Finalmente, e felizmente, a presidente Dilma Roussef teve que curvar-se à grita generalizada, e determinou que o BNDES não participasse mais do negócio da fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour. Como mencionei em postagem anterior, é simplesmente indefensável admitir-se que o governo, via BNDES, destine ao setor de supermercados mais dinheiro do que o que retirou do Ministério da Educação!
Como noticia o Globo em seu site hoje, o BNDES informou há pouco que suspendeu sua participação na operação de
fusão entre o Carrefour e o Pão de Açúcar, por causa da rejeição à
proposta pelo Conselho de Administração do grupo francês Casino,
acionista do Pão de Açúcar.
"Frente ao comunicado do Conselho de Administração do Grupo Casino,
rejeitando a proposta de associação entre o Grupo Pão de Açúcar e o
Carrefour, a diretoria da BNDESPAR (braço de participações do banco de
fomento) vem a público informar que cancelou o enquadramento da operação
solicitada pela Gama 2 SPE Empreendimentos e Participações S/A, em
função do não atendimento às condições estabelecidas", disse o BNDES em
comunicado. "Como reiterado em diversas oportunidades, o pressuposto da eventual
participação da BNDESPAR nesta operação era o entendimento entre todas
as partes envolvidas", continua a nota.
Logo depois, a Gama, empresa capitalizada pelo banco BTG Pactual,
informou que também suspendeu "temporariamente" a proposta apresentada
para a compra dos ativos do Carrefour no Brasil através do Pão de
Açúcar.
"A manifestação do Conselho de Administração do Casino (...) nos leva a
suspender temporariamente a proposta, com o firme propósito de manter um
diálogo aberto", diz a nota. O comunicado prossegue dizendo que "desde sempre, tratou-se de uma
proposta amigável, sujeita à aprovação dos acionistas e em consonância
com os contratos vigentes". "Acreditamos que a associação entre Pão de
Açúcar e Carrefour é excepcional para todos os públicos envolvidos e
poderá ser reavaliada no futuro", completa a Gama.
A fusão entre o Carrefour eo Pão de Açúcar foi rejeitada por unanimidade pelo conselho de administração da rede Casino, acionista do Pão de Açúcar com direito de assumir o controle deste em 2012.
Apesar de Abilio ter viajado a Paris somente para comparecer ao evento
do Casino e tentar convencer os outros conselheiros, o empresário
brasileiro abriu mão do seu direito de voto. Depois de três horas
reunido com o conselho, Abilio saiu isolado, depois de ver seu projeto
de fusão destruído pelos participantes do encontro. Segundo o
empresário, o fórum para avaliar "os méritos da proposta" é a Wilkes,
holding que reúne os Diniz e o Casino no Pão de Açúcar.
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