segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Exposição em Berlim mostra busto da rainha egípcia Nefertiti

[Além de ser uma atração por si só, Berlim é uma cidade que possui uma vida cultural intensa e excelentes museus.  Um deles, o Neues Museum (Museu Novo), está na lista dos imperdíveis na capital alemã. Ao contrário do que o nome parece indicar, a ordem para a construção desse museu foi dada em 8 de março de 1841 por Frederico Guilherme IV, rei da Prússia, diante da constatação de que as instalações do Altes Museum (Museu Antigo) eram insuficientes para acomodar as coleções que se ampliavam -- o adjetivo "novo" foi dado ao museu para diferenciá-lo do outro, já existente. 

Em 1850, as primeiras seções do Museu Novo, no térreo, foram abertas ao público. Em 1939, as seções do museu foram fechadas ao público e muitas de suas peças removidas para local seguro. Os objetos da Coleção Egípcia, muitos deles pesados e difíceis de transportar, permanecem no prédio e se cogita selá-los com paredes e sacos de areia para protegê-los de bombardeios previstos. De 1943 a 1945, bombas incendiárias e bombas explosivas causaram sérios danos ao prédio e ao seu acervo. Em 2003 começa a reconstrução do Museu Novo, em 21 de setembro de 2009 é realizada a "festa da cumeeira" e em 16 de outubro de 2009 uma grande cerimônia marca a reabertura do Museu Novo.

Reproduzo a seguir a reportagem de hoje da Folha de S. Paulo sobre a exposição aberta na semana passada nesse museu, para marcar os 100 anos da descoberta do magnífico busto da rainha egípcia Nefertiti.]

Uma exposição inaugurada no fim da semana passada no Neues Museum, de Berlim, marca o centenário da descoberta de uma das belezas mais enigmáticas da Antiguidade: o busto da rainha egípcia Nefertiti, que viveu há cerca de 3.300 anos.

A peça está em mãos alemãs desde 6 de dezembro de 1912, quando o arqueólogo Ludwig Borchardt a desenterrou na margem oriental do rio Nilo. Levada para a Alemanha com o consentimento do governo egípcio, o país árabe passou, logo depois, a tentar reaver o artefato -- até hoje, sem sucesso. Saiba tudo sobre a soberana e sua época no infográfico abaixo [clique na imagem para ampliá-la].


[Nefertiti, cujo nome significa "a mais bela chegou",  viveu de cerca de 1380 a 1345 a.C. era a esposa principal do faraó Akhenaton. Seu nome levou muitos investigadores a considerarem que Nefertiti teria uma origem estrangeira, tendo sido identificada por alguns autores como Tadukhipa, uma princesa do Império Mitanni (império que existiu no que é hoje a região oriental da Turquia), filha do rei Tushratta. Sabe-se que durante o reinado de Amen-hotep III chegaram ao Egito cerca de trezentas mulheres de Mitanni para integrar o harém do rei, num gesto de amizade daquele império para com o Egito; Nefertiti pode ter sido uma dessas mulheres, que adotou um nome egípcio e os costumes do país.

Contudo, nos últimos tempos tem vingado a hipótese de Nefertiti ser egípcia, filha de Ay, alto funcionário egípcio responsável pelo corpo de carros de guerra que chegaria a ser faraó após a morte de Tutankhamon. Ay era irmão da rainha Tié, esposa principal do rei Amen-hotep III, o pai de Akhenaton; esta hipótese faria do marido de Nefertiti o seu primo. Sabe-se que a família de Aye era oriunda de Akhmin e que este tinha tido uma esposa que faleceu (provavelmente a mãe de Nefertiti durante o parto), tendo casado com a dama Tié. O faraó Akhenaton, marido de Nefertiti, pôs fim ao politeísmo egípcio, substituindo-o pelo culto a Aton, o deus-sol.]

O busto de Nefertiti, do acervo do Neues Museum de Berlim - (Foto: Google).

Um comentário: