sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Votorantim Cimentos terá fábrica no Uruguai

A Votorantim Cimentos anunciou nesta quinta-feira, 11, a construção de uma fábrica de cimentos de US$ 146 milhões no Uruguai, em parceria com dois sócios. A unidade, que ficará pronta em 2014, é mais um passo da gigante nacional na busca de soluções econômicas para o abastecimento do mercado brasileiro. De acordo com o presidente da empresa, Walter Schalka, fabricar no Uruguai e exportar para o Brasil representará um corte de custos da ordem de 15% em relação às unidades nacionais.

Esse é mais um exemplo do mal que nos faz o chamado "custo Brasil" -- estamos gerando empregos e riqueza fora do país, por causa da estúpida política fiscal que asfixia a produção no país.

Segundo Schalka, a fábrica - que ficará na capital da província de Treinta y Tres, a cerca de 250 quilômetros da fronteira com o Brasil - foi pensada para atender o Rio Grande do Sul, onde não há jazidas de calcário disponíveis. Isso inviabiliza a construção de novas fábricas em território gaúcho. A unidade terá capacidade de produzir 750 mil toneladas de cimento ao ano e abastecerá basicamente o mercado brasileiro. "Mais de 80% da produção terá o Brasil como destino", explica o executivo.

O presidente da Votorantim Cimentos diz que não faria sentido construir uma unidade visando o consumo uruguaio, por conta da baixa demanda local. A nova planta se viabilizou graças à jazida de calcário que a Votorantim detém no país há cerca de dez anos. A fábrica terá participação de 20% da Agência Nacional de Cimento, Álcool e Petróleo (Ancape) do Uruguai. A Votorantim entrará com outros 20%, enquanto a Cementos Artigas - na qual a brasileira detém fatia de 38% - terá o restante do capital. A unidade vai gerar 120 empregos diretos.

A busca da gigante nacional por alternativas mais baratas para abastecer a demanda interna por cimento, a partir de fábricas instaladas próximas à fronteira com o Brasil, deverá se espalhar por diferentes países da América do Sul. "Os custos da operação no Brasil estão aumentando por conta da elevação dos custos de mão de obra, de energia elétrica e de combustíveis importados, influenciados pela cotação do petróleo. Operar no Brasil hoje é mais caro do que em países periféricos. No Uruguai, a competitividade de custo é muito boa", afirma o executivo.

Nos últimos anos, a companhia - que tem cerca de 40% de participação no mercado nacional de cimentos e faturou R$ 8,5 bilhões no ano passado - também cresceu na América Latina por meio de aquisições. A Votorantim tem 15% da Bío Bío, no Chile; 51% da Cementos Camba, na Bolívia; 35% da Cementos Iguazu, no Paraguai; 38% da Cementos Avellaneda, na Argentina; e 38% da Cementos Artigas, no Uruguai. A compra de 29,5% da Portland, em 2010, foi a porta de entrada para o mercado peruano. Também no ano passado, a companhia chegou a 12 mercados europeus, africanos e asiáticos com a aquisição de 21,2% na cimenteira portuguesa Cimpor.

Enquanto busca soluções para redução de custos com a produção em países latino-americanos, a empresa vai abrir este ano seis novas fábricas para atender a expansão do mercado interno. As unidades, espalhadas pelos Estados de Santa Catarina, Pernambuco, Rio de Janeiro e Maranhão, vão elevar a capacidade de produção nacional da Votorantim Cimentos em cerca de 6 milhões de toneladas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário