"A diretoria tem plena confiança em que Cook é a pessoa certa para ser o nosso próximo CEO", disse em um comunicado Art Levinson, presidente da Genentech e membro da diretoria da Apple. Ele acrescentou que "Jobs continuará a prestar serviços à Apple com seu discernimento, sua criatividade e sua inspiração excepcionais".
Cook, de 50 anos, tem sido amplamente considerado à frente dos candidatos à sucessão de Jobs, que tem estado de licença médica desde janeiro. O veterano de 13 anos de Apple, que se juntou à empresa pouco depois de Jobs assumir seu comando pela segunda vez em 1997, tem dirigido as operações do dia-a-dia da companhia durante esse período, como fez em duas licenças médicas anteriores de Jobs nos últimos sete anos.
"Sempre disse que, se chegasse o dia em que não pudesse cumprir com meus compromissos e minhas expectativas como CEO da Apple, eu seria o primeiro a dizer-lhes", disse Jobs em sua carta de renúncia. "Infelizmente, esse dia chegou".
Entretanto, o timing do anúncio foi uma surpresa e levantou dúvidas sobre sobre a saúde de Jobs, que foi diagnosticado com um tipo raro de câncer de pâncreas em 2004 e se submeteu a um transplante de fígado há dois anos. Jobs não tem feito comentários sobre sua saúde desde que disse em uma carta em janeiro estava tirando outra licença "para me concentrar em minha saúde". Ele apareceu no lançamento do iPad em março e na conferência anual de desenvolvedores da Apple em junho, com uma aparência franzina nas duas ocasiões.
Pessoas familiarizadas com a Apple disseram que Jobs continua ativo na empresa, e está envolvido de perto com a estratégia de produtos da companhia. Observadores da Apple não esperam que isso se altere com a ascensão de Cook. Ainda assim, Cook enfrenta um grande desafio ao suceder a Jobs porque terá que provar que a Apple pode ter êxito sem Jobs. Steve Jobs não apenas co-fundou a companhia, mas tirou a Apple de uma quase falência quando a ela retornou em 1997. Ele é considerado o visionário por trás da companhia, e desempenhou um papel fundamental ao fazer renascer o negócio com o computador Macintosh e desenvolver novos produtos como o iPod, o iPhone e o iPad.
"Grandes companhias raramente passam de uma posição forte para outra idêntica", diz Charles O'Reilly, um especialista em gestão na Graduate School of Business da Universidade de Stanford, acrescentando que a Apple enfrenta um desafio particular pelo fato de Jobs ter tido uma inusitada forte influência na cultura corporativa e na estratégia da empresa.
Cook, que trabalhou antes para a IBM e para a Compaq Computers Corp., é tido como um gênio na área de operações e foi de vital importância para eliminar ineficiências na linha de produção da Apple e na montagem de sua linha de suprimentos na China. Desde então, suas responsabilidades foram aumentando, culminando chefe de operações em 2005. Ele também liderou a empresa durante as ausências de Jobs no passado. Mas, as pessoas que o conhecem não o consideram um visionário. Ao contrário de Jobs, que é um lendário showman, Cook teve sempre a tendência de ficar fora dos holofotes, por ocasião das reuniões com analistas sobre os resultados trimestrais da empresa.
"Acredito que os dias mais brilhantes e inovadores da Apple estão diante dela", escreveu Jobs. "E fico na expectativa de acompanhar esse sucesso e de contribuir para ele em um novo papel. Fiz na Apple alguns dos melhores amigos de minha vida, e agradeço a vocês todos pelos muitos anos de ter podido trabalhar com vocês", acrescentou.
Steve Jobs (Foto: Google).
Tim Cook (Foto: Google).
Cook & Jobs (Foto: Google).
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