A ONU inicialmente apontou seu dedo acusador para agentes de segurança libaneses -- que foram aprisionados e depois soltos --, depois, para agentes sírios cujas identidades tentaram manter em segredo e, finalmente, no dia 30/6, decidiu que o culpado era o Hezbollah, o principal inimigo de Israel no Líbano. Mustapha Baddradin, o líder das operações militares da milícia, encabeça a lista -- a imprensa libanesa vinha anunciando isso há semanas -- e isso gerou o caos no seio do novo governo líbio, no qual o Hezbollah ocupa vários assentos.
Como se pode governar um país, quando um de seus grupos de gabinete assassinou o pai do homem que conduziu o governo anterior, o ex-premiê Saad Hariri? O novo premiê, Najib Mikati, um bilionário (muitos são bilionários, mas este já o era antes de assumir o governo), imediatamente apareceu na televisão para dizer aos libaneses que havia muitas acusações mas não provas. Era importante, disse ele, ser "paciente e racional".
Essa é uma tarefa difícil. A maior comunidade religiosa do Líbano é a dos Shia (à qual o Hezbollah é leal), a segunda maior é a dos Sunis (à qual os Hariri pertendem). Portanto, algo de que o país não tinha necessidade justo agora eram essas acusações da ONU.
Rafiq Hariri foi explodido por um caminhão-bomba em Beirute em 2005 (Foto: Getty Images).
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