Naufrágio do transatlântico Costa Concordia em 13/01/2012 na costa italiana - (Foto: The Independent).
Foi divulgado ontem que empregados graduados da empresa Costa Cruises sabiam que o transatlântico Costa Concordia estava navegando com problemas elétricos, vários dias antes de chocar-se com rochas na costa italiana [próximo à ilha Isola del Giglio] com a perda de 32 vidas.
Uma onda de novas alegações prejudiciais à empresa, vazadas de magistrados italianos, indicam também que portas importantes, que deviam estar seladas, não estavam fechadas corretamente e que a tripulação estava utilizando cartas náuticas não autorizadas quando o navio naufragou com mais de 4.000 pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes.
Codacons, a associação de consumidores italianos que lidera uma ação coletiva contra a Costa Cruises, juntou-se ontem ao ataque, afirmando que problemas elétricos podem ter contribuído para a morte de vários passageiros que teriam ficado presos nos elevadores do transatlântico. Giuliano Leuzzi, advogado da Codacons, disse que se receia que quatro passageiros morreram nessas condições.
O grosso dessas alegações, incluindo a de falhas cruciais no sistema elétrico de controle do navio, foi negado pela Costa Cruises.
Apesar disso, a Codacons ameaçou invadir os escombros do navio, que ela alega estar sendo desmontado agora, antes da coleta de provas importantes para o esclarecimento do acidente. A associação reclama particularmente do fato de a justiça ter autorizado a Costa Cruises a retirar dos restos do transatlântico o equipamento de radar. "Se continuarem a desmontar o navio sem permitir que as partes interessadas façam as verificações necessárias, não hesitaremos em invadir o Concordia junto com sobreviventes do naufrágio", disse o advogado Carlo Rienzi, presidente da Codacons.
Surgiram problemas com a caixa preta do navio ("gravador de dados de viagem", VDR em inglês) no dia 9 de janeiro [antes portanto do acidente], de acordo com uma correspondência obtida pelos investigadores do acidente. E ontem foi informado que a caixa preta não estava funcionando no dia da colisão.
Em uma série de emails nos dias anteriores ao desastre, o diretor técnico da Costa Cruises, Pierfrancesco Ferro, disse a uma empresa de consertos: "O VDR enguiçou pela milésima vez ... A situação está ficando insuportável". Os emails em que ele se refere ao equipamento defeituoso do Concordia começaram no dia 10 de janeiro. A correspondência indica que havia planos para resolver definitivamente o problema quando o navio atracasse em Savona, no dia 14 de janeiro.
Em um comunicado ontem, a Costa Cruises disse que "o VDR havia apenas emitido um código de erro". E continua: "Isso não significa, em hipótese alguma, que o equipamento estivesse inoperante, o que é demonstrado pelo fato de que os dados que ele continha estavam perfeitamente coerentes com as expectativas dos engenheiros". E acrescentou: "Não há regulamentação ou convenção internacional que proiba um navio de navegar em situação semelhante".
A Codacons, no entanto, discordou. "O fundamental é que o navio não deveria nunca iniciar uma viagem naquelas condições", disse o advogado Rienzi. "A legislação marítima diz claramente que um navio tem que estar em perfeito funcionamento", acrescentou. O comunicado da Costa Cruises negou igualmente que uma falha elétrica tivesse afetado os elevadores ou o fechamento das portas seladas do navio. Mas, não comentou a afirmativa de um membro da tripulação, Simone Canessa, de que as portas que deveriam estar fechadas hermeticamente estavam abertas quando do impacto do navio com as rochas, pois "isso era uma prática adotada durante a navegação, para facilitar o fluxo das pessoas que estavam trabalhando".
Quanto à alegação de uso de cartas náuticas "inválidas", a Costa Cruises disse que "o navio estava equipado com toda a documentação e as cartas náuticas eletrônicas necessárias para efetuar a viagem programada ... mas, o que é mais importante de ser lembrado é que o navio jamais deveria estar navegando tão próximo à costa" [estratégia da empresa de jogar toda a culpa exclusivamente no comandante].
Francesco Schettino, o comandante do navio, está sendo processado por homicídio culposo múltiplo e abandono do navio antes da evacuação de todos os 4.229 passageiros e tripulantes. Outras oito pessoas, incluindo três executivos da Costa Cruises, estão sob investigação. A operação de retirada dos destroços do navio começou em junho, e deverá durar até um ano para ser concluída. Os resultados da perícia técnica serão revelados em uma audiência no tribunal em 21 de julho.
O grosso dessas alegações, incluindo a de falhas cruciais no sistema elétrico de controle do navio, foi negado pela Costa Cruises.
Apesar disso, a Codacons ameaçou invadir os escombros do navio, que ela alega estar sendo desmontado agora, antes da coleta de provas importantes para o esclarecimento do acidente. A associação reclama particularmente do fato de a justiça ter autorizado a Costa Cruises a retirar dos restos do transatlântico o equipamento de radar. "Se continuarem a desmontar o navio sem permitir que as partes interessadas façam as verificações necessárias, não hesitaremos em invadir o Concordia junto com sobreviventes do naufrágio", disse o advogado Carlo Rienzi, presidente da Codacons.
Surgiram problemas com a caixa preta do navio ("gravador de dados de viagem", VDR em inglês) no dia 9 de janeiro [antes portanto do acidente], de acordo com uma correspondência obtida pelos investigadores do acidente. E ontem foi informado que a caixa preta não estava funcionando no dia da colisão.
Em uma série de emails nos dias anteriores ao desastre, o diretor técnico da Costa Cruises, Pierfrancesco Ferro, disse a uma empresa de consertos: "O VDR enguiçou pela milésima vez ... A situação está ficando insuportável". Os emails em que ele se refere ao equipamento defeituoso do Concordia começaram no dia 10 de janeiro. A correspondência indica que havia planos para resolver definitivamente o problema quando o navio atracasse em Savona, no dia 14 de janeiro.
Em um comunicado ontem, a Costa Cruises disse que "o VDR havia apenas emitido um código de erro". E continua: "Isso não significa, em hipótese alguma, que o equipamento estivesse inoperante, o que é demonstrado pelo fato de que os dados que ele continha estavam perfeitamente coerentes com as expectativas dos engenheiros". E acrescentou: "Não há regulamentação ou convenção internacional que proiba um navio de navegar em situação semelhante".
A Codacons, no entanto, discordou. "O fundamental é que o navio não deveria nunca iniciar uma viagem naquelas condições", disse o advogado Rienzi. "A legislação marítima diz claramente que um navio tem que estar em perfeito funcionamento", acrescentou. O comunicado da Costa Cruises negou igualmente que uma falha elétrica tivesse afetado os elevadores ou o fechamento das portas seladas do navio. Mas, não comentou a afirmativa de um membro da tripulação, Simone Canessa, de que as portas que deveriam estar fechadas hermeticamente estavam abertas quando do impacto do navio com as rochas, pois "isso era uma prática adotada durante a navegação, para facilitar o fluxo das pessoas que estavam trabalhando".
Quanto à alegação de uso de cartas náuticas "inválidas", a Costa Cruises disse que "o navio estava equipado com toda a documentação e as cartas náuticas eletrônicas necessárias para efetuar a viagem programada ... mas, o que é mais importante de ser lembrado é que o navio jamais deveria estar navegando tão próximo à costa" [estratégia da empresa de jogar toda a culpa exclusivamente no comandante].
Francesco Schettino, o comandante do navio, está sendo processado por homicídio culposo múltiplo e abandono do navio antes da evacuação de todos os 4.229 passageiros e tripulantes. Outras oito pessoas, incluindo três executivos da Costa Cruises, estão sob investigação. A operação de retirada dos destroços do navio começou em junho, e deverá durar até um ano para ser concluída. Os resultados da perícia técnica serão revelados em uma audiência no tribunal em 21 de julho.
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