Isso faz parte da crescente ampliação do crime organizado no México, que se estende do tráfico de drogas ao sequestro de emigrantes, do roubo de gasolina à pirataria de software, e agora inclui o roubo de madeira. Em Cheran, essa guerra está sendo combatida por civis, cansados da inoperância ou mesmo, como dizem, da cumplicidade do governo. "Os criminosos vêm para cá e estamos desprotegidos", diz um líder da cidade. "Sem árvores não há água, há erosão do solo e ninguém pode viver da terra. Decidimos então nos protegermos por conta própria".
Habitantes locais disseram que os cortadores eram protegidos por homens com armamento militar, que agiam como se fossem donos do lugar. Em dois anos, derrubaram dois mil acres de floresta ancestral e atiravam em quem tentava barrá-los. Em abril, quando os marginais começaram a derrubar os pinheirais maciços que circundam as fontes de água da cidade os habitantes locais os enfrentaram e tomaram deles 10 caminhões abarrotados de madeira -- queimaram os caminhões e prenderam cinco motoristas, que foram libertados pela polícia estadual. Mas o confronto está longe do fim. "Há uma semana veio alguém e espalhou panfletos, que dizem que irão queimar as casas, as igrejas, as crianças e os velhos. Os panfletos estavam assinados "pai do diabo, Los Zetas" e ninguém viu quem os trouxe e espalhou", disse um habiatante local. No México, é comum uma máfia culpar outra máfia por difundir mensagens falsas.
Habitante de Cheran protegendo uma floresta local contra a ação de bandidos (Foto: The Washington Post).
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