O governo da Itália anunciou que pretende em breve anunciar um novo orçamento que incluirá medidas de austeridade. 'Os diretores (do FMI) frisaram ser decisiva a implementação do pacote e vários deles disseram que cortes de gastos teriam um efeito positivo sobre os efeitos do mercado'', afirmou o FMI em um relatório divulgado nesta quarta-feira. O documento afirma ainda que a Itália precisa fornecer mais detalhes sobre seus planos de promover uma reforma tributária e que o governo precisa fazer mais para impulsionar a economia. "Apenas o crescimento sustentável vai reduzir o fardo da dívida pública'', diz o texto.
Segundo as estimativas do FMI, a economia italiana crescerá apenas 1% neste ano, contra 1,3% no ano passado.
Também nesta quarta-feira, o ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti, afirmou que o governo tomará medidas contra a crise. ''Nós precisamos fazer mais e faremos mais nas próximas horas'', disse.
Temores em relação às finanças da Itália fizeram com que o principal índice de referência da Bolsa de Valores de Milão, o FTSE MIB, caísse um total de 4% na terça-feira, recuperando em seguida para 1,2%. Tremonti está propondo um total de 48 bilhões de euros em cortes ao longo de três anos e afirma que pretende reduzir o déficit italiano a zero até 2014. Atualmente, o déficit representa 3,9% do PIB do país. O atual presidente do Banco Central da Itália, Mario Draghi, que assumirá em breve a presidência do Banco Central Europeu (BCE), criticou a maneira como a classe política europeia administrou a crise econômica nos países da zona do euro. De acordo com Draghi, que substituirá o francês Jean-Claude Trichet no BCE, a adoção de soluções parciais e temporárias só serviu para aumentar a incerteza na zona do euro. Draghi também pediu a adoção urgente na Itália de medidas de austeridade, que vem sendo discutidas no Parlamento do país.
Itália enfrenta pressões para adotar medidas de austeridade (Foto Reuters).
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