quarta-feira, 4 de julho de 2012

Energia solar custa menos que a de dez distribuidoras, diz EPE

A energia solar está mais barata do que a tarifa aplicada por dez distribuidoras brasileiras, entre elas Cemig (MG), Ampla (RJ) e Cemar (MA). De acordo com estudo apresentado ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o custo médio da energia para residências que utilizam painéis solares é de R$ 602 por megawatt-hora (MWh), abaixo da tarifa residencial cobrada por essas empresas, que respondem por 15% do consumo residencial do país. [Ver postagem anterior sobre energia solar no Brasil.]

Os cálculos da EPE consideram o investimento inicial de R$ 38 mil na compra e instalação de um sistema solar com capacidade para cinco quilowatt-pico (kWp) - unidade que mede a potência de equipamentos solares fotovoltaicos - e período de vida útil de 20 anos. Segundo a estatal, essa capacidade seria suficiente para fornecer cerca de 550 quilowatts-hora (kWh) por mês e atender ao consumo médio de uma família de cinco pessoas de classe média. A conta de luz dessa família, sem o equipamento, na área da Cemig, por exemplo, seria da ordem de R$ 335 por mês.

A comparação considera todos os tributos e encargos aplicados nas tarifas das distribuidoras de energia hoje. O cálculo também leva em conta a isenção atual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para painéis fotovoltaicos. O valor também não inclui custos de transmissão e distribuição, pois o equipamento solar está localizado na área de consumo final.

As outras distribuidoras que possuem tarifa residencial superior aos R$ 602 MWh são Energisa Minas Gerais (MG), Celtins (TO), Nova Palma (RS), Sulgipe (SE), Companhia Luz e Força Mococa (SP/MG), Cepisa (PI) e Eletroacre (AC).

Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, o custo dos sistemas solares fotovoltaicos caiu em média 56% em apenas cinco anos, de € 5 mil por kWp, em 2006, para € 2,2 mil, em 2011. "A tendência é continuar caindo muito", disse o executivo.

O estudo, intitulado "Análise da Inserção da Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira", também analisou o custo de usinas termelétricas movidas a energia solar. Nesse caso, a tecnologia ainda não é competitiva. De acordo com a EPE, a energia solar fotovoltaica de uma usina tem custo médio estimado de R$ 405/MWh, valor muito superior ao preço médio obtido no último leilão de energia, realizado em novembro de 2011, de R$ 100/MWh e da média dos leilões de energia anteriores, de R$ 151/MWh.

O estudo, divulgado agora para o mercado, foi detalhado há duas semanas ao Ministério de Minas e Energia. O ministério vai analisar agora quais medidas podem ser adotadas para estimular o setor de energia solar no Brasil. Entre as alternativas em estudo, as principais são a realização de um leilão específico para a energia solar ou permitir que as usinas participem dos leilões convencionais do setor. "Podemos deixá-las competir com outras fontes, mesmo sabendo que é pouco provável que ganhem para mapear os preços", disse Tolmasquim.


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