Sarney avacalha de vez com o NPA ao dizer que ele é "patrimônio" do país

Ser elogiado por Sarney não enriquece o currículo de ninguém, muito menos de quem já tem um currículo que caminha célere para transformar-se em certo tipo de prontuário.

No meio do frenesi causado pelo depoimento de Marcos Valério à Procuradoria-Geral da União, expondo mais evidências do envolvimento do NPA (o Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) no mensalão, Sarney saiu com dificuldade de sua modorra para declarar do alto de sua competência que o NPA não pode ser atacado por ninguém, porque é "um patrimônio do país".  Com a esperteza do velho e calejado coronel que é, Sarney fez na realidade um autoelogio, porque com o tipo de "patrimônio" acumulado pelo NPA -- escolha de ministros doutos e ilibados, severidade e rigor com malfeitos como o mensalão, e espírito cristão ao compensar regiamente quem lhe presta serviços íntimos, como Rosemary Nóvoa de Noronha -- Sarney parece ser profundamente familiarizado.

Ando preocupado com a saúde física e mental de Sarney, que anda -- ou melhor, se arrasta -- acusando demasiado o golpe de seus 82 anos. Parece que os marimbondos de fogo que ferrou em sua literatura lhe estão dando o devido troco.

Por via das dúvidas, como nosso país têm milhões de cegos, surdos e mudos que acreditam na santidade do NPA -- já estaria sendo preparada pelo PT uma petição pública ao Vaticano para beatificar o NPA, o que, esperam, lhe daria parte da imunidade perdida por não ser mais presidente -- uso este blogue para declarar a quem interessar possa, em alto e bom som, com todas as letras, em português e na língua dos nossos índios, que esse indivíduo NPA definitivamente não faz parte do meu patrimônio, e nunca o fez. Minha única e terrível relação com ele é a de ser vítima de seus atos há 10 anos.