Agradeço a um dileto amigo a oportunidade de ter conhecido esse belo texto da escritora haitiana Edwige Danticat, na edição que chegou às bancas da revista New Yorker. A tradução parcial que faço abaixo não tem a beleza do texto original.
Na tradição vodu haitiana alguns acreditam que as almas dos que morreram recentemente deslizam para os rios e correntes e lá ficam, sob a água, por um ano e um dia. Então, atraidas pela preces e canções rituais, elas emergem da água e os espíritos renascem. Esses espíritos reencarnados ocupam as árvores e, se você ouvir atentamente, escutará no vento seus calmos suspiros . Os espíritos podem também pairar sobre cadeias de montanhas, ou em grutas, ou em cavernas, onde vozes familiares farão eco às nossas próprias vozes quando as chamarmos. A comemoração de um ano e um dia é vista como uma enorme obrigação e um dever honroso para as famílias que acreditam nela e a praticam, em parte porque assegura uma continuidade transcendental do tipo que nos tem mantido, a nós haitianos, ligados aos nossos ancestrais por gerações, não importa onde vivamos.
"No Haiti, as pessoas nunca morrem realmente", me dizia minha avó quando eu era criança, o que parecia estranho porque no Haiti as pessoas sempre morriam, por alguma razão. Mas o que eu não entendia completamente é que no Haiti os espíritos das pessoas nunca realmente morrem. (Veja o texto completo).
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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
domingo, 9 de janeiro de 2011
A tragédia sem fim do Haiti
Devastado por um terremoto em janeiro de 2010, que provocou 200 mil mortes, o Haiti segue assolado por problemas dos mais diversos tipos: o processo de reconstrução do país não avança (uma comissão internacional criada para esse fim simplesmente não consegue resultados concretos), um surto de cólera ceifou mais alguns milhares de vidas e continua castigando o país (a ONU acaba de criar uma comissão de especialistas internacionais para descobrir de onde veio esse surto), e as eleições de 28/11/10 geraram um imbróglio de enormes proporções políticas e até hoje não se sabe quando se realizará o segundo turno dessas eleições, inicialmente marcado para meados deste mês de janeiro.
Representante da OEA no Haiti há 2 anos, o brasileiro Ricardo Seitenfus, cuja destituição do cargo se prevê para breve, questiona o papel da ONU naquele país e dos principais países doadores, além de tecer outras severas críticas sobre como vem sendo tratadas as crises que afligem o Haiti. Veja sua entrevista.
Representante da OEA no Haiti há 2 anos, o brasileiro Ricardo Seitenfus, cuja destituição do cargo se prevê para breve, questiona o papel da ONU naquele país e dos principais países doadores, além de tecer outras severas críticas sobre como vem sendo tratadas as crises que afligem o Haiti. Veja sua entrevista.
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