Um grupo internacional de pesquisadores liderado pelo Centro de Pesquisas de Câncer Fred Hutchinson, na França, identificou cinco variantes genéticas hereditárias que estão associadas com a forma mais agressiva e letal do câncer de próstata. A descoberta pode levar ao
desenvolvimento de um simples teste de sangue que poderia ser dado no
momento do diagnóstico para determinar quais homens devem receber um
tratamento mais agressivo e quais deveriam recorrer a uma abordagem mais
conservadora.
Um número substancial de homens com tumores indolentes, que têm baixa
probabilidade de progredir para um câncer de próstata clinicamente
significante e letal, são tratados de forma inadequada e exagerada e,
como resultado, sofrem efeitos colaterais como impotência sexual e
incontinência urinária.
- "Biomarcadores que poderia diferenciar entre pacientes com tumores
indolentes e os mais agressivos são urgentes" - disse Janet L. Stanford,
do Programa de Pesquisa em Câncer de Próstata do instituto. - "O painel
de marcadores que identificamos proporciona a primeira evidência
validada de que variantes genéticas herdadas têm um papel importante na
progressão e mortalidade do câncer de próstata. Em última análise,
esses marcadores poderiam ser usados na clínica, junto com outros meios
conhecidos que são usados para avaliar a agressividade de um tumor".
O instituto patenteou o painel de cinco polimorfismos de nucleotídeo
único (SNPs), que são variações de uma única letra no alfabeto de quatro
letras do DNA que servem como marcadores de variação genética em todo o
genoma, que pode desempenhar um papel no desenvolvimento ou progressão
da doença.
- Escolhemos estudar SNPs nos genes que potencialmente têm um papel
chave em meios biológicos que podem contribuir para a progressão do
câncer de próstata como uma inflamação, produção e metabolismo do
hormônio esteróide, reparo do DNA e atividade da vitamina D" - afirmou
Janet.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram o DNA em amostras de sangue
de 1309 pacientes de câncer de próstata na região de Seattle, com idade
de 35 a 74 anos no momento do diagnóstico. Eles avaliaram 937 SNPs em
156 genes e, destes, 22 SNPs apareceram como estando significativamente
associados à mortalidade por câncer de próstata.
Um estudo de validação posterior destes 22 SNPs foi realizado em outro
grupo populacional de 2.875 pacientes na Suécia, com o mesmo intervalo
de idade no momento do diagnóstico. Após a genotipagem de DNA de seu
sangue, cinco dos 22 SNPs foram identificados associados à mortalidade
por câncer de próstata. Mais pacientes da Suécia (17,4%) morreram por
câncer de próstata que em Seattle (4,6%) durante um período médio de
acompanhamento de 6,5 anos, o que é consistente com a maior taxa de
mortalidade por câncer de próstata na Suécia em relação aos EUA.
Pacientes que apresentaram quatro ou cinco dos marcadores genéticos
identificados tinham um risco 50% maior de morrer da doença do que os
pacientes que tinham dois ou menos. O risco de morrer de câncer de
próstata aumenta com o número de variantes genéticas que um paciente
tem.
A utilidade potencial do painel de cinco SNPs nas clínicas para apontar
pacientes com maior risco de progressão da doença agora precisa ser
avaliado em outras populações de pacientes.
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