Em postagem recente sobre a mais recente tragédia americana, do psicopata que matou seis pessoas e feriu outras doze com uma arma legalmente adquirida em novembro, comentei sobre o absurdo da reportagem do Washington Post abordar apenas o lado político do massacre e não dizer sequer uma palavra sobre os terríveis efeitos que o porte de arma tem trazido para a sociedade americana. Parece que agora, passado o primeiro impacto da tragédia, vozes sensatas no mesmo Washington Post começam a chamar a atenção para a questão da liberdade para se portar uma arma nos EUA.
Na edição de hoje daquele jornal dois artigos abordam esse tema. Com o título "Armas e responsabilidade" (Guns and responsibility) Eugene Robinson comenta que pode-se não ter certeza que a tragédia de Tucson tenha algo a ver com política, mas não há dúvida de que tem tudo a ver com a "insana" recusa do país em impor controles sensatos sobre as armas. No outro artigo, sob o título "América, armada e perigosa" (America, armed and dangerous), Richard Cohen fala da "cultura americana da arma, que insiste no direito constitucional de portar arma", mesmo no caso de uma arma dissimulada como a usada na mortandade de Tucson, uma Glock 19 semiautomática capaz de danos imensos. Vale a pena ler esses dois artigos, que fornecem detalhes nem sempre disponíveis sobre como se pode comprar uma arma nos EUA e as implicações disso, que agora parecem ganhar força.
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