Pesquisadores encontraram no Piauí um cogumelo que emite luz e que tinha sido avistado pela última vez há quase 170 anos. A pesquisa do grupo de cientistas da USP e das universidades americanas
de San Francisco e de Hilo, no Havaí, será publicada na revista
científica Mycologia.
Em 1840, o cogumelo foi descoberto pelo botânico britânico George Gardner quando viu garotos brincando com o que pensou serem vagalumes nas ruas de uma vila onde hoje fica a cidade de Natividade, em Tocantins. Chamado pelos locais de "flor de coco", o fungo bioluminescente foi classificado como Agaricus gardeni e não foi mais visto desde então. "Fiquei sabendo que existiam ainda fungos assim por volta de 2001. Nos anos seguintes, me chegavam relatos de Tocantins e Goiás de um cogumelo grande, amarelo, que emitia uma luz", diz Stevani. "Mas fotografia mesmo vi só em 2005, uma tirada no Piauí", afirma ele, que já participou de expedições noturnas para a coleta do cogumelo. "As buscas acontecem em noites escuras, de lua nova, com as lanternas desligadas", explica.
Curiosamente, o cogumelo ainda é conhecido popularmente em várias partes do país como "flor de coco". Existem 71 espécies de fungos que emitem luz, 12 delas estão presentes no Brasil. A ciência ainda não desvendou o processo químico que permite que o fungo produza luz, nem a razão disso. Uma das teses consideradas é a de que a luz é emitida para atrair insetos noturnos, ajudando os fungos a dispersar seus esporos para a reprodução. Outra diz que a luz atrai insetos predadores que atacam insetos menores que se alimentam do fungo.
Cogumelos luminosos, encontrados no Piauí (Foto BBC Brasil).
Os cogumelos têm uma aparência amarelada (Foto BBC Brasil).
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