quinta-feira, 7 de julho de 2011

As redes sociais e as crianças: é necessário educar "digitalmente" a garotada?

É impressionante como a garotada de hoje, desde cedo, se familiariza com o computador e começa a se envolver com as chamadas redes sociais. Como isso deve ser encarado, principalmente por seus pais? A França já vem pensando nisso, como veremos a seguir em um artigo do site Linternaute Actualité.

Face às crianças que desde sua mais tenra idade se apegam às redes sociais, os pais devem superar suas apreensões para fazer sua "educação digital" e protegê-las de certos riscos, segundo conselhos dados na segunda-feira por associações e especialistas.

De acordo com uma pesquisa feita pela empresa TNS Sofres, publicada na segunda-feira por iniciativa da União Nacional das Associações familiares (Unaf), da Comissão Nacional da Informática e das Liberdades (Cnil) e da associação Ação Inocência, quase metade dos jovens entre 8 e 17 anos tem uma conta aberta no Facebook.

Ainda que em princípio o Facebook lhes esteja proibido, quase 20% dos menores de 13 anos (na faixa de 8 a 12 anos) dizem que participam dele. A prática está longe portanto de ser marginal, o que para as associações justifica que os pais se interessem por ela. "Nesse terreno, encontramos pais que se sentem excluídos", disse François Fondard, presidente da Unaf, no relatório da pesquisa. Mas, "não é necessário ser um especialista em novas tecnologias para transmitir princípios educativos e acompanhar seus filhos rumo a uma autonomia e auto-domínio", ele quis reafirmar.

Para ajudar os pais, especialistas da Unaf, da Ação Inocência e da Cnil propuseram uma lista de "boas práticas". "Tentem instalar o computador em um ambiente de uso comum, e se seu filho tem seu próprio computador vigie para que ele não o utilize em um local isolado", recomendam eles. Os pais são também estimulados a fazer perguntas a seus filhos sobre o uso que fazem do Facebook -- "ao se interessarem pelo que eles fazem (e não apenas pelo tempo que gastam na rede), vocês mostram que estão à sua disposição em caso de necessidade ou de problemas".

Segundo ainda a pesquisa, "mais de um terço dos jovens já ficou chocado com conteúdos violentos e apenas 10% falaram disso com seus pais", enfatizou Elizabeth Sahel, responsável pela Ação Inocência, uma associação que cuida da prevenção frente aos riscos da Internet para os jovens. Outro assunto preocupante é o da vida privada. Os jovens não hesitam em fornecer nessas redes sociais seus dados pessoais, tais como seu nome verdadeiro (90%), uma ou várias fotos suas (88%), o nome de sua escola (67%), ou mesmo seu endereço postal (27%).

"Sem limite ou controle, tudo o que é colocado numa rede social pode ser visto e utilizado por todo mundo", lembram as associações e a Cnil aos pais, aconselhando-os a explicar aos filhos que "não é banal ou insignicante publicar uma foto desagradável de amigos seus ou deles mesmos". -- "A educação digital é tambem papel dos pais hoje em dia, e o respeito à vida privada constitui um elemento essencial dessa educação", menciona Isabelle Falque-Pierrotin, vice-presidente da Cnil.

Os especialistas prepararam toda uma parafernália de guias para ajudar os jovens a parametrizar seus perfis nas redes sociais, que os pais são encorajados a consultar/checar.
Uma página do Facebook (Foto: Justin Sullivan/AFP/Getty Images/Arquivos).

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