quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Cidades históricas de Minas Gerais (II): Tiradentes

Ver postagem anterior. Para o texto abaixo usei como referências a internet e o livro São João del Rei, Tiradentes, Congonhas -- da coleção "Tesouros de Minas"(ed. Autêntica, 2014).

O ouro descoberto por João Siqueira Afonso, em 1702, no local denominado “Ponta do Morro” atraiu um grande número de pessoas que, interessadas na exploração, ergueram uma capela e formaram um arraial que ficou conhecido com Santo Antônio da Ponta do Morro.

Tiradentes foi uma das cidades que mais teve ouro de superfície no Brasil, e graças a esta abundância, o arraial se desenvolveu, sendo elevado em 1718, à categoria de Vila de São José del Rei, ganhando a configuração arquitetônica que permanece até hoje.


A decadência do metal não impede a Coroa Portuguesa de lançar a derrama, exigindo o pagamento compulsório de impostos atrasados do quinto do ouro. Esta atitude opressora da metrópole faz nascer um sentimento revolucionário, que ficou conhecido como Inconfidência Mineira.


Em 06 de dezembro de 1889, com a valorização da figura do alferes, o governo republicano, decide trocar o nome da cidade para Tiradentes , homenageando o filho ilustre, nascido em 1746 na fazenda do Pombal, à margem direita do rio das mortes e em 1938, não só a cidade, mas todo seu entorno paisagístico é tombado pelo IPHAN, e hoje, Tiradentes se orgulha de sua vocação turística, sendo considerada um dos pólos turísticos mais importantes do Brasil.



Ao ser proclamada a República, o governo republicano precisava de um herói que, segundo os novos governantes, representava esses ideais. A escolha caiu sobre o alferes Joaquim José da Silva Xavier, que além de tudo combateu um governo monárquico. Dessa feita, foi mudado o nome da cidade para Tiradentes. Tiradentes tornou-se um dos centros históricos da arte barroca mais bem preservados do Brasil, por isso voltou a ter importância, agora turística, na metade do século XX, foi proclamada patrimônio histórico nacional tendo suas casas, lampiões, igrejas, monumentos e demais partes recuperadas.

1702: A história da cidade teve início quando o bandeirante paulista João de Siqueira Afonso localizou filões de metais preciosos na região do Rio das Mortes e fundou o Arraial Velho de Santo Antônio, que posteriormente viria a ser Tiradentes. Naquele período, o Ciclo do Ouro estava em expansão na região das Minas Gerais, com a fundação de diversos arraiais em localidades onde eram encontradas riquezas naturais.
1718: Elevação do arraial à condição de Vila de São José del Rei. Segundo informações históricas, o nome “São José” adveio de uma homenagem ao príncipe português Dom José I. Desde a fundação, o arraial se expandiu aos poucos, pois constituía uma das rotas comerciais existentes e, com isso, ganhou importância no cenário das Minas.
1860: A Vila de São José del Rei foi elevada à categoria de cidade. Com a presença do poder imperial no Brasil, qualquer menção a Tiradentes e seus companheiros de Inconfidência Mineira podia ser encarada como uma ameaça à monarquia no país. Seria preciso que os ares republicanos permitissem nova alteração no nome do local.
1889: Após a proclamação da República, o alferes Joaquim José da Silva Xavier  (Tiradentes), antes considerado um inimigo do Império, foi transformado em herói nacional e homenageado com o nome da bela cidade.
1938: O charmoso conjunto arquitetônico da cidade de Tiradentes foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em um período cujo nacionalismo estava em alta através da figura do então presidente Getúlio Vargas.


Rua Silvio Vasconcelos, Tiradentes - (Foto: Google)










Imagens de Tiradentes - (Fotos: Google)




Sabores de Minas, em Tiradentes - (Fotos: Google)


Rua da Câmara - ao fundo, a Igreja de Santo Antônio, matriz de Tiradentes, obra-prima da arquitetura barroca mineira - (Foto: Google)



Igreja de Santo Antônio, matriz de Tiradentes - (Foto: Google)

A Matriz de Santo Antônio de Tiradentes teve a sua construção iniciada em 1710, no lugar  de uma pequena capela bandeirante, que foi a primeira Matriz da Comarca do Rio das Mortes. Em 1732 a Irmandade do Santíssimo Sacramento, em petição à Coroa Portuguesa, diz estar a igreja construída, faltando o forro e o assoalho. Na verdade, em 1733, o entalhador João Ferreira Sampaio trabalhava no altar-mor e em 1736/37 na obra de talha dos muros da capela-mor e arco-cruzeiro. Parece que em 1752 a igreja já estava concluída internamente, pois o pintor Antônio de Caldas, recebia, neste ano, 7.200 réis pelo douramento da igreja.

A igreja foi construída sobre uma colina e com grande aterro na parte fronteira, sua fachada, com duas torres bem desenhadas e frontão composto por duas largas volutas é ornamentada com rocalhas e encimadas por pináculos. No centro do acrotério existe uma cruz da cantaria, ladeada por dois globos flamejantes. Este frontespício foi construído em 1810/16, sob risco do Aleijadinho. O mestre da obra foi Cláudio Pereira Viana, que não só executou este serviço, como também a escadaria e balaustrada do adro, entre 1818 e 1820. Toda fachada foi executada em taipa, tijolos e argamassa, inclusive os ornatos rococó.




Altar-mor da Igreja de Santo Antônio, matriz de Tiradentes - (Fotos: Google)

Órgão da Igreja de Santo Antônio, matriz de Tiradentes, comprado na cidade do Porto (Portugal) - tem características alemãs - (Foto: Google)

Mais de 400 quilos de ouro foram utilizados na construção da igreja, a segunda mais rica desse metal no país. A variedade de elementos artísticos, como colunas, guirlandas, painéis ovais, castiçais e outros elementos do altar-mor revelam sua imponência.




Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a mais antiga de Tiradentes. A primitiva capela foi erguida pela Irmandade dos Homens Pretos, provavelmente em 1708.
A portada e o frontão com volutas bem desenhadas dão graciosidade ao frontispício em alvenaria de pedra. Na capela-mor, interessante pintura em perspectiva retrata a Virgem entregando o Rosário a São Francisco de Assis e a São Domingos Gusmão. O forro da nave foi pintado por Manoel Victor de Jesus e representa os quinze mistérios do Rosário.






Igreja das Mercês, no Largo das Mercês, em Tiradentes - (Fotos: Google) 

Possui magnífico interior rococó. O altar único, em talha policromada, forma com a capela-mor, arco cruzeiro e nave um conjunto de pinturas e dourados de rara beleza, executado por Manoel Victor de Jesus no período de 1793 a 1824. Não possui torres, e o local em que fica o sino é integrado à própria construção.


O Santuário da Santíssima Trindade recebe uma das maiores festas religiosas da região, o anual Jubileu da Santíssima, que atrai milhares de romeiros. Esse evento é celebrado na cidade há mais de dois séculos.


Pertencente à Irmandade dos Homens Pardos, a Igreja de São João Evangelista se caracteriza pela fachada simples e pela mistura de estilos em seu interior. Localizada no centro da cidade, a capela não possui torres, estando sua sineira em uma das janelas laterais. Reúne, na talha da caela-mor, elementos de estilo oriental, barroco e rococó. No local, está enterrado Manoel Dias de Oliveira, importante compositor brasileiro do período colonial.



No final da ladeira da Matriz, encontra-se o mais belo chafariz de Minas Gerais, construído em 1749 pela câmara para uma tríplice função: abastecer a vila com água potável pelas bicas frontais, lavagem de roupas pela lateral direita e bebedouro dos cavalos pela lateral esquerda. Sua fachada barroca guarda uma rara imagem de São José de Botas e um brasão da coroa portuguesa em arenito. O bosque Mãe D’água, localizado atrás do chafariz com aproximadamente um 1 Km de extensão, leva até a nascente que o abastece e seu caminho acompanha o aqueduto de pedra feito pelos escravos.





Teto da sala dos cinco sentidos, no Museu Casa Padre Toledo em Tiradentes-MG. Cada plano representa um sentido ilustrado com personagens da cultura greco-romana. Não nos foi ainda possível identificar os grupos que representam a visão (plano direito) e a audição (plano superior). Os outros são: Tato (plano central) - Hermes e Afrodite; Olfato (plano esquerdo) - Eros e Psique; Paladar (plano inferior) - Dionísio e Ariadne.

Museu Casa Padre Toledo - (Fotos: Google)

Essa casa imponente, digna do poderoso vigário da Comarca do Rio das Mortes, o inconfidente Padre Carlos Correia de Toledo e Melo, sem dúvida, merece uma visita. Foi a casa mais rica da Vila de São José del Rei. Alguns itens constantes na lista dos bens sequestrados revelam o ambiente de ostentação da residência. Cadeiras de caviúna com assento e encosto de damasco carmesim. A cabeceira da cama dourada e pintada, com sobrecéu de damasco. Essa casa, onde residiu o Padre Toledo de 1777 até sua prisão em 1789, já havia sido residência de outro inconfidente, o Cônego Luiz Vieira da Silva.

Foi nessa casa que aconteceu, em 8 de outubro de 1788, a festa de batizado de dois filhos de Alvarenga Peixoto e Bárbara Heliodora. O Padre Toledo havia sido o oficiante da cerimônia na Matriz de Santo Antônio. A festa acabou por se tornar uma reunião política. Entre os convidados estavam: Tomás Antônio Gonzaga, João Rodrigues de Macedo, Luiz Vaz de Toledo e Piza, irmão do Padre Toledo. Durante o calor dos festejos, brindes foram feitos. Luiz Vaz de Toledo e Piza declarou que cortaria, ele próprio, a cabeça do governador. O Padre Toledo revelava que se tornaria bispo. Alvarenga Peixoto anunciava: "eu serei rei e Dona Bárbara, a Rainha". Essas conversas e brindes acabaram sendo relatados por pessoas que estavam na festa e elas foram chamadas para depor na Devassa.

No século 19, a casa hospedou os dois imperadores brasileiros: D. Pedro I e D. Pedro II. Com o passar do tempo abrigou uma escola, a Prefeitura e a Câmara Municipal. É erroneamente chamada de "Casa de Tiradentes", pois não há nenhuma documentação que comprove que ele tenha residido na casa.

Sobrado Ramalho - (Foto: Google)

Este sobrado, situado no local conhecido como Quatro Cantos, na esquina das ruas Direita e da Câmara, é considerado o mais antigo da cidade. Foi residência particular da família Ramalho, que fundou a centenária Orquestra e Banda Ramalho em 1860. No século XX, abrigou um pequeno teatro no andar térreo.









A inexplicável decisão de Rodrigo Janot de suspender a delação de ex-presidente da OAS

Na semana passada, vazou através da revista Veja que a delação do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, envolvia o ministro Dias Toffoli, do STF. Até aí morreu Neves, não era o primeiro nem seria o último vazamento nas delações da Lava-Jato. Ledo engano. Imediatamente, gerou-se uma reação corporativa através do famigerado ministro Gilmar Mendes, o falastrão-mor do Supremo 366 dias do ano (sua disputa com Marco Aurélio Mello pelo primeiro lugar é acirradíssima).

Gilmar, que adota o silêncio das maritacas e a sutileza de um trem em movimento, imediatamente subiu nas tamancas e mais uma vez deu largas à sua rasteira pirotecnia verbal dizendo que os procuradores da República precisam calçar "sandálias da humildade" e não podem se achar o "ó do borogodó" por receberem atenção da imprensa. Em matéria de chamar a atenção da imprensa, Gilmar é PhD com pós-doutorado. Ninguém mais do que ele adora ver-se rodeado de microfones, gravadores e celulares. Gilmar Mendes gosta mais de um spot ou foco de luz em público do que esses bichinhos de luz (ou aleluias) que sentem tanta atração pela luz, que se suicidam por ela. Os sobreviventes viram cupim. Quem precisa urgentemente caçar as sandálias da humildade é ele, Gilmar, protagonista de um estrelismo desvairado. E quem se julga o ó do borogodó e também ele, Gilmar, com seu ar professoral esnobe. 

Deixemos Gilmar Mendes para depois. Surpreendente e inexplicavelmente, o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot reagiu à verborragia agressiva de Gilmar (sua marca registrada) suspendendo a validade da delação de Léo Pinheiro! Ou seja, decidiu beneficiar os denunciados e punir o delator, que na verdade é um colaborador na acepção legal e reconhecida do termo. Subverteu tudo e, como assinala a Veja, jogou no lixo uma delação de extrema importância:

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tomou a decisão mais controversa da Operação Lava-Jato na semana passada. Diante da repercussão da reportagem de capa de VEJA, Janot informou que as negociações de delação do empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, estão encerradas. O vasto material produzido ao longo de cinco meses de tratativas entre a Procuradoria e o empreiteiro foi enviado para o incinerador, eliminando uma das mais aguardadas confissões sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.

Para quem vive atormentado desde 2014, quando surgiu a Lava-­Jato, a decisão de Janot representa um alívio ou até a salvação. Léo Pinheiro se preparava para contar os detalhes de mais de uma década de simbiose entre o poder e a corrupção. Em troca de uma redução de pena, o empreiteiro ofereceu aos investigadores um calhamaço com mais de setenta anexos. São capítulos que mostram como a corrupção se apoderou do Estado em diversos níveis.

VEJA teve acesso ao conteúdo integral de sete anexos que o procurador-­geral decidiu jogar no lixo. Eles mencionam o ex-­presi­den­te Lula, a campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff e, ainda, dois expoentes do tucanato, o senador Aécio Neves e o ministro José Serra. A gravidade das acusações é variável. Para Lula, por exemplo, as revelações de Léo Pinheiro são letais. Lula é retratado como um presidente corrupto que se abastecia de propinas da OAS para despesas pessoais. O relato do empreiteiro traz à tona algo de que todo mundo já desconfiava, mas que ninguém jamais confirmara: Lula é o verdadeiro dono do famoso tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo — comprado, reformado e mobiliado com dinheiro de uma conta em que a OAS controlava as propinas devidas ao PT.

O tríplex do Edifício Solaris é o tema de um dos anexos que narram crimes praticados pelo ex-presidente. O empreiteiro conta que, em 2010, soube, por intermédio de João Vaccari, então tesoureiro do PT, que Lula teria interesse em ficar com o imóvel no prédio. Vaccari, que está preso, pediu ao empreiteiro que reservasse a cobertura para o ex-presidente. Não perguntou o preço. E quem pagou? Léo Pinheiro responde: “Ficou acertado com Vaccari que esse apartamento seria abatido dos créditos que o PT tinha a receber por conta de propinas em obras da OAS na Petrobras”. Ou seja: dinheiro de propina pagou esse pequeno luxo da família Lula. Para transformar o que era um dúplex em um tríplex mobiliado, a conta, segundo a perícia, ficou em pouco mais de1 milhão de reais. Pinheiro esclarece até mesmo se Lula sabia que seu tríplex era produto de desvios da Petrobras. “Perguntei para João Vaccari se o ex-presidente Lula tinha conhecimento do fato, e ele respondeu positivamente”, diz o anexo.

Como nenhum outro vazamento de delação na Lava-Jato levou à suspensão da delação correspondente, essa decisão inédita de Janot permite no mínimo as seguintes conjecturas:
☛ o vazamento escancarou uma carga maior sobre o ex-presidente Lula, personagem que -- pelo que se tem visto -- gera um inexplicável excesso de zelo e uma espantosa precaução do nosso Judiciário. Teria sido este um dos motivos do recuo de Janot?
☛ falou mais alto o espírito corporativo do PG Janot, pelo fato do vazamento incluir um ministro do Supremo? Ou foi pura paúra o que motivou o PG? Amarelou com a toga do Supremo?
☛ se, constitucionalmente, todos são iguais perante a lei, por que só no caso da menção a Toffoli a delação foi suspensa? Ministro do STF é, perante a lei, um igual "diferente"?
☛ Janot alegou que o vazamento denunciado inicialmente pela Veja referia-se a anexos "inexistentes" na delação -- a revista, na sua réplica, não só confirmou tudo que afirmara, mas deu detalhes de cada anexo, um por um. Quem é que, efetivamente, está mentindo nesta história? A Assessoria de Imprensa da PGR, em reportagem publicada neste sábado (27/8) na revista Veja afirmou: "Durante as negociações do acordo da OAS, foram discutidos fatos a respeito do ministro Toffoli. O procurador-geral da República não disse em momento algum que o anexo não existia". E agora, Janot, como é que fica?!
☛ Pergunta de um pagão em matéria jurídica: Janot não estaria, de fato, obstruindo a justiça?
☛ Janot subverteu completamente a máxima do in dubio pro reo (na dúvida, pelo réu): o réu declarado na delação é Léo Pinheiro e não Dias Toffoli.

Voltemos ao famoso ministro Gilmar Mendes. Ele arremete contra a delação que citou Toffoli com o mesmo ímpeto desvairado de Don Quixote contra os moinhos de vento. Gilmar não tem moral alguma para insurgir-se contra qualquer tipo de vazamento, porque ele é o maior "vazador" de si mesmo, porque frequentemente fala fora dos autos e antecipa seu voto em processos em andamento no STF, o que é um absurdo. Em setembro de 2015, Gilmar chamou os governos do PT de "cleptocracia", mesmo sendo o PT réu direto e indireto de inúmeros processos da Lava-Jato em andamento no STF e ainda não transitados em julgado. Ou seja, um ministro da Suprema Corte antecipa seu voto fora dos autos e não é declarado suspeito para opinar em processos contra o PT no STF. Que Justiça e que Judiciário são esses?!

Falar demais e ferir códigos de ética e jurídicos não são os únicos defeitos de Gilmar Mendes. Ele é um poço de malfeitos e sandices. Ele é grosseiro, rasteiro e insolente em seus comentários, é fervoroso amante da  baixaria vernacular. Ainda este mês ele disse que a Lei da Ficha Limpa foi feita por "bêbados", desrespeitando e insultando todos aqueles que trabalharam na elaboração dessa lei. Não é isso que se requer e se espera de um ministro de Suprema Corte.

Outro hobby do ministro Gilmar Mendes é sentar sobre processos no STF. Ele permanece imbatível como o rei dos pedidos de vista e o campeão disparado na retenção desses pedidos. Em levantamento efetuado em 2010, Gilmar tinha 22% dos pedidos de  vista do Supremo e retinha consigo os processos, em média, durante 462,67 dias!  Neste particular, ele é o Usain Bolt do STF, como se vê em levantamento feito em 2015



Sem qualquer delegação, Gilmar se arvorou de palmatória do mundo e virou uma versão togada masculina de uma vestal que vela pelo fogo eterno de verdades que só existem em sua cabeça, de tão deturpadas, distorcidas e/ou maltratadas por sua verborragia inconsequente e insuportável.
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PS - A revista Veja é frequentemente acusada de volta e meia fazer um jornalismo marrom, e concordo com isso. Mas, o fato incontestável é que os acusados por ela estrebucham, esperneiam e negam fatos em nome de suas mães, mas até agora ninguém conseguiu invalidar as alegações da revista -- nem no papo, nem na justiça. O máximo conseguido eventualmente foi o direito de resposta. Estará acontecendo o mesmo com Rodrigo Janot e a delação de Léo Pinheiro, da OAS?





segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Site árabe reclama de hipocrisia na Rio 2016: mulheres criticadas por usarem hijab e minissaia

[A Rio 2016, já de saudosa memória, foi um show de belezas naturais e humanas, uma convivência exemplar de esportistas de todos os cantos do planeta (com algumas exceções ridículas, como a do judoca egípcio que se recusou a apertar a mão de seu vencedor, um judeu), o amor gay entre atletas exposto como nunca se viu, a beleza do Rio e a simpatia dos brasileiros finalmente escancaradas para bilhões de pessoas -- enfim, o mundo vai ter que rever inúmeros conceitos gratuitamente negativos que tinha sobre o Brasil e o Rio. Como nota lamentável, a atitude idiota de um nadador americano famoso e babaca que quis nos sacanear e denegrir com mentiras e invenções, quebrou a cara e se consolidou como um palhaço (agora mais pobre, porque perdeu todos os seus patrocinadores depois de sua babaquice). 

Mas houve também momentos exemplares de tolerância pelo público brasileiro, como no caso do vôlei de praia com uma das jogadoras egípcias usando o hijab e o da atleta americana usando o véu islâmico. Mas o site árabe The New Arab não gostou da reação de parte do público e da mídia internacional com relação ao hijab usado pela voleibolista egípcia e chamou-a de "hipócrita". Traduzo a seguir o artigo do The New Arab. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]

Hipocrisia na Rio 2016: mulheres denegridas por causa de hijab e minissaia - Os regulamentos quanto aos uniformes foram abrandados pela Federação Internacional de Vôlei antes dos Jogos Londres 2012 - (Fotos: The New Arab)

A foto de uma atleta vestindo o hijab na Olimpíada do Rio causou excitação nas redes sociais. Ao mesmo tempo, uma comentarista esportiva britânica foi criticada por usar uma "roupa reveladora". 

Uma imagem notória dos Jogos Olímpicos, até agora, foi a de um de um jogo de vôlei de praia feminino entre Egito e Alemanha, que pôs em confronto a conservadoramente vestida Doaa al-Ghobashy contra Kira Walkenhorst, de biquini. Isso foi rotulado por muitas mídias da direita como um "choque de culturas" entre o Ocidente e os muçulmanos. 

O tabloide de direita do Reino Unido (RU) The Daily Mail, amante do biquini, fez uma extensa cobertura do jogo de domingo com a manchete: "As cobertas contra a descobertas: as jogadoras de vôlei de praia feminino egípcias e alemãs ressaltaram a maciça divisão cultural entre as equipes femininas ocidentais e islâmicas". 

The Sun, um tabloide infame por seus artigos sensacionalistas sobre imigrantes e "Islã radical", imitou o The Daily Mail: "CHOQUE CULTURAL nos Jogos Olímpicos Rio 2016: o jogo de vôlei de praia Egito x Alemanha mostra divisão cultural colossal entre duas equipes".

No site de notícias Reddit, muito popular como órgão de agregar pessoas, a foto foi publicada na primeira página com a legenda: "diferenças culturais". 

Não surpreendentemente, como é o caso com a maioria dos temas relacionados ao islamismo, as seções de comentários de leitores desses artigos eram na maioria dos casos de retórica islamofóbica. Alguns chamaram a atleta egípcia de "oprimida" e demandaram que ela mostrasse mais pele. 

Os regulamentos sobre uniformes foram relaxados pela Federação Internacional de Vôlei antes dos Jogos Londres 2012, de modo que mais atletas -- que, de outro modo, poderiam ficar impedidos ou desinteressados por causa dos biquinis e bermudas padronizados -- fossem encorajados a participar das competições. As novas regras permitiram que mulheres usassem shorts, blusas de mangas compridas e roupas inteiriças para o corpo. Muitas jogadoras não-islâmicas optaram pelo uso da roupa inteiriça. 

A comoção sobre sua escolha de vestimenta no entanto não constrangeu Ghobashy, que disse à mídia após perder de 2-0 para a Alemanha: "Tenho usado o hijab há dez anos. Ele não me impede de fazer coisas que amo fazer, e o vôlei de praia é uma delas". 

Enquanto isso, de volta ao RU, enquanto um debate furioso se desenrolava online sobre diferenças culturais entre o Ocidente e o Islã, a roupa da apresentadora na cobertura da BBC sobre as Olimpíadas deflagrou ainda outra discussão barulhenta sobre os corpos das mulheres. 

Alguns espectadores consideraram o vestido de Helen Skelton muito curto e inadequado. Helen Skelton tornou-se um dos assuntos mais comentados online, depois que alguns observadores consideraram que seu vestido durante a cobertura da natação mostrava carne demais. Alguns usuários do Twitter viram logo a hipocrisia da situação. 

[Acho que o problema está em levar muito a sério a expressão "choque cultural", o melhor seria chamar isso simplesmente de "convívio de culturas diferentes". Queiram ou não os árabes, não há como nós ocidentais não estranharmos o estilo de vestir imposto (ou não) às mulheres muçulmanas -- desde que isso não se transforme em preconceito e agressões, não vejo problema algum. A esgrimista Ibtihaj Muhammad, primeira americana a competir vestindo o hijab,na Rio 2016, diz não se sentir segura em seu próprio país

Nós ocidentais temos também certas idiossincrasias quanto a certos comportamentos, e vimos isso na Rio 2016. A atleta americana Gabby Douglas foi duramente criticada nas redes sociais por não ter colocado a mão no peito durante a execução do hino americano. Os atletas brasileiros, homens e mulheres, são obrigados pelos militares a prestar continência à bandeira nacional quando no pódio, o que acho um tanto ou quanto esdrúxulo. Assim caminha a humanidade.]

domingo, 28 de agosto de 2016

A arte de Eliseu Visconti

Para esta postagem me apoiei no livro Eliseu Visconti, da Coleção Folha - Grandes Pintores Brasileiros, 2013, na Wikipédia e no Google. Já apresentei no blogue os seguintes pintores brasileiros, por ordem alfabética:

Aldemir Martins
Alfredo Volpi
Almeida Júnior
Cândido Portinari
Di Cavalcanti
Manabu Mabe
Victor Meirelles

Eliseo d'Angelo Visconti (Giffoni Valle Piana30 de julho de 1866 — Rio de Janeiro15 de outubro de 1944) foi um pintordesenhista e designer ítalo-brasileiro ativo entre os séculos XIX e XX. É considerado um dos mais importantes artistas brasileiros do período e o mais expressivo representante da pintura impressionista no Brasil.

Nascido na comuna de Giffoni Valle Pianaprovíncia de Salerno, na região italiana da Campânia, imigra por volta de 1873 com sua irmã Marianella para o Brasil, indo diretamente para a fazenda de propriedade de Luís de Sousa Breves, o barão de Guararema, em Além Paraíba. A profunda afeição da Baronesa pelo pequeno Eliseu coloca-o ainda jovem estudando no Rio de Janeiro. Após um frustrado início na música, ingressa em 1882 no Liceu de Artes e Ofícios. Três anos depois, sem abandonar o Liceu, matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes, tendo como professores Zeferino da Costa , Rodolfo AmoedoHenrique BernardelliVictor Meirelles e José Maria de Medeiros.


Em 1890, Visconti acompanha o grupo dos “modernos”, formado por professores e alunos que se rebelam contra as normas de ensino e abandonam a Academia de Belas Artes para fundar o “Ateliê Livre”. Aprovadas as reformas pelo governo republicano, a Academia transforma-se na Escola Nacional de Belas Artes.

Gioventù - OST - 65 x 49 cm - 1898 - MNBA-Ibram-Minc, Rio de Janeiro
Visconti volta a frequentá-la e, após concurso, recebe em 1892 o primeiro prêmio de viagem ao exterior concedido pela República, viajando no ano seguinte para a França. Aprovado no processo de admissão da École nationale supérieure des beaux-arts, abandona essa conservadora Escola ainda em 1894 e inscreve-se na École normale d'enseignement du dessin (École Guérin), onde foi aluno de Eugène Samuel Grasset, considerado uma das mais destacadas expressões do Art Nouveau. Frequenta também a Academia Julian, tendo como mestres Bouguereau e Ferrier. De temperamento inquieto e espírito aberto às inovações, Visconti mostra, em importantes trabalhos do período de sua formação na França e na America do Sul, influências dos movimentos simbolista, impressionista e art-nouveau. Viaja a Madri para cumprimento de suas tarefas de bolsista, onde realiza cópias de Diego Velázquez, absorvendo soluções para os efeitos de reflexão da luz natural, mais tarde utilizadas em alguns de seus trabalhos. Na capital francesa, expõe consecutivamente nos salões de arte e, após receber Medalha de Prata na Exposição Universal de 1900 por suas obras Oréadas e Gioventù, Visconti regressa ao Brasil. Naquele momento, não foi possível trazer consigo a jovem francesa Louise Palombe, companheira desde 1898 e com quem Visconti ficaria casado pelo resto de sua vida. Louise se tornaria figura marcante e inspiradora da obra de Visconti.

Eliseu Visconti é considerado -- ao lado de Almeida Junior, em São Paulo -- o introdutor de propostas artísticas que catalisam os debates a respeito de uma "modernidade" no campo das artes visuais brasileiras. A análise de sua instrução artística no Brasil e na  Europa traz informações sobre as inúmeras discussões então existentes no ensino artístico e o entendimento da diversidade do mundo da arte no Rio de Janeiro da época. 

Cronologia

1866 - Nasce em 30 de julho em Giffone Valle Piana, província de Salerno, Itália.
c. 1873-1892 - Cerca de 1873 vem para o Brasil. Ingressa no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro em 1882 e, três anos depois, inicia curso na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Integra em 1890 o Ateliê Livre, formado por professores e alunos insurgentes contra o ensino da  Academia. Em 1892, recebe o Prêmio de Viagem ao Exterior em concurso da Escola Nacional de Belas Artes (Enba).
1893-1900 - Embarca para Paris, onde ingressa em 1893 na Académie Julian e na École de Beaux-Arts. Abandona esta última no ano seguinte, ingressando no curso de Eugène Grasset na École Guérin, que se estende até 1898. Conquista a Medalha de Prata por suas pinturas e Menção Honrosa na Seção de Artes Decorativas e Artes Aplicadas da Exposição Universal de Paris, em 1990. O período do prêmio se encerra e o artista volta para o Brasil.
1901-1904 - Sua primeira exposição individual na Enba, Rio de Janeiro, ocorre em 1901.     No ano seguinte, conquista a Medalha de Ouro de Pintura e a Medalha de Prata pelo conjunto da obra na Seção de Artes Aplicadas à Indústria da Exposição Geral de Belas Artes. Em 1903, apresenta uma exposição individual em São Paulo e cria o ex-libris e o emblema da Biblioteca Nacional. Em 1904, vence o concurso de selos promovido pelos Correios do Brasil e ganha a Medalha de Ouro em Pintura na Exposição Universal de Saint Louis (EUA).
1905-1909 - Entre 1905 e 1907, desenvolve em Paris pinturas para o pano de boca, teto e    friso do proscênio do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Acompanha a instalação das pinturas no teatro no ano seguinte, quando assume a cadeira de Pintura na Enba. Monta seu ateliê na avenida Mem de Sá, no Rio de Janeiro. Em 1909, casa-se com Louise Palombe em Paris.
1911-1915 - Executa painéis para a Biblioteca Nacional entre 1911 e 1912, além de participar da I Exposição Brasileira de Belas Artes (1911) no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Afasta-se do cargo de professor da Enba em 1913, ocupando-se de executar em Paris a decoração para o teto do foyer do Teatro Municipal do Rio deJaneiro. Findo o trabalho em 1915, o artista acompanha sua instalação no teatro carioca.
1916-1920 - Alterna residência entre Paris e Saint-Hubert, vilarejo francês onde vive a família deLouise. Pinta diversas paisagens com características impressionistas.
1920-1926 - Retorna definitivamente ao Brasil em 1920. Participa de concurso comemorativo do Centenário da Independência, promovido pelos Correios no ano seguinte, e recebe Medalha de Honra na Exposição Comemorativa do Centenário da  Independência em 1922. Entre 1922 e 1923 realiza decoração para o vestíbulo do Palácio Pedro Ernesto, e entre 1924 e 1926 executa painel para o Palácio Tiradentes, ambos localizados no Rio de Janeiro.
1927 - Constrói uma casa em Teresópolis, onde fará paisagens impressionistas dessa região   serrana do Rio de Janeiro, às quais incorpora nossa atmosfera tropical.
1934-1944 - De 1934 a 1936, pinta um novo friso sobre o proscênio do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, além de restaurar o pano de boca dois anos depois. Em 1941, sua pintura Gioventù é doada pelo proprietário, E.G. Fontes, para o Museu Nacional de Belas Artes. No ano seguinte, Visconti doa para a Prefeitura do Rio de Janeiro os estudos para as decorações do Teatro Municipal. Falece no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1944.

Algumas de suas obras

Nu masculino (1893), carvão sobre papel, 62 x 47,6cm - Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - (Foto: Google)

No verão (1894), óleo sobre tela, 58,9 x 80,4 cm - Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - (Foto: Google)

Carvalho - Estudo para estamparia de tecido de seda (cerca de 1896) -  Guache sobre papel, 65 x 46cm - Coleção particular - (Foto: Google)


Retrato de ancião (1896), óleo sobre tela, 45 x 29 cm - Coleção paticular - (Foto: Google)

Autorretrato (cerca de 1898), carvão e giz sobre papel, 40,2 x 32,6cm - Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - (Foto: Google)


Louise (cerca de 1900), crayon sobre papel, 23 x 16cm - Coleção particular - (Foto: Google)


Perfil (cerca de 1900), lápis crayon sanguínea sobre papel, 35 x 26cm - Coleção particular - (Foto: Google)

Bas de Portière (cerca de 1901), 70,1 x 53,7cm - Estudo para estamparia de tecido. Aquarela sobre papel - Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - (Foto: Google)

Autorretrato (1902), 64,0 x 48,0cm -  Coleção particular - (Foto: Google)


Retrato da escultora Nicolina Vaz de Assis (1905), óleo sobre tela, 100 x 81,1cm - Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - (Foto: Google) [é impressionante -- mas certamente casual -- a semelhança do rosto da escultora com o de Judith I, de Gustav Klimt (1901)]

A Carta (1906), óleo sobre tela, 82 x 67cm - Pinacoteca do Estado de São Paulo - (Foto: Google)


Maternidade (1906), óleo sobre tela, 165 x 200cm - Pinacoteca do Estado de São Paulo - (Foto: Google)


Bailarinas e Beethoven (1906), cartão para confecção do pano de boca do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, carvão sobre papel, 194 x 114cm - Museu dos Teatros, Superintendência de Museus e FUNARJ (Rio de Janeiro) - (Foto: Google)


A influências das artes sobre a civilização (1908), pano de boca do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, óleo sobre tela, 1.200 x 1.600cm - Teatro Municipal do Rio de Janeiro - (Foyo: Google)


 Minha família (a rosa), (1909), óleo sobre tela, 100 x 78cm - Coleção particular - (Foto: Google)

O Beijo (cerca de 1910), óleo sobre tela, 64 x 81cm - Palácio Boavista (Campos do Jordão, SP) - (Foto: Google)



Retrato do crítico de arte Luís Gonzaga Duque (cerca de 1910), óleo sobre tela, 92,5 x 65cm - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro) - (Foto: Google)


Minha esposa (cerca de 1911), óleo sobre tela, 42 x 51cm - CasaOswaldo Cruz, Fiocruz (Rio de Janeiro) - (Foto: Google)


Bolhas de sabão (1911), óleo sobre tela, 45 x 56cm - Coleção particular - (Foto: Google)


Jardim de Luxemburgo(cerca de 1915), óleo sobre tela, 18,2 x 52,5cm - Museu Castro Maya - (Foto: do Museu)


Meditando (1916), óleo sobre tela, 67 x 54cm - Coleção particular - (Foto: Google)


Moça no trigal (cerca de 1916), óleo sobre tela, 65 x 80cm - Coleção particular - (Foto: Google)


Ninando no jardim (1916), óleo sobre tela, 65 x 81cm - Museu Castro Maya - (Foto: Google)


Flores (1917), óleo sobre tela, 65,5 x 81cm - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - (Foto: Google)


Volta às trincheiras (cerca de 1917), óleo sobre tela, 95 x 125cm - Fundação Edson Queiroz (Fortaleza/CE) [Durante a I Guerra Mundial Visconti residiu na Europa, circulou por locais ameaçados, passou por dificuldades, conheceu combatentes e conviveu com muitos que sofreram perdas de pessoas próximas no conflito. Para descrever a despedida de um soldado prestes a voltar ao campo de batalha, Visconti usa aqui as pinceladas livres e cores intensas das paisagens pintadas na fase de Saint-Hubert. Situa a cena em ambiente rural, onde, apesar das cores outonais, flores cobrem quase toda a fachada da casa. O soldado fardado e equipado se inclina em mesura triste e galante para uma moça trajada com apuro, que lhe estende a mão, resignada, evitando mostrar-lhe o rosto. O clima de desolação é adensado por duas figuras femininas ao fundo à direita, pelo tronco escuro da árvore em diagonal e pelo estado de abandono do jardim.]


Cura do sol (cerca de 1919), óleo sobre tela, 157 x 104cm - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro) - (Foto: Museu Nacional de Belas Artes)



Amigos inseparáveis (1921), óleo sobre tela, 27 x 35cm - Coleção particular - (Foto: Google)

O colar (1922), óleo sobre tela, 51 x 38cm - Coleção particular - (Foto: Google)


Retrato de Louise (1922), capa do livro "Eliseu Visconti e seu tempo", de Frederico Barata, óleo sobre tela, 66 x 81cm - Coleção particular - (Foto: Google)


A visita (1927), óleo sobre tela, 117 x 90cm - Coleção particular - (Foto: Google)


A caminho da escola (cerca de 1928), óleo sobre tela, 65 x 80,7cm - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro) - (Foto: Google)


Lição no meu jardim (cerca de 1930), óleo sobre tela, 81 x 65cm - Coleção particular - (Foto: Google)


Na alameda (cerca de 1931), óleo sobre tela, 121 x 104cm - Coleção particular (Fortaleza, CE) - (Foto: Google)


Ilusões perdidas (cerca de 1933), óleo sobre tela, 160 x 100cm - Coleção particular - (Foto: Google)


O batizado da boneca (cerca de 1933), óleo sobre tela, 96 x 87cm - Instituto Cultural Capobianco (São Paulo) - (Foto: Google)


Três meninas no jardim (1935), óleo sobre tela, 71 x 46cm - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro) - (Foto: Google)


Autorretrato ao ar livre (1943), óleo sobre tela, 81 x 59,5cm - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro) - (Foto: Google)


Obras em cerâmica

Vaso decorado com árvores azuis (1901), cerâmica pintada, 17 x 13cm - Coleção particular - (Foto: Google)

Vaso decorado com ipoméias (cerca de 1901), pintura em cerâmica, 20 (altura) x 21cm (diâmetro) - Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro) - (Foto: Google)

Vaso decorado com guirlandas azuis (1902), cerâmica pintada, 23 x 13cm - Coleção particular - (Foto: Google)