quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um belo texto de uma escritora haitiana após um ano e um dia da catástrofe que praticamente destruiu seu país

Agradeço a um dileto amigo a oportunidade de ter conhecido esse belo texto    da escritora haitiana Edwige Danticat, na edição que chegou às bancas da revista New Yorker. A tradução parcial que faço abaixo não tem a beleza do texto original.

Na tradição vodu haitiana alguns acreditam que as almas dos que morreram recentemente deslizam para os rios e correntes e lá ficam, sob a água, por um ano e um dia. Então, atraidas pela preces e canções rituais, elas emergem da água e os espíritos renascem. Esses espíritos reencarnados ocupam as árvores e, se você ouvir atentamente, escutará no vento seus calmos suspiros . Os espíritos podem também pairar sobre cadeias de montanhas, ou em grutas, ou em cavernas, onde vozes familiares farão eco às nossas próprias vozes quando as chamarmos. A comemoração de um ano e um dia é vista como uma enorme obrigação e um dever honroso para as famílias que acreditam nela e a praticam, em parte porque assegura uma continuidade transcendental do tipo que nos tem mantido, a nós haitianos, ligados aos nossos ancestrais por gerações, não importa onde vivamos.

"No Haiti, as pessoas nunca morrem realmente", me dizia minha avó quando eu era criança, o que parecia estranho porque no Haiti as pessoas sempre morriam, por alguma razão. Mas o que eu não entendia completamente é que no Haiti os espíritos das pessoas nunca realmente morrem. (Veja o texto completo).

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