Universitários brasileiros leem apenas de 1 a 4 livros por ano, revela Andifes
Dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior mostram que 23% dos alunos da Universidade Federal do Maranhão não chegam a ler 1 obra por ano, enquanto apenas
5,5% leem mais de 10 títulos no período.
Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 23,24% dos estudantes não
leem um livro sequer durante o ano. De uma forma geral, a maioria dos universitários brasileiros não vai muito além disso: lê, em média, de uma a quatro obras por ano. É o que revela levantamento exclusivo feito
pelo Estado a partir de dados divulgados pela Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Numa realidade diametralmente oposta, os estudantes da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) são ávidos por leitura: 22,98%
deles leem geralmente mais de dez livros por ano. No Maranhão, um dos
Estados mais pobres do País, esse índice é de apenas 5,57%.
No início do mês, a Andifes divulgou pesquisa feita com 19.691
estudantes de graduação de universidades federais de todo o País,
apresentando números consolidados do panorama nacional. A partir do
cruzamento de dados, foi possível mapear e distinguir os cenários
regionais no tocante a hábitos de leitura, frequência a bibliotecas,
domínio de língua inglesa e uso de tabaco, álcool, remédios e drogas não
lícitas.
A UFMA, que lidera o ranking dos universitários que não leem nada, ficou
em quarto lugar entre os menos assíduos à biblioteca da universidade -
28,5% dos graduandos não a frequentam. O primeiro lugar nesse quesito
ficou com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio):
metade de seus alunos esnoba o espaço.
"O aluno não vai à biblioteca porque não tem acesso a livros ou porque
não está estudando? Não sabemos por que ele não vai, mas devemos
pensar", afirma o coordenador nacional do Fórum Nacional de Pró-reitores
de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), Valberes Nascimento.
O curioso é que a taxa de frequência a bibliotecas é relativamente alta
no País: mais da metade das universidades tem índice superior a 80%.
No tocante ao inglês, média nacional de bom inglês entre universitários é de 38,31%. Das 56
universidades cujos dados foram levantados pelo Estado, a que apresentou
o menor índice de domínio do idioma foi a federal do Acre (Ufac), onde
apenas 8,42% dos graduandos se consideram em um nível adequado de
inglês. Os números também são muito baixos na federal do Recôncavo da
Bahia (8,54%), da Fronteira Sul (9,40%), do Amapá (9,97%) e na federal
de Rondônia (14,77%).
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