A Petrobras negocia a venda de seus ativos na Argentina, mercado no qual é
atualmente a quinta maior petrolífera, informaram os jornais 'La Nación'
e 'El Clarín' em suas edições de ontem. A argentina YPF é uma das
principais interessadas no negócio, que também receberá proposta de
outras três companhias de capitais argentinos: Pluspetrol (controlada
pelas famílias Rey e Poli), Tecpetrol (do grupo Techint) e Bridas
(família Bulgheroni e chinesa CNOOC). Segundo fontes, a Petrobras
contratou o Scotiabank Brasil para gerenciar a venda e procurar por
possíveis compradores.
Procurada pela Agência Estado, a Petrobras disse que não comentará o
assunto. A Petrobras possui a refinaria de Bahia Blanca, na Argentina,
com capacidade de refino de 31,5 mil barris por dia, e uma participação
de 28,5% em outra refinaria argentina na província de Salta, com
capacidade de processamento de 32 mil barris por dia. A YPF detém 50% do
ativo e os 21,5% restantes são da Pluspetrol.
O La Nación disse que a Petrobras inicialmente havia planejado manter
ativos de gás de xisto no campo gigante de Vaca Muerta e os blocos de
exploração no mar argentino, onde atua em parceria com a YPF e Enarsa. A
empresa brasileira também é proprietária de cerca de 300 postos de
combustível na Argentina, segundo o jornal.
As informações publicadas pelos jornais foram apuradas durante encontro
anual do Instituto Argentino de Petróleo e Gás (IAPG), realizado na
quinta-feira, em Buenos Aires, com executivos de empresas que acompanham
as negociações sobre os ativos de perto, segundo detalhou a imprensa
local. Atribuindo a declaração a um empresário do setor, o Clarín disse
que "houve um avanço entre Petrobras e YPF que, por ora, deixa de fora
da concorrência todos os demais. Para os brasileiros, que também estão
analisando o negócio do ponto de vista político, a prioridade é da
empresa vinculada ao governo.
Ao longo dos últimos dois anos, vários meios de comunicação da Argentina
e estrangeiros publicaram a mesma informação de venda dos ativos da
Petrobras Argentina, mas a companhia sempre negou a versão. Em
entrevista à Agência Estado, há cerca de um ano, o presidente da
companhia na Argentina, Carlos Alberto da Costa, confirmou que a empresa
poderia se desfazer dos ativos que "não são parte do core (núcleo
principal) de seus negócios".
[Notícia estranha essa ... Por que a Petrobras quer sair do mercado argentino? Receio de que lhe aconteça o que ocorreu com a espanhola Repsol, que controlava a YPF e foi privatizada em abril deste ano? Essa decisão tem alguma relação com o recente encontro entre as presidentes Dilma e Cristina?]
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