O governo argentino, tanto na chancelaria como na Casa Rosada, não disfarça seu desconforto e seu mal-estar pelo fato de Obama visitar Brasil, Chile e El Salvador em março e não ter incluído a Argentina em seu roteiro. Um destacado funcionário da chancelaria argentina disse ao jornal La Nación que será difícil para os EUA explicar por que cruzará o céu argentino para ir do Brasil ao Chile, sem fazer escala no país. Para a área diplomática os EUA manifestaram sua intenção de priorizar a relação com o Brasil como o líder da região e "manter relações firmes com o Chile", mas consideram "injusto" o tratamento de Obama à Argentina, depois que esta apoiou fortemente os EUA na reunião de cúpula dos presidente ibero-americanos em dezembro em Mar del Plata -- nessa ocasião Cristina Kirchner teria impedido uma dura investida dos países bolivarianos, que insistiam em um texto de condenação a Washington pela informação diplomática vazada pelo WikiLeaks.
A Casa Rosada cobra ainda reciprocidade do governo americano pelos acordos bilaterais que os dois países firmaram nos últimos tempos, e pelo tratamento cordial dispensado pelo governo Kirchner ao Secretário de Estado para a América Latina, Arturo Valenzuela, em sua mais recente visita ao país.
O Departamento de Estado e a embaixada americana em Buenos Aires explicaram que a decisão de Obama de não ir à Argentina prende-se à firme decisão do presidente americano de não visitar países que estejam imersos em processo eleitoral, como no caso da Argentina, que terá eleições em outubro deste ano. Para mostrar a "boa sintonia" entre Obama e Cristina, lembraram o discurso de Obama na ONU em setembro passado em que mencionou o exemplo de luta pelos direitos humanos na Argentina, e adiantaram que provavelmente os dois dignatários se encontrarão no G-20. Leia mais.
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