Astrônomos também são capazes de colaborar com o desenvolvimento de novos tratamentos contra o câncer.
Ao tentar desvendar a composição de estrelas e buracos negros, um grupo fez uma descoberta que, afirma, poderia ser aplicada em um método mais seguro e mais efetivo de radioterapia com o uso de elétrons de baixa energia.
"Como astrônomos, aplicamos física e química básicas para entender o que
estava ocorrendo com as estrelas", comentou a Dra. Sultana Nahar, da
Universidade do Estado de Ohio (EUA), que participou do estudo. "Estamos
muito animados em aplicar o mesmo conhecimento [em saúde]."
A ideia surgiu durante uma análise de substâncias que compõem as
estrelas. Em simulação computadorizada, os astrônomos detectaram como
metais pesados absorvem diferentes níveis de radiação. Durante a pesquisa que até então tinha ainda como enfoque as galáxias,
descobriu-se que metais como o ferro e o ouro emitem elétrons de baixa
energia quando expostos a raios X em algumas situações específicas.
Esse conceito poderia ser usado na destruição de tumores, com a vantagem
de a carga de radiação em células saudáveis ser menor do que a
utilizada em aparelhos atuais.
A partir daí, os cientistas chegaram à possibilidade de se injetar
nanopartículas de metais pesados dentro e ao redor dos tumores, que
receberiam uma carga curta e concentrada de radiação para combater o
câncer.
"Com a espetroscopia de raios X podemos dizer quais as energias
necessárias e quais átomos ou moléculas são mais efetivas em cada
tratamento", diz Nahar.
As conclusões do trabalho foram apresentadas no dia 24 de junho, durante o Simpósio Internacional de Espectroscopia Molecular realizado na Universidade do Estado de Ohio de 20 a 24 de junho deste ano.
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