelos do iPad Mini homologados são A1432 (conexão Wi-Fi) e o A1454 (conexão por rede de celular). Já os modelos do iPad de quarta geração são o A1458 (Wi-Fi) e A1459 (conexão com rede de celular).  Os aparelhos para banda de celular contemplam conexão 3G e 4G; no entanto, devido à diferença de frequências, a conexão LTE 4G dos aparelhos não funcionará no País.

A Apple ainda não divulgou quando o aparelho será lançado no Brasil. O iPhone 5, por exemplo, homologado desde outubro, ainda não chegou por aqui.

Nesta semana, a Foxconn recebeu autorização do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para montar o iPhone 5 e os dois novos modelos do iPad em sua unidade de Jundiaí, em São Paulo, com benefícios fiscais. Espera-se que, com isso, os preços sejam reduzidos.  [Vamos ver se essa novela da Foxconn chega a um fim e que ele seja decente para o país, pois a última exigência dela para fabricar no Brasil telas de cristal líquido (LCD) , usadas em tablets e smartphones, era um acinte.]

Novos iPads. O iPad Mini foi lançado pela Apple em outubro, em um evento em San Jose, na Califórnia — cidade a 11 quilômetro da sede da Apple. O aparelho tem tela de 7,9 polegadas, quase 20% menor que a do modelo tradicional. Ele usa o chip A5 e tem uma câmera frontal HD de 1.2 MP e uma traseira de 5 MP. Nos Estados Unidos, o modelo de 16 GB) vai de US$ 329 (Wi-Fi) a US$ 459 (3G/4G). Nas versões de 32GB, o valor vai de US$ 429 a US$ 559;  no de 64GB, de US$ 529 a US$ 659.

Já a quarta geração do iPad veio com o chip A6X, que promete o dobro de desempenho do modelo anterior. Seu preço, na versão mais barata (Wi-Fi) é US$ 499 e US$ 629 (3G/4G).

Os aparelhos começaram a ser vendidos em 34 países no dia 2 de novembro. Confira uma tabela de especificações entre os dois modelos (o Mini e o iPad de quarta geração) aqui.

Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de educação (II)

Dado o interesse despertado pela postagem anterior, me parece oportuno e útil acrescentar alguns dados e informações do relatório em inglês que gerou a reportagem da Folha de S. Paulo.

O estudo realizado compõe o Banco de Dados da Curva de Aprendizado, criado pela Unidade de Inteligência da (The) Economist (EIU, em inglês) como parte do Programa Curva de Aprendizado (mais abrangente), é um esforço para fazer avançar os estudos sobre a correlação entre crescimento econômico e certos produtos da educação envolvendo o espectro da população, como é o caso das capacidades cognitivas (cognitive skills).Trata-se de uma expressiva coleta de dados para um fim específico, que inclui mais de 60 indicadores comparativos obtidos de mais de 50 países. A figura abaixo ilustra resumidamente a metodologia do estudo.

Estrutura dos Componentes Quantitativos - Entradas: Qualitativas (autonomia escolar, escolha da escola) - Quantitativas [gastos, idade inicial, relações alunos-professores, tempo na escola (em anos)] -- Saídas/Resultados: Capacidades cognitivas [PIRLS (*), TIMSS (**), PISA] -- Resultados educacionais (índices de graduação, alfabetização, emprego). Entre todas as etapas é feita  a Análise das conexões e correlações. O arcabouço tem como referência o ambiente socioeconomico (PIB per capita, distribuição de renda, inovação, produtividade de mão de obra, índices de criminalidade, produto de pesquisas). [(*) PIRLS = sigla inglesa para Estudo Internacional sobre o Progresso em Alfabetização para Leitura, em tradução livre. -- (**) TIMSS = sigla inglesa para Tendências no Estudo Internacional de Matemática e Ciência (em tradução livre).]

Note: The overall PISA score is an aggregate of the test scores in reading, mathematics and science literacy. It is calculated by the EIU, utilising OECD data.
Sources: Economist Intelligence Unit and OECD.

A tabela acima (clique na imagem para ampliá-la) correlaciona as notas dos países no PISA e o crescimento médio do PIB per capita, em percentual, entre 2007 e 2011. A nota global apresentada para o PISA é um agregado das notas de testes de leitura, matemática e ciência. PISA é a sigla inglesa para Programa para Avaliação Estudantil Internacional, um estudo internacional lançado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para, a cada três anos, aquilatar sistemas de educação em escala mundial por meio da avaliação do desempenho de estudantes de 15 anos em matérias chaves: leitura, matemática e ciência. Até o momento, 70 países participaram desse estudo. 

A tabela acima permite algumas observações de interesse: - i) a correlação entre o PIB per capita e as notas do PISA está longe de ser linear. Observa-se, no caso do Brasil por exemplo, que o crescimento médio do PIB per capita de Hong Kong e do Brasil foi praticamente o mesmo, no entanto o PISA de Hong Kong foi 36% melhor que o nosso e os dois países ocupam os extremos da tabela (ver quadro seguinte): Hong Kong no primeiro lugar e nós no último. Isso significa, entre outras coisas, que a educação naquele país asiático é muito mais valorizada que no Brasil -- o descaso com a educação não é novidade para nós, principalmente na última década. - ii) apesar de apresentar um crescimento médio de PIB per capita 84% maior que o do Brasil, a Argentina teve (ver tabela acima) um PISA pior que o nosso -- outra comprovação da não linearidade entre PISA e PIB per capita (e vice-versa) -- mas, na classificação final, ficou quatro posições acima do Brasil (ver quadro abaixo) por estar mais próxima da média do grupo.


A tabela acima (clique na imagem para ampliá-la) apresenta a classificação final dos países, dividos estes em 5 grupos:

Grupo 1 - Pelo menos um desvio padrão ACIMA da média [o "z-score" ou "nota z", é a obtida da distribuição normal ou distribuição gaussiana utilizada no estudo]
Grupo 2 - Entre meio e um desvio padrão ACIMA da média
Grupo 3 - Dentro de meio desvio padrão ACIMA ou ABAIXO da média
Grupo 4 - Dentro de meio a um desvio padrão ABAIXO da média
Grupo 5 - Pelo menos um desvio padrão ABAIXO da média 

A tabela acima evidencia quantitativamente o péssimo desempenho do Brasil na educação. É preciso lembrar sempre que, em um de seus primeiros atos de governo, nossa sempre sorridente e bem-humorada ex-guerrilheira cortou R$ 3,1 bilhões do Ministério da Educação, mostrando seu baixo apreço por essa atividade de transcendental importância para o país.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A metralhadora giratória do senador Pedro Simon

[O senador Pedro Simon (PMDB-RS) solta o verbo na Revista Congresso em Foco.]

Discípulo da Ordem Terceira de São Francisco desde 2000, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez voto de pobreza e caminhou 136 km no sertão cearense com uma comitiva de romeiros. Como homem de fé, sabe que a palavra é uma arma poderosa. E não só para pregações. Com Simon, as palavras escapam como tiros de metralhadora. Em duas horas de conversa com a Revista Congresso em Foco, a sua artilharia verbal poupou pouca gente.

Simon dispara contra governadores e ministro

Os atuais governadores Tarso Genro (PT-RS), Beto Richa (PSDB-PR) e Raimundo Colombo (PSD-SC) são “um zero à esquerda”, fulmina. O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, acrescenta, é outro “zero à esquerda, uma pataca”. Ao se referir à ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), detona: “O único título que conheço dela é o de ex-esposa do Suplicy”.

Perto de completar 83 anos, Simon, ex-governador, ex-ministro da Agricultura e senador pelo quarto mandato, é incansável. Apreciador de arborismo, um dos mais assíduos oradores no plenário do Senado, critica severamente os rumos do seu partido (PMDB), mas se recusa a deixá-lo: “Não vou sair de um partido que fundei para entregar nas mãos deles. O Sarney estava lá na Arena; o Renan, com o Collor. O mínimo que vou fazer é ficar dentro do partido, embora completamente deslocado”.

Também não acredita no PSDB e no PT. Mas baixa as armas ao falar de Dilma Rousseff: “Ela está tendo atitude”. E mantém o otimismo, animado por fatos como a Lei da Ficha Limpa e o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). “Tudo leva a crer que estamos vivendo um dia novo no Brasil. O mensalão pode significar o imenso fim da impunidade”, acredita.

A metralhadora de Simon

Senado

“Quando cheguei aqui, o Senado tinha três ou quatro funcionários por gabinete. Hoje tem 30. Um Senado com 13 mil funcionários é uma loucura. Por mim, a Casa tinha de funcionar de segunda a sábado. Só funciona terça e quarta-feira. O Senado era o ápice. O cara chegava aqui depois de ser ministro ou governador. Hoje, não. Tem senador que se elege às custas do suplente. Alguns se candidatam a prefeito da capital, na eleição seguinte, para o suplente assumir”.

José Sarney

“O Pinheiro Machado foi presidente do Senado. Tudo que se pode imaginar ele foi. Na época, o Ruy Barbosa era um zero no Senado, perdia todas. O dono do Senado era o Pinheiro Machado, um chefão. Hoje, você olha para Pinheiro Machado como uma figura das mais ridículas. Para o Ruy Barbosa, como o grande patrono. O Sarney está muito mais colado ao Pinheiro Machado do que ao Ruy Barbosa. Houve uma mudança total desde quando cheguei aqui há 34 anos. É outro Senado. São 16 anos de Sarney”.

Renan Calheiros

“A única chance de o Renan não se eleger presidente do Senado é a imprensa voltar com as acusações contra ele. Mesmo assim, é muito difícil. Mas, se Deus existe, tudo é possível”. 

PMDB

“O MDB histórico e ético acabou com a morte do Tancredo. O PMDB foi para o governo Sarney e desapareceu. Já me fizeram ofertas das mais generosas, que eu sairia do MDB com todas as honras e louvores. Não pediriam meu mandato. Eu agradeci e não aceitei. Não vou sair de um partido que fundei para entregar nas mãos deles. O Sarney estava lá na Arena; o Renan, com o Collor. O mínimo que eu vou fazer é ficar dentro do partido, embora completamente deslocado".

PT

“Lamentavelmente, os partidos perderam conteúdo. O último foi o PT. Há 20 anos, o Senado tinha um único senador do PT, que era o Eduardo Suplicy. Ele vale muito mais que o Senado com os dez senadores do PT. Não troco o trabalho que ele fez pelo trabalho que os caras estão fazendo juntos. Ele era o PT. Hoje o PT é mais um partido. Era um partido puro. Que diferença tu achas que há entre o PT do Lula e o PSDB do Fernando Henrique? Nenhuma".

PSDB

“O PSDB nunca foi projeto de coisa alguma, mas um movimento errático e intempestivo. Ficou aí e ganhou a Presidência na loteria como um bilhete premiado. O PSDB queria chegar ao poder com o Collor. Escapou por pouco, porque Collor mudou o governo dele. Ele queria colocar o Serra no Planejamento e o Fernando Henrique nas Relações Exteriores. Foi o [ex-governador Mário] Covas que fez reunião no diretório e mudou tudo. E eles decidiram não participar".

Fernando Henrique Cardoso

“Fui líder do governo do Fernando Henrique até quando decidiram privatizar a Vale do Rio Doce. Na última hora, reuniram um grupo, pegaram os fundos de pensão e deram a Vale de presente. Aí rompi com o Fernando Henrique. Ele não tinha direito de fazer o que fez. No Brasil, grande nação em grande momento, comprar a reeleição como ele comprou? Foi vexatório". [O senador é, surpreendentemente, mais um órfão gratuito da Vale estatal. Deixando de lado o exercício de imaginar o que seria a Vale estatal nas mãos do NPA -- estaria imersa em corrupção e/ou manipulada, como Eletrobras e Petrobras --, Simon já deveria ter aprendido, se fizesse seu dever de casa, que o governo brasileiro detém, por participação ou indicação, cerca de 41% do capital votante da empresa -- se incluirmos a participação da Bradespar, 65% do capital votante estão no Brasil e, além disso, são nossas as "golden shares" da empresa.  Em 2010, 84% das compras da Vale foram feitos no Brasil. Em 2011, a empresa distribuiu mais R$ 9 bilhões em dividendos. Caso ainda não tenha, Simon deveria comprar ações da Vale.]

Lula

“Lula esteve na minha casa, antes de assumir pela primeira vez, me convidando para ser ministro. Eu disse a ele que não ficaria bem, que preferia ajudá-lo no Congresso. Uma vez a oposição reuniu 34 nomes em favor do meu nome para a presidência do Senado, mas o PMDB vetou a minha indicação, porque o presidente Lula pediu que se votasse no Sarney por ser o homem da confiança dele. Até hoje reconheço o Lula como uma pessoa séria. O pecado mortal do mensalão é a omissão do Lula, a irresponsabilidade dele. Mas quem fez tudo foi Zé Dirceu e companhia. Não vejo no Lula nada de corrupção, malandragem, cachorrada. Mas essas coisas de Zé Dirceu me lembram muito aquela época do sindicato, dos pelegos da ditadura. Vai ver daquela convivência restou alguma coisa". [Quem for lulista é bom não comemorar muito essa opinião do Simon, é bom ler o que se segue -- o senador coloca uns carimbos certeiros na "inocência" do NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula). Aliás, Simon criou uma nova parábola: a da única maçã perfeita, hígida, inatacável (o NPA) num cesto repleto de maçãs podres (PT, Zé Dirceu e sua gangue) -- nem a ciência, nem Freud explicam esse milagre. A menos que o patrono da Ordem Terceira de S. Francisco, do senador, seja Papai Noel.]

Dilma Rousseff

“É um governo sério. Nunca tive intimidade alguma com a Dilma. A família dela é o ex-marido, uma mãe de 90 anos, a filha e a neta. Não é como o Lula, que tem mais de dez irmãos, um monte de filhos e sobrinhos. Família grande, na política, é sempre um problema . A Dilma nunca teve participação no PDT e é absolutamente independente no PT. Está tendo atitude e está se esforçando. O Fernando Henrique não demitiu ninguém por corrupção. O Lula, menos ainda".

A nota de cada presidente

“Da geração após a ditadura, dou nota quase dez para o Itamar. Dignidade, seriedade, firmeza, correção. Quase dez. Depois, boto a Dilma. Mas, para ela, até agora, não pode ser uma nota definitiva. Em seguida, vem o Lula e, por último, o Fernando Henrique".

Ministros

“Quando a Dilma assumiu, eu disse na tribuna que o ministério dela lembrava muito o do Jango quando caiu. Hoje o ministério da Dilma é pior do que o que ela herdou do Lula. Não sei por quê. O Antônio Patriota é um zero à esquerda, uma pataca. A atuação dele no episódio do Paraguai foi uma vergonha, um fiasco, de um ridículo atroz. O outro era um bom ministro. Mas não vem me dizer que foi o Celso Amorim que fez aproximação com Venezuela e Irã. Foi o Lula. Tiraram essa da Cultura, que pelo menos entende de cultura, e botaram uma agora que o único título que conheço dela é de ex-esposa do Suplicy".

Governadores e prefeitos

“Se olhar na eleição passada [para governador], não tinha ninguém. No Rio Grande do Sul, o Tarso é um zero à esquerda. No Paraná e em Santa Catarina, zero à esquerda. Na anterior, eram o Luiz Henrique em Santa Catarina, o Serra em São Paulo, o Aécio em Minas, o Eduardo Campos em Pernambuco. Era algo empolgante. A União é hoje tão forte que até o governador de São Paulo não tem peito de abrir a boca contra o governo federal porque precisa dele. A receita está toda aqui. Os prefeitos viraram uns pedintes. E os governadores também. É a triste realidade".

Dia novo

“A Lei da Ficha Limpa é um fato novo importante. Tudo leva a crer que nós estamos vivendo um dia novo no Brasil. O mensalão pode significar o imenso fim da impunidade. Uma coisa que não vai ter mais é senador, deputado que matou o cara lá fora e continua senador, deputado, e não vai júri porque tem imunidade parlamentar. Isso vai acabar. Estou indo para a tribuna todos os dias e estranho esse silêncio que há em torno do momento que estamos vivendo. Pode ser porque a sociedade não está acostumada a ver resultado nenhum. Por que ela vai ver? Ninguém foi preso. Mas a estamos a caminho disso.”

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de educação

[Parece que a primeira -- e última, espero, desejo e rezo -- década de (des)governo petista se encerra bem ao estilo da tônica desse período. Temos recorrentes e intermináveis cenas e histórias contundentes da corrupção sem precedentes implantada e estimulada pelo NPA (Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e "aparentemente" rejeitada pela nossa sempre sorridente e encantadora ex-guerrilheira (Dona Dilma está tendo, desde a história dos 6 ministros corruptos do NPA, que demitir gente que aceitou e nomeou por indicação ou pressão de seu padrinho e tutor -- o eterno NPA -- e só o fez depois que a mídia escancarou a esbórnia). A mais recente cereja desse bolo indigesto é a história nada edificante de Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose, que, depois de secretariar  José Dirceu durante 12 anos, foi nomeada pelo NPA para chefiar o escritório da Presidência da República em São Paulo, foi mantida pela nossa sempre sorridente Dª Dilma e comandava há tempos uma quadrilha, agora descoberta. Ao lado do NPA, Rose conheceu 24 países.

Na economia, o Brasil terá a pior taxa de crescimento dos países do Brics  em 2012. Entre os países que mais cobram impostos de seus cidadãos e empresas, o Brasil é o que proporciona o pior retorno em serviços públicos e bem-estar aos contribuintes dos recursos que arrecada. O setor elétrico vem passando por um perrengue danado, com apagões ainda inexplicados e uma desastrosa interferência da nossa encantadora ex-guerrilheira. Entre os 43 países que representam 90% do PIB mundial, o Brasil amarga o 37° lugar em termos de competitividade.  Vou saltar etapas nessa lista de desgraceiras e embarcar na mais recente demonstração do desastre que tem sido para o Brasil a administração petista. A Folha de S. Paulo de hoje informa que o Brasil ficou em penúltimo lugar em ranking global de educação! Vejam a reportagem a seguir.]

O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores. A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países. [A Pearson é um conglomerado de mídia e uma potência editorial: é proprietária do jornal Financial Times, da revista The Economist (à qual pertence a EIU), e dos selos editoriais Longmam, Penguin, Prentice Hall e Addison Wesley. Em julho de 2010, comprou a gráfica e as editoras da Seb - Sistema Educacional Brasileiro S.A. por R$ 613 milhões.]

Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.

Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição. Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados.

Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação. Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.


Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber. "A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".

No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.

Cultura e Impactos Econômicos

Tidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.  Alemanha, Estados Unidos e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.

O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual.  Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado".

Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo [aí é que o Brasil se dá mal -- e é evidente que em nada contribuiu para melhor esse quadro não só a mentalidade tacanha do NPA -- que adorava se vangloriar de ter sido semialfabetizado, sem jamais de público estimular seus eleitores a estudar -- como também sua desastrada e desastrosa política educacional, apoiada em figuras como o decepcionante Cristovam Buarque e as nulidades Fernando Haddad e Aloizio Mercadante]. Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.

Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.  Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito parecido.

O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários [o oposto do que se faz no Brasil]. Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.

O Império Romano, um exemplo admirável das alturas que o ser humano pode alcançar

[Uma passagem por Roma e por suas relíquias históricas nos dá uma pálida ideia da grandeza fantástica que foi o Império Romano, uma demonstração concreta da força do ser humano. O legado dos romanos para a humanidade é de uma grandeza impossível de ser descrita em poucas palavras. Reproduzo a seguir, parcialmente, a didática apresentação sobre O Mundo Romano, feita por Carlos Jorge Canto Vieira, certamente português pela grafia que utiliza. Clique nas imagens para ampliá-las.]

[S.P.Q.R. - Senatus Populusque Romanus - O Senado e o Povo Romano (*)]





















[Infelizmente, o site encerra aqui a ilustração visual -- os slides seguintes são apresentados unicamente sob a forma de textos.]

34. O Mundo Romano… Urbanismo. Mais uma originalidade da civilização romana; Era o planeamento e o ordenamento das cidades tendo em conta as necessidades dos seus habitantes Todas as cidades do Império seguiam o modelo da cidade de Roma. Existência do fórum – praça principal da cidade onde se encontravam os templos, basílicas e lojas. Casas dos habitantes – Domus ; - Insulae ; 

 A cidade típica romana - (Foto: Google).

35. O Mundo Romano… Domus - Eram as casas dos habitantes mais ricos da cidade. Tinham jardins, piscinas, pátios interiores e galerias com arcadas.


Planta e vista de uma casa romana típica (uma não se refere à outra) - Compluvium = abertura no teto para iluminação e para conduzir a água da chuva para o Impluvium (piscina para coletar e armazenar água da chuva -- abaixo dela ficava uma cisterna para armazenar o excesso d'água, para uso no jardim, por ex.) -- Peristilo = pátio rodeado por colunas -- Exedra = espaço coberto, com assentos, para reuniões e discussões -- Atrium (átrio) = espaço central aberto -- Vestibulum (vestíbulo) = entrada -- Triclinio (triclínio) = sala de jantar, com três ou mais leitos reclinados ao redor da mesa,sobre cada um dos quais se podiam recostar três convivas -- Tablino = estúdio para guarda de documentos em geral -- Camere = Quartos

Peristilo da villa (mansão) Vetti, em Pompeia - (Foto: Google).

36. O Mundo Romano… Insulae - Eram uma espécie de apartamentos; eram a residência dos mais pobres, os incêndios e desmoronamentos eram habituais.

 Uma "insula" datada do início do séc. 2 dC, na cidade portuária romana de Ostia Antica - (Foto: Wikipedia).

37. O Mundo Romano… Arquitectura Inovações Abóbada de Berço Arco de Volta Perfeita Cúpula

38. O Mundo Romano… Arquitectura - Edifícios mais importantes: Coliseu de Roma (Anfiteatro Vespasiano), Arco do triunfo de Tito, Panteão de Roma

O Coliseu de Roma - (Foto: Google).

Arco de Tito, em Roma - (Foto: Google).

O Panteão de Roma - (Foto: Google)

39. O Mundo Romano… Esculturas, Retratos: Representações realistas; Mármore e bronze. Relevo Narrativo. Propaganda política 

40. O Mundo Romano… Mosaico e Pintura - Decoravam o chão e as paredes das casas dos romanos; os melhores exemplos encontram-se cidades de Pompeia e de Herculano. 
Piso (restaurado) de uma sala da Domus Aurea, a casa de Nero em Roma - (Foto: Google).

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[(*) S.P.Q.R. (Senatus Populusque Romanus) é uma sigla onipresente em Roma, oficialmente usada por todos os órgãos públicos romanos, e significa "O Senado e o Povo Romano". É encontrada na base da Coluna de Trajano, em Roma, que contém a seguinte inscrição em latim: 

SENATVS·POPVLVSQVE·ROMANVS IMP·CAESARI·DIVI·NERVAE·F·NERVAE TRAIANO.AVG.GERM.DACICO.PONTIF MAXIMO.TRIB.POT.XVII.IMP.COS.VI.P.
PAD.DECLARANDVM.QVANTAE.ALTITVDINIS MONS.ET.LOCVS.TANT.<IS.OPER>IBVS.SIT.EGESTVS

O que pode ser traduzido como: O Senado e o Povo Romano (subentende-se dão ou dedicam esta coluna) ao imperador César, filho da divina Nerva, Nerva Traianus Augustus Germanicus Dacicus, Pontifex maximus no seu 17º ano no tribuno, tendo sido aclamado seis vezes Imperador, seis vezes Cônsul, Pater Patriae, para demonstrar a grande altura a que o monte se encontrava e foi removido para tais grandes trabalhos.]