[Mais uma comprovação de que nossa privacidade na internet não vale xongas.]
Foi informado que o Google pagará US$ 22,5 milhões para livrar-se de acusações de violação de acordos de privacidade, por rastrear secretamente milhões de usuários do navegador Safari, da Apple.
Fontes familiarizadas com as negociações do Google em relação às acusações levantadas pela Comissão Federal de Comércio (FTC, em inglês) dos EUA informaram que o gigante da internet estava próximo de um acordo com aquela comissão, segundo tanto a agência noticiosa Associated Press (AP) quanto o jornal Wall Street Journal (WSJ). O acordo está ainda pendente de aprovação pela FTC.
A multa multimilionária seria a maior já aplicada pela FTC a uma única empresa. Mas, como aponta o WSJ, essa considerável penalidade financeira é insignificante para a empresa -- no ano passado, o Google ganhou esse montante a cada cinco horas [segundo a AP, o Google tem US$ 49 bi em sua conta bancária, e sua receita neste ano deverá girar em torno de US$ 46 bi ...]. Mas, a disposição e o desejo do Google em fechar um acordo em um montante tão elevado efetivamente lançam suspeitas sobre sua confiabilidade para seus usuários.
Usando um código especial ("cookies"), o Google enganou o software do Safari da Apple de modo a conseguir monitorar as atividades online de milhares de usuários do navegador, que haviam bloqueado exatamente esse tipo de rastreamento. O Google, que desativou o mecanismo assim que soube que o WSJ o estava investigando, alegou que o rastreamento havia sido feito inadvertidamente e que não havia causado dano aos usuários.
A FTC apresentou acusações contra o Google depois que o WSJ publicou um artigo sobre a política de privacidade da empresa. Essa prática violou um acordo judicial homologado de 20 anos, que o Google assinou nada menos que em outubro passado, pelo qual concordava em manter um nível de transparência com seus usuários quanto a políticas de privacidade.
Em um comunicado, o Google alegou que a investigação da FTC referia-se a uma página do centro de apoio (help-center) publicada dois anos antes do acordo judicial ser assinado, e assegurou que os cookies dos anúncios haviam sido retirados e que "não havia coletado informação pessoal" do navegador do Safari.
Não é apenas nos EUA que o Google enfrenta problemas, segundo a agência noticiosa Reuters. A União Europeia investiga no momento as políticas de privacidade da companhia, para verificar se respeitam a legislação de privacidade mais restrita em vigor na Europa.
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