sábado, 14 de julho de 2012

iPad "brasileiro": mais um conto do vigário do governo?

[Depois da viagem de Dª Dilma à China, em abril de 2011, o governo, através dela própria e de seu escudeiro Aloizio Mercadante (à época ministro da Ciência e Tecnologia e agora ministro da Educação, e em ambos os cargos uma nulidade), criou um clima de euforia e enorme expectativa em torno da produção de iPads no Brasil pela empresa taiwanesa Foxconn, que tem "fábrica" (na realidade, uma linha de montagem) em Jundiaí (SP). O frenesi começou bombástico: investimentos de US$ 12 bilhões e início de produção em novembro de 2011, com garantia de que o iPad "brasileiro" seria muito mais barato que o importado, por conta de um pacote de incentivos do governo incluído na MP n° 517, de 30/12/2010, mais uma fantástica colcha de retalhos do enxoval de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA) -- essa MP está magnificamente definida em editorial do jornal O Estado de S. Paulo de 24/5/2011: "Mamífero ovíparo, com focinho parecido com bico de pato, rabo de castor, patas com membranas e garras e esporões nos tornozelos, o ornitorrinco, um animal semiaquático, é um exemplo de simplicidade quando comparado com a Medida Provisória (MP) 517 ...".


Ainda acometido de sua irresponsabilidade delirante, Mercadante confirmou em abril de 2011 que a Apple e a Foxconn produziriam iPads no Brasil, que no Natal (de 2011) teríamos uma "enxurrada" (sic) de iPads e que, sem a produção "brasileira" os iPads continuariam taxados em 36%. Em setembro de 2011, quando o BNDES se preparava para ser sócio da Foxconn na tal "fábrica" de iPads, já surgiam sérias dúvidas sobre a seriedade da proposta da Foxconn, cujo objetivo na realidade, na opinião de especialistas, era impedir que surgissem barreiras à importação de seus produtos. Em todos as postagens que fiz sobre esse assunto, bati insistentemente na tecla de que estávamos sendo vítimas de mais um engodo irresponsável do governo petista. Infelizmente, estava certo -- vejam reportagem abaixo da Folha de S. Paulo de 11 de julho corrente.]

Apesar de incentivo, iPad brasileiro custa o mesmo que o importado
Folha de S. Paulo - 11/7/2012

O iPad fabricado na fábrica da Foxconn em Jundiaí, interior de São Paulo, já está sendo vendido no Brasil --pelo mesmo preço dos fabricados na China. Modelos de segunda e terceira gerações do tablet da Apple são montados no país desde fevereiro com incentivos financeiros, que incluem isenção ou redução de IPI, PIS e Cofins.

Os dispositivos feitos no país, identificados pelo sexto e sétimo algarismos do número de produto "BR", podem ser encontrados na loja virtual brasileira da Apple e nas redes Americanas e Walmart. 

Em 2011, a Foxconn enviou ao governo brasileiro um pacote de exigências em troca dos investimentos no país, que somariam US$ 12 bilhões em cinco anos. A planta em Jundiaí estava contemplada nesse valor. Entre as contrapartidas exigidas por Brasília estavam a transferência de tecnologia e emprego de mão-de-obra majoritariamente brasileira -- não figurava a redução do preço dos aparelhos da Apple. [Esta frasezinha final confirma que Dª Dilma e Mercadante nos mentiram em abril de 2011 -- resta ver se a Foxconn cumpriu o resto das "contrapartidas" da nossa ex-guerrilheira.]

Em abril, a Anatel homologou o iPad fabricado em território brasileiro, que, segundo a revista "Veja", passou a ser comercializado aqui no final de junho. Os aparelhos manufaturados no Brasil também são exportados para países latino-americanos, segundo a publicação.

A Apple vende o novo iPad (terceira geração) com Wi-Fi por R$ 1.549 (16 Gbytes), R$ 1.749 (32 Gbytes) e R$ 1.999 (64 Gbytes). Já as versões do novo iPad com Wi-Fi e 3G/4G (a rede celular 4G ainda está indisponível no Brasil ) saem por R$ 1.849 (16 Gbytes), R$ 2.049 (32 Gbytes) e R$ 2.299 (64 Gbytes).

A unidade da Foxconn em Jundiaí, que custou US$ 2 bilhões à empresa --a principal fornecedora da Apple--, também produz iPhones e acessórios. 

"Não podemos exigir preço menor"

O governo não pode exigir de uma fabricante que abaixe o preço de um produto por receber vantagens fiscais, disse ao "Uol Tecnologia" Virgílio Almeida, Secretário de Políticas de Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia. [Esta é de cabo de esquadra! Quer dizer que o fabricante recebe incentivos (bancados pelo contribuinte), aumenta assim sua margem de lucro e o consumidor não se beneficia em nada disso?!! Vamos tentar entender a lógica petista: o mesmo governo que banca o machão com a Petrobras e a Vale, e interfere em suas gestões, que paga o mico de criticar e até zombar do meio financeiro internacional por conta da crise mundial, é essa ovelha submissa e ridícula diante de um fabricante estrangeiro que recebe suas benesses? Vixe Maria!]

Almeida disse que a Foxconn atende a todas as exigências feitas pelo Executivo, e que, "dessa maneira, o país ganha com geração de empregos e redução das importações".

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