[O texto a seguir mostra mais um exemplo de invasão de privacidade feita por órgão do governo americano. A grande diferença é que nos EUA o braço da Lei alcança todo mundo, quem quer que seja, qualquer que seja o posto que ocupe, ao contrário do braço da nossa lei que, dependendo do acusado ou réu, sofre um processo seletivo de artrite, reumatismo e outras sérias limitações de movimento.]
Um amplo esforço de fiscalização da Administração de Alimentos e Remédios (Food and Drug Administration - FDA) dos EUA, que monitorou secretamente os e-mails pessoais de um grupo de cientistas seus insatisfeitos, foi "explicitamente autorizado" pelos advogados da agência, segundo foi anunciado na semana passada por congressistas que investigavam a FDA.
Os desdobramentos mais recentes dessa história, que está se revelando extremamente prejudicial para aquela agência reguladora, fornecem segundo o Washington Post o "primeiro sinal de que a atitude da agência foi sancionada pela mais alta cúpula da entidade".
Já em janeiro o Post informava que a FDA havia monitorado as comunicações de empregados que expressavam preocupações de segurança quanto ao processo de revisão (análise) médica da agência. Entretanto, o verdadeiro objetivo do gesto da agência tornou-se melhor conhecido na semana passada quando o New York Times informou que a agência utilizou o que o jornal chamou de "uma espécie de lista de inimigos" para capturar milhares de e-mails que os cientistas descontentes enviaram para legisladores, jornalistas e até para o presidente Obama, chamando atenção para o fato de que o processo de revisão (análise) da agência havia levado à aprovação de dispositivos de execução de imagens, usados em mamografias e colonoscopias, que expunham os pacientes a níveis inaceitáveis de radiação.
De acordo com o Times, o escopo e a execução do monitoramento foram "insólitos": "A agência, utilizando um software de espionagem adotado por empregadores para monitorar empregados, capturaram as imagens das telas dos laptops do governo utilizados pelos cinco cientistas quer no trabalho, como em casa. O software rastreou seus toques de digitação, interceptou seus e-mails pessoais, copiou os documentos existentes em seus pen drives pessoais e chegou mesmo a acompanhar suas mensagens linha por linha à medida que iam sendo escritas, conforme mostrado pelos documentos".
Aparentemente, a empresa contratada pela FDA postou os documentos em um website público, presumivelmente por engano. Os documentos incluiam arquivos sobre os congressistas que simpatizavam com os argumentos dos reclamantes. Ainda aparentemente, a FDA se preocupava com a possibilidade de que estivessem revelando segredos comerciais das empresas que fabricavam os tais dispositivos.
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