Sob o título "Islamismo e integração: a constatação do fracasso franco-alemão", o jornal Le Monde de ontem publica resultados preocupantes e até certo ponto surpreendentes (pelas cifras) sobre a integração das comunidades islâmicas na França e na Alemanha, as duas principais economias da União Europeia. O artigo comenta que a instalação durável de muçulmanos nas sociedades européias suscita, regularmente, debates sobre a "compatibilidade" do islamismo com as democracias ocidentais. As extremas-direitas européias estão sempre prontas a denunciar a "islamização" dos países europeus.
O artigo dá acesso a uma importante e reveladora pesquisa feita pelo IFOP (Instituto Francês de Opinião Pública), publicada com exclusividade pelo Le Monde, que revela em última análise a irritação e a impaciência das opiniões públicas francesa e alemã em relação às diferenças culturais e religiosas ligadas ao islamismo, e suas crescentes inquietações quanto à possível integração das populações muçulmanas às suas respectivas sociedades. Por exemplo, 42% dos franceses e 40% dos alemães consideram a presença de uma comunidade muçulmana como uma "ameaça" à identidade de seu país, e 68% dos franceses e 75% dos alemães avaliam que os muçulmanos "não estão bem integrados à sociedade". A pesquisa, a meu ver, deixou de analisar até onde e em que grau os governos e suas iniciativas são responsáveis pelos resultados constatados.
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