O estudo reexaminou os dados de ursos-polares fêmeas nos mares de Chukchi e Beaufort-sul que usavam coleiras com GPS e fizeram nados de pelo menos 50 km entre 2004 e 2009. Desse grupo, onze eram mães com filhotes. Em seis casos, filhotes dependentes sobreviveram ao nado quando foram localizados novamente de dois meses a um ano mais tarde. Mas, em cinco casos os filhotes não puderam ser localizados depois do nado de longa distância. George Durner, zoólogo pesquisador do USGS, disse ontem que os pesquisadores não podem assegurar que os filhotes desaparecidos se afogaram, mas as evidências sugerem que os nados de longa distância podem ser um risco.
"Fico surpreso ao ver as diferenças nas taxas de mortalidade de filhotes", diz Durner. "Gostaria de ter informação mais qualificada para ver quando a mortandade estava realmente ocorrendo -- isso nos daria muito mais subsídios, mas não temos isso". A sobrevivência de filhotes era mais alta para filhotes que não tinham registro de terem feito longos nados.
A redução de gelo no mar do habitat dos ursos-polares foi a razão citada em 2008 pelo ex-secretário do Departamento do Interior, Dirk Kempthorne, para declarar esses animais como ameaçados de extinção. De acordo com o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo da Universidade do Colorado, o baixo verão para gelo do mar, medido cada setembro, dava em média 2,7 milhões de milhas quadradas (aproximadamente 7 milhões de km²) de 1979 a 2000. O gelo do mar em anos recentes caiu para níveis bem abaixo disso, incluindo um record de 1,65 milhões de milhas quadradas (cerca de 4,3 milhões de km²0 no verão de 2007.
Os blocos de gelo costumavam ficar relativamente perto da costa do Alasca. Entretanto, em anos recentes, eles têm se afastado para longe da plataforma continental relativamente rasa que é o rico habitat das focas, as presas prediletas dos ursos-polares. Estes animais usam o gelo do mar para caçar. Sua época mais importante para se alimentar vai de meados da primavera até o início do verão, quando os filhotes de focas nascem e desmamam em tocas de neve sobre o gelo do mar.
Nem todos os ursos-polares tentam nadar longas distâncias. Alguns ursos permanecem "aboletados" em blocos de gelo até além da água rasa próxima à costa, quando a temperatura sobe. Alguns ursos passam o verão em terra. Mas, por razões desconhecidas, alguns outros ursos "alojados" em blocos de gelo, na terra ou em gelo remanescente decidem começar a nadar, e são vistos nadando cachorrinho por 160 km ou mais.
Esta foto de arquivo não datada mostra uma fêmea de urso-polar e seus filhotes descansando em um bloco de gelo do mar de Baufort, no norte do Alasca (Foto U.S. Fish and Wild Life Service, Steve Armstrup, Arquivo/Associated Press).
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