Para alimentar nove bilhões de pessoas em 2050 os países ricos deverão usar menos carne em suas refeições, para preservar os recursos do planeta segundo relatório de pesquisadores franceses emitido hoje. Fruto de trabalho iniciado em 2006, o relatório "Agrimonde" (Agromundo), ao examinar a questão da subsistência alimentar dos seres humanos no horizonte de 2050 responde a dois cenários: um privilegia o bem-estar imediato e o outro, o desenvolvimento sustentável. Este último exige uma "verdadeira ruptura", sublinha esse estudo realizado pelo Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRA, em francês) e pelo Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD, em francês).
"Está claro que, se todo o planeta comer como se come (hoje), e principalmente tanta carne, a pressão sobre os recursos naturais não será sustentável", diz Sandrine Paillard, responsável pela unidade prospectiva do INRA. Em média, uma pessoa tem 3.000 quilocalorias à sua disposição por dia, mas as disparidades são muito grandes: nos países ricos da OCDE esse número chega a 4.000, e até a 4.500 nos EUA, contra 2.300 na África subsaariana. No cenário baseado no desenvolvimento sustentável, os pesquisadores avaliam que as 3.000 quilocalorias diárias devem ser repartidas de maneira mais equânime no mundo. A ênfase está na diminuição do consumo de carne: só com relação ao consumo de água, por exemplo, enquanto 100 litros são necessários para produzir um quilo de batatas, são exigidos 13.000 litros para um quilo de carne de vaca! Vale a pena ler mais detalhes dessa pesquisa.
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