Crescem os rumores de mudanças no setor elétrico, com a saída de José Antonio Muniz Lopes (apadrinhado por Sarney) da presidência da Eletrobras e sua substituição por Flavio Decat, ex-Diretor de Distribuição da empresa, por indicação de Dilma Rousseff. Essa mudança de cadeiras faria parte de um amplo acordo de "compensação" ao PMDB, envolvendo a manutenção de Sarney na presidência do Senado até 2012, a ida de José Antonio para a presidência da Eletronorte (para manter o quinhão de Sarney na área elétrica) e a garantia de que Renan Calheiros será o sucessor de Sarney na presidência do Senado, com o apoio do Planalto e do PT, como parte do processo de "reabilitação" de Renan. Veja aqui.
A administração de José Antonio à frente da Eletrobras pode ser considerada das melhores, senão a melhor, por que passou a empresa nos últimos anos pelo menos em termos de gestão. Ele conseguiu dar à empresa um papel de efetiva holding, "enquadrando" suas rebeldes subsidiárias (especialmente Furnas e Chesf), logrou dar início à sua internacionalização (embora com falhas, porque a empresa também nessa área continua atuando como braço estatal, ao contrario da Petrobras), conseguiu do governo a mesma flexibilidade que a da Petrobras com relação à Lei 8666 e teria logrado retirar a empresa do problema do superávit primário. Se confirmada, sua volta à Eletronorte, da qual já foi presidente, embute ônus e bônus -- entre os bônus está o de que ficará à frente daquela que se tornará a principal geradora do setor elétrico, responsável pelas usinas de Tucuruí, Jirau, Santo Antonio e Belo Monte, esta última a menina de seus olhos, um projeto que defende renhida e entusiasticamente há anos. Como ônus fica sua subordinação a Flavio Decat, com quem teve relações gélidas e formais enquanto este foi Diretor de Distribuição da Eletrobras. O estilo duro de Decat permite antever nova fase de afirmação para a holding, dentro de novos parâmetros, e um relacionamento mais tenso com as empresas controladas em um novo modelo de gestão, pelo menos em termos pessoais. Quem viver, verá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário