sábado, 22 de dezembro de 2012

Petrobras tem maior deficit em 17 anos

O Brasil está cada vez mais longe da autossuficiência em petróleo e derivados. O reflexo é que a Petrobras terá neste ano o maior deficit comercial desde ao menos 1995, quando teve início a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento. [É bom deixar claro que há 17 anos a Petrobras tem prejuízo em sua balança comercial -- ver gráfico abaixo. Desses 17 anos de estatísticas, 10 já estão na conta do PT e faltam ainda, pelo menos, 2 anos. A dupla NPA - Dilma conseguiu nesse período arrasar financeiramente com a joia da coroa das estatais. De 41 petroleiras no mundo só 10 estão no vermelho e entre estas, claro, está a Petrobras. Há ainda uma história esquisita de uma refinaria em Pasadena (EUA), comprada pela empresa na gestão do Sr. Sergio Gabriell por um valor muitíssimo superior ao seu valor real, cuja repercussão vem num crescendo e joga empresa e governo contra as cordas. É esse o jeito petista de administrar a Petrobras  -- e o país.]


Até novembro, a diferença entre as importações e as exportações da empresa é de US$ 9,8 bilhões -aumento de 30% em relação a 2011 inteiro. A Petrobras exporta principalmente petróleo e óleo combustível e compra petróleo, diesel e gasolina. O setor de petróleo e derivados do país como um todo também terá o maior deficit desde 1995: US$ 11,8 bilhões no ano, segundo a Tendências Consultoria.

Com o crescimento acelerado na demanda por combustíveis, as importações da Petrobras cresceram e as exportações caíram.  O aumento da renda real das pessoas e o controle dos preços da gasolina contribuem para aumento no consumo, que cresceu 11,8% para a gasolina até outubro e 7% para o diesel. O consumo de etanol, que ficou menos competitivo com a gasolina barata, caiu 11%. "A demanda por combustível vai continuar crescendo, e, enquanto não aumentar a capacidade de refino, será necessário comprar de fora", diz Walter de Vitto, analista da Tendências Consultoria.  [Ver postagem sobre o problema de refino enfrentado pela Petrobras.]

O Brasil se tornou autossuficiente em petróleo em 2009, com exportações de US$ 9,2 bilhões e importações de US$ 9,1 bilhões. Hoje, em petróleo, país tem superavit de US$ 5,8 bilhões. Mas o Brasil exporta petróleo pesado e tem que importar petróleo leve.

 Desequilíbrio: há 17 anos a Petrobras tem deficit em sua balança comercial (clique na imagem para ampliá-la) -- (Gráfico: Editoria de Arte/Folhapress).

"O Brasil exporta o petróleo mais barato e importa o mais caro", explica Maurício Canêdo, economista da FGV. O refino do petróleo pesado é mais caro e exige mais tecnologia, e o Brasil não tem capacidade suficiente para esse refino. [A Petrobras tem 59 anos -- foi criada em outubro de 1953 --, no ano que vem será sessentona. O petróleo mais encontrado no Brasil é o do tipo pesado. Pergunta de leigo e contribuinte: por que a Petrobras nunca buscou a autossuficiência no refino do petróleo que mais encontra no país?! Será que essa história de ficar sempre na dependência dos preços externos do petróleo para decisões internas realmente valeu a pena nesses 17 anos de prejuízo?!]

Neste ano, pela primeira vez desde 1998, a exportação de gasolina vai ser insignificante, e a importação será recorde, de ao menos US$ 2,85 bilhões. O país não importava nada de gasolina até 2007. No ano que vem, a situação será pior. A Tendências estima que o deficit de petróleo e derivados do Brasil ficará em US$ 17,2 bilhões. Analistas não esperam aumento significativo na capacidade de refino antes de 2015, quando se estima que a refinaria Abreu e Lima (PE) vai começar a operar [essa refinaria faz parte da herança "bendita" que a supersimpática ex-guerrilheira diz ter recebido do NPA ...] 

Segundo a assessoria da Petrobras, o deficit na balança é decorrente de "menor exportação de petróleo devido ao aumento no processamento de petróleo nas refinarias visando atender o crescimento da demanda no mercado interno e aumento na importação de derivados, principalmente diesel e gasolina, para suprir o aumento de demanda do mercado interno não atendida pelo aumento de processamento". 

Até o mês passado, o deficit de petróleo e derivados do país foi de US$ 8,7 bilhões. Mas o número deve aumentar bastante devido a uma divergência nas estatísticas da Secex e da Petrobras. As contas da Secex ainda não registraram cerca de US$ 6 bilhões de importações da Petrobras neste ano.

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