A negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) de conceder licença prévia para construção de um
estaleiro em Alagoas provocou uma reação política na bancada do estado no Senado, liderada pelo senador Renan Calheiros (PMDB). Na sexta-feira
(6), o senador disse que a decisão do Ibama de vetar o empreendimento é
política e será respondida com atraso na tramitação de um projeto que beneficia servidores da área ambiental. [Se Renan Calheiros sozinho é contra alguma coisa, a chance de que essa coisa seja honesta e decente é de 99,999% -- se ele estiver, como agora, apoiado por outro expoente do grupo da "ética minima minimorum" do Senado, o Sr. Fernando Collor, aí então a coisa que os contraria tem 200% de chance de ser certa, correta, honesta, decente, saudável e de interesse do país. Só alguém de mente e visão distorcidas como esses dois senhores, que os alagoanos nos fizeram o desfavor de eleger, pode chamar de "política" uma decisão de cunho ambiental. Vamos ver se Dª Dilma não se curva à chantagem dessas duas criaturas.]
No fim de junho, o Ibama negou a licença prévia para o Estaleito Eisa Alagoas,
que o grupo Sinergy pretende construir em Coruripe, no litoral sul
alagoano. De acordo com o órgão ambiental, o local escolhido pela
empresa para construção do estaleiro é inadequado, por estar localizado
em área de mangue. “Mais da metade da área proposta [55,4%] para
instalação do empreendimento encontra-se em área de preservação
permanente [APP], área de mangue, ecossistema fundamental para inúmeras
espécies”, diz parecer emitido pelo Ibama.
Para Calheiros, a recusa do Ibama foi política e as exigências para a
construção do estaleiro em Alagoas estão sendo maiores do que para
empreendimentos semelhantes instalados em outros estados do país. Em
resposta à negativa da licença ambiental, o senador pediu vistas a um
projeto que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
(CCJ) do Senado para criar cargos e que garante o remanejamento
definitivo de servidores de outros órgão que foram cedidos para o
Ministério do Meio Ambiente. “Indiscutivelmente, é uma questão política. Nós sempre ajudamos, eu
sempre tive boa vontade, mas, enquanto o Ibama não resolver esse
problema de Alagoas, sinceramente eu não vou ter com o Ibama a mesma boa
vontade que eu sempre tive”, disse Calheiros, que tem o apoio dos
outros dois senadores alagoanos, Fernando Collor (PTB) e Benedito de
Lira (PP).
Com o pedido de vista, o projeto saiu da pauta. Com o começo do recesso
do Congresso e, em seguida, o período eleitoral, a proposta corre o
risco de ficar parada na CCJ por muito tempo. “Eu o tirei de pauta e não
pretendo trazê-lo de volta enquanto o Ibama não resolver essa questão
em Alagoas. Já que virou uma questão política, nós vamos tratá-la como
questão política a partir de agora e até o fim”, reiterou Calheiros.
Em ofício enviado ao grupo Sinergy na última semana, o Ibama pede que o empreendedor
apresente locais alternativos para a construção do estaleiro, com
informações comparativas sobre o impacto ambiental de cada uma, de
acordo com a legislação ambiental brasileira. A empresa anunciou que irá
pedir a reconsideração do parecer pelo Ibama.
A construção do estaleiro tem previsão de investimentos de R$1,5 bilhão. De acordo com o governo de Alagoas, a obra pode gerar até 10 mil empregos diretos e 40 mil indiretos.
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