Cientistas descobriram um planeta "habitável", que orbita em torno de um sol visível a olho nu, de magnitude 3. Esse planeta se encontra a apenas 12 anos-luz de distância [1 ano-luz = cerca de 9,5 trilhões de km], é de 2 a 6 vezes maior que a Terra, e se admite que esteja orbitando Tau Ceti, uma estrela quase idêntica ao nosso Sol.
Esse planeta é um dos cinco que circulam em órbita de Tau Ceti, e se situa dentro da zona habitável dessa estrela -- considera-se que tenha cinco vezes a massa da Terra. Conhecida também como "Goldilocks zone", a zona habitável é a região orbital que não é nem demasiado quente nem demasiado fria, de modo a permitir a existência de água sob a forma líquida na superfície do corpo celeste e, potencialmente, a existência de vida. Detalhes de sua descoberta serão publicados na revista Astronomy & Astrophysics.
Devido à dificuldade em detectar planetas fora do Sistema Solar, a maioria dos encontrados até agora têm sido de massas elevadas. A família planetária Tau Ceti é considerada o sistema solar de menor massa já detectado. Ela foi descoberta com o uso de uma técnica de alta sensibilidade, que combinou dados gerados por mais de 6.000 observações efetuadas por três telescópios. Foi utilizado o método de velocidade radial, que busca por "oscilações" no movimento de uma estrela provocadas pela força gravitacional de planetas.
Dr. James Jenjins, membro da equipe internacional da Universidade de Hertfordshire [Reino Unido], disse: "Tau Ceti é uma de nossas vizinhas cósmicas mais próximas, e tão luminosa que poderemos estudar as atmosferas desses planetas em futuro não muito distante. Sistemas planetários descobertos em torno de estrelas vizinhas, próximas do nosso sol, indicam que esses sistemas são comuns em nossa Via Láctea". Dr. Jenkins é um visitante fellow da Universidade de Hertfordshire na Universidade do Chile.
Foram descobertos, desde os anos 1990, mais de 800 planetas orbitando estrelas localizadas além do Sol. Os encontrados à volta de estrelas semelhantes ao Sol e mais próximos são os que mais interessam aos astrônomos.
Prof. Steve Vogt, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, outro membro da equipe internacional, disse: "Essa descoberta está em sintonia com a nossa visão recente de que virtualmente cada estrela possui planetas, e de que a galáxia tem que ter muitos desses planetas potencialmente habitáveis, aproximadamente do porte da Terra. Eles estão por toda parte, até mesmo na porta ao lado".
A professora australiana Chris Tinney, da Universidade de New South Wales e também membro da equipe internacional, disse: "Enquanto olhamos fixamente o céu à noite, vale a pena conjecturar que lá fora podem existir mais planetas do que estrelas, alguma fração dos quais pode ser habitável".
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