terça-feira, 13 de novembro de 2012

Setor elétrico, o novo saco de encrencas de Dona Dilma

[Depois que dirigiu o Ministério de Minas e Energia (MME) de 2003 a 2005 no governo do NPA (o Nosso Pinóquio Acrobata, Lula), Dona Dilma se apoderou do setor e fez dele seu feudo particular. Mais do que em qualquer outro ministério e setor, ninguém dá um suspiro nessa área sem o OK da ex-guerrilheira. A partir de então, o setor e o país vêm levando bordoadas, uma atrás da outra, porque como gestora e executiva Dona Dilma é um fracasso também na área energética. Temos apagões "inexplicáveis", brigas de consórcios de usinas em que o governo federal tem 40% e, agora, a enrascada da renovação de concessões vincendas de usinas hidroelétricas. Mandona e autoritária, Dona Dilma resolveu fazer uma intervenção federal no setor elétrico, achando que empresas e empresários se comportariam como vacas de presépio, e está vendo que ela manda mesmo é no seu poleiro. Vejamos, a seguir, o que nos conta hoje o jornal Valor Econômico sobre esta última ópera bufa concebida e regida por nossa ex-guerrilha e ex-ministra do MME.] 

Cresce a insatisfação com as condições para renovação das concessões no setor elétrico. O fundo norueguês Skagen, responsável pela gestão de US$ 18 bilhões em ativos e detentor de 17,5% das ações preferenciais da Eletrobras, enviou carta aos conselheiros de administração da estatal recomendando que não prorroguem as concessões. A Companhia de Transmissão Paulista (CTEEP), controlada pelo grupo colombiano ISA, anunciou que deixará expirar suas licenças. A Eletrobras, em documento obtido pelo Valor, aponta que as novas regras terão efeitos devastadores para a companhia.

Knut Harald Nilsson, gestor do fundo norueguês, que tem investimentos de R$ 2,6 bilhões no país, não poupou palavras para expressar seu descontentamento na carta aos administradores. "Isso pode ser interpretado como uma nacionalização forçada", diz. As ações do fundo valiam R$ 1,3 bilhão no começo do ano e agora valem R$ 730 milhões. Pelo menos metade da perda ocorreu após a divulgação do pacote do governo para o setor, no início de setembro.

O Conselho de Administração da CTEEP decidiu que não aceitará as condições do governo. A recomendação será apresentada à assembleia de acionistas no dia 3 de dezembro. A transmissora é a primeira empresa que opta, publicamente, por recusar os termos propostos para as renovações. A CTEEP terá direito de explorar suas linhas até julho de 2015. Em entrevista ao Valor, o presidente do conselho, Luis Fernando Alarcón Mantilla, disse que a decisão foi tomada com base em um estudo realizado pela FGV. O governo propôs à companhia pagamento de reembolso de R$ 2,9 bilhões e redução em sua receita anual permitida para operar esses ativos de R$ 2 bilhões para R$ 515 milhões.

Os administradores da Eletrobras recebem hoje mais um alerta do mercado a respeito das consequências do pacote de energia do governo sobre a companhia. Dessa vez, o recado vem dos mares do norte. O fundo norueguês Skagen, responsável pela gestão de US$ 18 bilhões, mandou uma carta aos conselheiros de administração da estatal recomendando a não renovação das concessões e pedem que as decisões desse colegiado sobre o tema sejam tomadas em benefício da empresa e não do controlador - a União Federal, que formulou as novas regras.

A Skagen é acionista da Eletrobras há 10 anos e possui 1% das ações ordinárias e 17,5% das preferenciais classe B. É portanto o maior investidor de mercado da empresa. A posição vale hoje R$ 730 milhões. No começo deste ano essa participação valia R$ 1,3 bilhão. A ação PNB saiu de R$ 24,67, no fim de 2011, para R$ 13,60, no fechamento de ontem. O valor de mercado da companhia caiu de R$ 26,5 bilhões para os atuais R$ 13,4 bilhões. Metade da perda do ano ocorreu após a divulgação do pacote do governo.
 
Além do documento aos conselheiros, também foi encaminhada uma carta ao embaixador do Brasil em Oslo, Flávio Helmold Macieira, a respeito das preocupações que a situação traz para a percepção sobre o próprio Brasil. O Skagen afirma que possui investimentos de R$ 2,6 bilhões no país. "Temos possibilidades financeiras para levar esse assunto até a Justiça e aos órgãos de mercado", disse Knut Harald Nilsson, gestor do fundo norueguês ao Valor. Na carta, a Skagen é direta ao alertar os administradores de que poderão adotar medidas para apurar suas respectivas responsabilidades caso não cumpram com seus deveres fiduciários. "Nós acreditamos que o governo federal brasileiro não compreendeu completamente os danos que isso pode causar à economia e à sociedade", ponderou Nilsson.

Eletrobras - Cotações no fechamento em R$/ação (clique na imagem para ampliá-la) - (Gráfico: Valor Econômico).

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