domingo, 2 de dezembro de 2012

Em outro país e em outro governo Mantega talvez tivesse dificuldade para sobreviver

O ministro Guido Mantega é dessas figuras que, se não existisse, teria que ser inventada, para satisfazer diversos segmentos do arco de nossa sociedade: a ala dos que gostam de humor negro, a dos que curtem humor pura e simplesmente (são os do topo da nossa pirâmide social, os gozadores, cujo bem-estar independe das trapalhadas do ministro), a dos que gostam de circo, a dos que colecionam maus exemplos que não podem nem devem ser seguidos, e por aí vai.

Se alguém se lembrar de que o Ministério da Fazenda já foi ocupado por Eugenio Gudin, Mário Henrique Simonsen, Pedro Malan e outros do mesmo porte, fica imaginando que Deus realmente se cansou de ser brasileiro e resolveu ir à forra, deixando o país sob o domínio do PT e seus fantásticos ministros. Sob o comando inicial do NPA (o Nosso Pinóquio Acrobata, Lula) e, agora, da nossa sempre sorridente e bem-humorada ex-guerrilheira, o PT estabeleceu a dicotomia incompetência-corrupção no governo. E houve mais de um caso de ministro e/ou dirigente, escolhido pelo NPA e mantido pela sorridente Dona Dilma, que conseguiu ser as duas coisas ao mesmo tempo. Passada a temporada dos ministros corruptos, estamos agora assistindo ao espetáculo deprimente de vários ocupantes de altos cargos de confiança, todos sem exceção com o carimbo indelével do NPA, metidos até o pescoço em mutretas e pilantragens. O da incrível Rose e seu séquito é o mais recente deles. Essa turma toda e suas molecagens compõem o que a nossa simpática ex-guerrilheira chama de "herança bendita" que recebeu do NPA ...

Voltemos ao ministro Mantega. Há que se reconhecer, antes de tudo, sua extraordinária capacidade de agir como boneco de ventríloquo, tanto no governo do NPA quanto agora no governo de nossa ex-guerrilheira eternamente de bem com a vida. Como economista, Mantega leva à estratosfera sua imbatível incapacidade de analisar, entender e prever fatos. Em 1994, ao analisar o Plano Real, do alto de sua nanométrica sabedoria esculhambou-o e  classificou-o como um "jogo de aparências"  

Passados 18 anos, Mantega continua inigualável em sua pétrea miopia intelectual aguda nas coisas do seu ministério e da nossa economia. O banco Credit Suisse reduziu, em junho, sua previsão para o crescimento da economia brasileira de 2% para 1,5% em 2012. Na época, o Boletim Focus do Banco Central ainda estimava expansão de 2,3% do PIB este ano, e a revisão provocou rebuliço. Principalmente por causa da reação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que não se fez de rogado e classificou como “piada” a estimativa de 1,5%. "Acho que é uma piada. Vamos crescer muito mais", disse o ministro no dia seguinte à divulgação do relatório do banco suíço, que já citava a desaceleração do investimento.

Diante dos números divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, o crescimento de 1,5% pode ser considerado uma meta distante. Para a economia brasileira crescer 1,5% este ano seria preciso que o PIB avançasse 3,9% no quarto trimestre, frente a igual período de 2011, o que, segundo o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, “é impossível”. No final dessa história constatou-se, mais uma vez, que piada mesmo é ele, Mantega.

Ao abordar os recorrentes erros de Mantega em suas previsões sobre nossa economia, o jornal Financial Times (FT) disse que o ministro não é p'ra ser levado muito a sério e que para que o Brasil atinja os 8% de aumento de investimento  que ele previu em 2013 seria necessário quase um milagre -- sugerir que isso seja sequer possível não contribui em nada para a já frágil credibilidade de Mantega, conclui o jornal britânico.  

Para reforçar sua visão negativa de nossa economia e a baixa credibilidade de nosso ministro da Fazenda, o FT publicou nessa mesma reportagem dois gráficos contundentes, reproduzidos abaixo (clique em cada imagem para ampliá-la):

Taxa de investimento e Taxa de Poupança Bruta no Brasil, ambas em queda - (Fonte: IBGE).

Taxa de crescimento de formação de capital fixo bruto [capital investido em ativos que produzem bens ou serviços] do Brasil - (Fonte: Nomura e IBGE).

Como o segundo gráfico mostra, a taxa de aumento em investimento do país vem caindo permanentemente e foi negativa em três trimestres (o quarto trimestre, o mais recente, não está incluído no gráfico). Esses períodos de taxa negativa de investimento ocorreram já no governo da sorridente Dona Dilma, o que evidencia pela milionésima vez como ela é péssima gestora.

Estamos ferrados e mal pagos: um ministro da Fazenda que é uma piada, reconhecido como tal internacionalmente, e uma presidente sempre bem humorada que chama de "bendita" essa herança de corrupção que recebeu do NPA e que não consegue investir nem o mínimo de que o país precisa.




 

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