O exército americano sofreu um recorde de 32 suicídios em julho, o maior registro desde que começou a liberar esses dados mensalmente em 2009. Esse número elevado é um revés para o exército, que tem se dedicado fortemente a reduzir o número de suicídios nos últimos anos. A cifra de julho inclui 22 soldados da ativa e 10 reservistas. O recorde anterior era de 31 ocorrências, em junho de 2010.
Oficiais do exército alertaram que investigações estão em curso em relação à maioria das mortes, para determinar sua causa exata.
"Cada suicídio representa uma perda trágica", disse em um pronunciamento por escrito o general Peter W. Chiarelli, vice-chefe do Estado Maior do exército americano. "Embora o alto número de suicídios potenciais em julho seja desencorajador, estamos confiantes de que nossos esforços [contra isso] estão tendo um impacto positivo", acrescentou.
Há vários anos, o exército se lançou em um esforço redobrado para promover novos treinamentos para aumentar a capacidade dos soldados de se recuperar rapidamente do estresse e de reveses em combate e em sua vidas pessoais. Contratou centenas de orientadores psicológicos nas áreas de saúde mental e de uso abusivo de certas substâncias, e promoveu um esforço vigoroso para convencer os soldados de que buscar ajuda para problemas de saúde mental não terá um impacto negativo nas suas carreiras.
Foram contratados também os serviços do Instituto Nacional de Saúde Mental, para a realização de um estudo de cinco anos, de 50 milhões de dólares, para investigação e análise estatística da questão dos suicídios no exército, um esforço que inclui pesquisas, coleta de dados e testes médicos.
Nesse ínterim, Chiarelli dedicou centenas de horas para estudar o problema do suicídio e seus possíveis vínculos com desordem de estresse pós traumática e lesões traumáticas do cérebro causadas por explosões no campo de batalha.
Até agora, esses esforços não resultaram em uma mudança significativa da taxa de suicídios no exército. Nos primeiros sete meses de 2011, cerca de 160 soldados da ativa e reservistas cometeram sucídio, o que é praticamente o mesmo número de soldados que fizeram o mesmo nos mesmos meses de 2009 e 2010.
A Marinha americana, que não divulga estatísticas mensais de suicídios, tem informado taxas anuais dessas ocorrências semelhantes às do exército.
Oficiais veteranos do exército esperavam que a redução no ritmo de deslocamento de soldados para o Iraque e o Afeganistão pudesse diminuir a tensão geral sobre a tropa, e ajudar na diminuição no índice de suicídios de soldados. O tempo extra em casa, no entanto, não parece ter tido um impacto significativo na taxa de suicídios.
Nos últimos anos, o índice de suicídios no exército ultrapassou a mesma taxa para a população em geral. Essa comparação entre a população em geral e a tropa é difícil, porque as estatísticas nacionais de suicídios mais recentes, que são compiladas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, foram feitas há cerca de três anos.
Se a taxa de suicídios nas tropas for comparada à de uma população semelhante ao contingente militar em termos de idade, raça e sexo, o índice na Marinha e no exército parece ser aproximadamente igual ou ligeiramente menor que o da população em geral, de acordo com a empresa Rand Corp., uma 'usina de ideias" (think-tank) financiada pelo governo americano.
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