Em postagem recente fiz comentário sobre as dúvidas que, para o grande público, ainda pairam sobre os alimentos transgênicos e seu uso no Brasil. O Jornal da Ciência (órgão da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) reproduziu ontem um interessante artigo do jornalista Marcelo Leite ("Estados Unidos podem rever liberalismo transgênico") publicado na "Folha de S. Paulo Online".
Menciona o autor que, quando surgiram as primeiras controvérsias sobre a liberação de organismos geneticamente modificados -- os transgênicos -- nos anos 1990, formaram-se duas escolas de regulação: a americana, muito liberal e baseada em verificação a posteriori, e a europeia, mais inclinada para o princípio da precaução e testes de segurança anteriores ao licensiamento. No Brasil, nenhum grupo prevaleceu inicialmente e estabeleceu-se uma disputa entre os biotecnólogos, partidários da tese americana, e os outros que queriam previamente se proteger contra riscos. Acabaram prevalecendo os primeiros, restando no segundo grupo alguns "heróis" -- entre os quais se incluem representantes do Judiciário e do Ministério Público -- que vêm perdendo todas as batalhas nesse campo.
Eis que, inesperadamente, um alento para o lado perdedor brasileiro pode vir exatamente da pátria do liberalismo transgênico, os EUA. É que lá se encontra em discussão na Justiça a licença ambiental de uma variedade de alfafa geneticamente modificada para resistir a herbicidas -- concedida em 2005, essa licença pode ser revogada se prevalecer a ação legal apresentada por opositores aos transgênicos. Leia mais.
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