O desastre nuclear de Fukushima foi o resultado de uma série de fatores “feitos pelo homem”, incluindo reguladores que não forneceram prevenção
adequada e a falta de compromisso do governo em proteger o público,
segundo um relatório de uma investigação parlamentar independente do
Japão divulgado hoje.
[Ver postagem anterior sobre o assunto.]
O acidente “não pode ser caracterizado como um desastre natural”,
afirmou o diretor do painel, o professor da Universidade de Tóquio
Kiyoshi Kurokawa, no texto. “Foi um desastre profundamente feito pelo
homem – que poderia ter sido previsto e evitado. E seus efeitos poderiam
ter sido mitigados por uma resposta humana mais efetiva". O relatório é a mais dura crítica já feita ao governo e à operadora Tokyo Electric Power (Tepco) no caso.
[Ver postagem anterior sobre a péssima atuação da Tepco no desastre de Fukushima.]
Segundo o documento, a investigação não conseguiu descartar que o
terremoto de 11 de março do ano passado tenha causado danos no reator
número 1 da usina Daiichi, em Fukushima, e no equipamento de segurança
do local. A conclusão é diferente da de outros relatórios, segundo os
quais os reatores resistiram ao terremoto, sendo danificados apenas pelo
tsunami que se seguiu no mesmo dia. Isso pode ter implicações para
todas as operadoras de usinas nucleares japonesas, se levar a padrões
mais resistentes diante de terremotos, fenômenos naturais comuns no
país.
As operadoras tiveram uma perda combinada de 1,6 trilhão de ienes (US$
20 bilhões) no período de 12 meses encerrado em março, graças a
paralisações por questões de segurança dos 50 reatores japoneses e a
contas maiores com combustível, quando tiveram de substituir a energia
nuclear por gás e petróleo. Desde então, dois reatores tiveram aprovação
para retomar seus trabalhos.
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