Quando se tem uma maioria de apenas um voto, a última coisa que se quer é um escândalo sexual envolvendo um membro do parlamento numa composição política tão limitada. Mas, essa é precisamente a situação de Julia Gillard, primeira-ministra da Austrália, um ano depois da eleição confusa que levou seu governo trabalhista ao poder.
A polícia está investigando alegações de que Craig Thomson, um deputado trabalhista que já foi secretário nacional do Sindicato de Serviços de Saúde, usou seu cartão de crédito corporativo para pagar milhares de dólares a um bordel de Sydney. Ele tem negado qualquer delito e alega que outra pessoa, que não identificou, usou seu cartão e forjou sua assinatura.
Com o apoio ao Partido Trabalhista em seu nível mais baixo -- uma pesquisa de opinião ontem colocou-o 14 pontos atrás da coalizão conservadora -- o imbróglio tem o potencial de derrubar o governo da Sra. Gillard. Se condenado, Thomson terá que deixar o parlamento, deflagrando um processo eleitoral que certamente será adverso para o Partido Trabalhista.
Foi revelado na semana passada que o Partido Trabalhista pagou honorários legais de US$ 94.000,00 relativos a um processo de difamação de Craig Thomson contra o jornal The Sydney Morning Herald por causa das citadas alegações contra ele. Esse favor partidário salvou Thomson da falência, que o teria obrigado a renunciar ao seu mandato -- ele suspendeu a ação em maio, exatamente quando ela iria para a corte. O Herald publicou novas alegações nesta semana, que aparentemente evidenciam que o cartão de crédito de Thomson estava sendo usado na mesma ocasião em que foram feitas chamadas telefônicas do telefone dele para uma agência de acompanhantes, assim como para o Partido Trabalhista e para contatos do sindicato.
A primeira-ministra australiana Julia Gillard (Foto: Google).
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