O parceiro francês no programa de construção de quatro avançados
submarinos diesel-elétricos e de um outro movido a energia atômica, para
a Marinha -- a Direction des Constructions Navales et Services --, festejou com o grupo brasileiro de especialistas em
treinamento - cerca de 50 deles - a oficialização da data do início do ProSub - o Projeto do Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro. A
cerimônia que marca a contagem do tempo foi realizada no Centro
Tecnológico da Marinha, em São Paulo, no campus da USP.
O contrato, incluindo obras civis, vale € 6,7 bilhões, cerca de R$ 21
bilhões [a taxa de R$ 3,13 por euro está muito exagerada!], um dos três maiores empreendimentos públicos do País. O grupo
brasileiro majoritário no empreendimento é a Odebrecht Defesa e
Tecnologia (ODT). A contar do dia 6 de julho, a agência de
desenvolvimento dos projetos vinculados ao ProSub terá três anos, talvez
pouco menos, para produzir a concepção básica do submarino. Segundo o
coordenador, almirante José Alberto Accioly Fragelli, "terá início,
então, a parte dos planos detalhados, junto com a construção do navio em
2016, no estaleiro que está sendo estruturado em Itaguaí, no Rio". [É "interessante" comparar o custo desse contrato com os R$ 34 bi (valor do governo) ou os R$ 50 bi (cálculos mais realistas) do nosso famigerado trem-bala ...]
A previsão para as etapas de conclusão situam em 2021 ou 2022 a
finalização da embarcação. A montagem eletrônica, o carregamento do
reator compacto e os testes de mar devem consumir, talvez, mais dois
anos. Um almirante ouvido pelo Estado acredita que sob pressão
estratégica - uma eventual ameaça externa - o SN-Br pode entrar em
operação efetiva em 2023. Se não, é coisa para 2025. O empreendimento,
de longo prazo, contempla uma frota de seis submarinos nucleares e 20
convencionais; 15 novos, S-Br, da classe Scorpène e cinco revitalizados.
Tudo isso até 2047, conforme o Paemb - Plano de Articulação e de
Equipamento da Marinha.
A frota de submarinos de ataque será o principal elemento dissuasivo da
Defesa brasileira. Um oficial especializado, que não pode ser
identificado, sustenta que "a percepção do agressor deve ser a de que
haverá resposta rápida e devastadora a qualquer aventura, vinda de uma
fonte difícil de identificar, capaz de surgir em qualquer lugar". Mais
comedido, o comandante da Força, almirante Júlio Moura Neto, lembra a
"necessidade de dar prioridade à estratégia do temor das consequências
considerados fatores como o Pré-Sal, a posição do Brasil no contexto
internacional, a garantia da segurança marítima e a vigilância sobre as
águas jurisdicionais, que somam 4,5 milhões de quilômetros quadrados,
uma Amazônia no mar".
Dinheiro garantido. Não está faltando dinheiro para o Pro Sub. Em
2011 o investimento foi de R$ 1,8 bilhão. Para 2012, o governo destinou
R$ 2,15 bilhões - recursos livres de cortes. Em Itaguaí, litoral sul do
Rio, há 6,3 mil pessoas trabalhando no complexo formado pelo novo
estaleiro e nova base de operações - 500 desses funcionários foram
treinados no canteiro que recebe este mês a primeira equipe de
engenheiros e projetistas da DCNS. Vão trabalhar com o pessoal da
Marinha no navio nuclear.
Em novembro terminam as obras da construção da Unidade de Fabricação de
Estruturas Metálicas (Ufem), onde serão construídos os submarinos S-Br,
com motores diesel-elétricos. Um mês depois, chegam da França as seções 3
e 4 do primeiro navio, que foram juntadas por soldagem de alta
tecnologia em Cherbourg, em dezembro de 2011. Em 2015 fica pronto o
estaleiro, e em 2017 será entregue o S-Br que abre a série de quatro,
recebidos um a cada 18 meses. A gleba do conjunto tem 980 mil metros
quadrados, dos quais 750 mil metros quadrados sob a água. Haverá dois
píeres de 150 metros e três docas de 170 metros. Base e estaleiro
ocuparão 27 prédios. A dragagem mobiliza 6 milhões de metros cúbicos. As
especificações dos navios brasileiros ainda estão sendo definidas. O
Scorpène Br é cerca de 100 toneladas mais pesado e 5 metros mais longo
que a configuração padrão, forma de aumentar a autonomia e o conforto a
bordo.
O programa brasileiro não é o único da América do Sul. Na Venezuela,
Hugo Chávez negocia com a Rússia a compra de 7 a 11 submarinos - um
deles nuclear, o Akula, de 12,7 mil toneladas, armado com torpedos e
mísseis. Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner anunciou, em junho
de 2010, um programa considerado tecnicamente pouco viável. A ideia é
converter a motorização de três velhos modelos de origem alemã, o San
Juan, o Santa Cruz e o Domec, dos anos 1970, concluídos no início dos
1980, atualmente em fase de revitalização. Todos receberiam um reator de
concepção local, o Carem, desconhecido fora da Invap, empresa que teria
criado o produto. Um dos navios modernizados estaria pronto para uso em
2015, outro em 2020. O terceiro ficaria dependente dos resultados
apurados no procedimento.
Amigo VASCO:
ResponderExcluirSinceramente, não acredito que submarinos, convencionais ou nucleares, se constituam hoje em armas de guerra. Em uma época em que aviões supersonicos, invisíveis, foguetes, misseis, satélites, etc., são utilizados em qualquer conflito, por menor que seja,como pode um submarino se constituir em arma estratégica em conflito armado? E quemm seriam os nossos "inimigos" potenciais? Venezuela? Argentina? Esses países foram considerados, por muitos, como HIPÓTESES DE GUERRA pelos estudiosos das Forças Armadas, sendo consideradas essas hipóteses como estratégicas pelos diversos governos.
Acho que hoje já não cabe mais considerá-las.
esses apíses não oferecem risco real ao Brasil, e RISCO IDEOLÓGICO não se combate com submarinos nucleares ou quaisquer outras armas físicas.
É o que penso.
Abraços - LEVY
Amigo VASCO:
ResponderExcluirUm adendo ao comentário anterior.
Se vamos ter submarino nuclear ao preço de um trem de alta velocidade entre Rio-São Paulo-Campinas, por quê não investir nesse último, já que a roubalheira vai ser a mesma?
Abraços - LEVY