"A notícia positiva foi a nova estimativa para 2011", disseram os analistas do Bradesco em relatório. Em relatório, o analista Rodrigo Goes, do BTG Pactual, destacou os ganhos de produtividade da fabricante, que estão mais do que compensando a pressão do real valorizado sobre os custos.
Os papéis da fabricante brasileira de aviões vinham sendo pressionados para baixo por um ambiente mais desafiador, com novos rivais de Rússia, China e Japão.
A Embraer é a única das quatro grandes produtoras mundiais de aeronaves comerciais que não decidiu seu próximo passo nesse segmento, de onde obtém a maior parte de suas vendas. Em teleconferência, o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, disse que a demanda pelos E-Jets da empresa de 70 a 122 passageiros segue firme. Ele vê potencial de fechar vendas de jatos comerciais no segundo semestre em ritmo similar ao visto de janeiro a junho, quando foram anunciados pela Embraer acordos envolvendo 104 jatos comerciais ---62 novos pedidos firmes e 42 encomendas que devem ter seus contratos definitivos concluídos em breve. A maior disputa é por um contrato com a norte-americana Delta Air Lines -- que deve decidir sobre seu plano de frota em outubro.
A Embraer mantém o cronograma de decidir até o final do ano sua estratégia na aviação comercial, após a decisão da Boeing de remotorizar o avião 737. "Ainda não temos clareza exatamente do que será essa remotorização (do 737)... Mas esse anúncio que foi precipitado pela AMR deixou o cenário competitivo mais ou menos delineado", afirmou Curado. Na semana passada, a Boeing anunciou que colocará um novo motor que promete economia de combustível de até 15 % no 737, como forma de assegurar uma encomenda de 200 aviões da AMR, controladora da American Airlines.
A Boeing seguiu o caminho da rival europeia Airbus, que anunciou meses atrás o A320neo, avião com novo motor baseado no A320. A canadense Bombardier, que disputa diretamente com a Embraer o mercado de aviões regionais, está desenvolvendo a família de jatos CSeries, de 100 a 149 assentos.
Curado refutou a ideia de que a Embraer esteja atrasada em relação às outras fabricantes. "Temos os aviões mais recentes dessa faixa de mercado (de 100 passageiros)." A Embraer estuda se ingressará ou não num segmento adjacente ao de seu jato 195, que pode transportar até 122 passageiros. Nesse caso, poderia alongar o 195 --com modificações de motor e asa, entre outros componentes-- ou partir para o desenvolvimento de uma nova plataforma. "É evidente que quando se parte para um avião novo você tem muito mais flexibilidade de tamanho e pode incorporar aquilo que você quer. A contrapartida disso é que o investimento é muito maior", afirmou Curado, ao comparar as opções.
Além disso, a Embraer avalia remotorizar seus E-Jets, como sugerido por alguns clientes, caso da britânica Flybe. O presidente da Embraer enfatizou que, seja qual for a decisão, qualquer produto novo ou redesenhado terá muito em comum com os E-Jets atuais. "Temos uma base de 60 clientes. Essa base será protegida. A decisão será em consistência e em benefício dos nossos clientes atuais", assegurou.
Aviões projetados e construídos pela EMBRAER
Jatos comerciais
Jatos executivos
Aviões militares
Avião militar KC-390 (em desenvolvimento)
Aviões de uso agrícola
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