quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mercado de ações chinês sob risco de colapso

[A China continua uma caixa de surpresas -- nem sempre boas --, como a da reportagem da revista Exame reproduzida abaixo. Resta aguardar por eventuais desdobramentos e seu significado.]

O mercado chinês [de ações] está finalmente sofrendo os efeitos da crise financeira mundial e corre risco de desmoronar. De acordo com artigo publicado no jornal online chinês The Epoch Times online, cada vez mais pessoas estão fechando suas contas e retirando dinheiro das corretoras com a queda na confiança do investidor.

Segundo dados divulgados pelo fundo de investimentos China Securities Investor Protection Fund Limited, baseado em Pequim, as contas dos clientes nas corretoras tiveram um resgate de 90,3 bilhões de iuanes (14,1 bilhões de dólares) na primeira semana de julho e de 30,3 bilhões de iuanes (4,7 bilhões de dólares) na segunda. No mês anterior, a saída total foi de 19,7 bilhões de iuanes (30,8 bilhões de dólares).

A saída no mês de junho representou 1,6% do total da capitalização de mercado de 1,9 trilhão de dólares. Na passagem anual, o percentual chama ainda mais atenção e chega a 21% no ano, de acordo com o site da bolsa de Xangai (Shangai Stock Exchange – SSE).

Esses dados referem-se à flutuação de capital de entrada e saída de contas de investidores individuais e não incluem os papéis do tipo B, vendas a descoberto ou ações em contas de margem. O índice Xangai Composto acumula uma baixa de 3% em 2012 e de 20% em um ano. Só em junho, contudo, a queda chegou a 6,2%.

Destruído

O artigo cita ainda informações da publicação estatal (controlada pelo partido comunista chinês) China Economic Weekly, que classifica essa queda como um grande desastre para o mercado de ações e para a economia chinesa. O texto ainda afirma que se os investidores continuarem fechando suas contas, o mercado de ações estará completamente destruído.

“O mercado de ações chinês entrou em seu momento mais crítico. No momento, a confiança dos investidores é mais valiosa que ouro”, diz o texto.

Economia chinesa

A China já vem dando sinais de freada em seu crescimento econômico. No dia 13 de julho, o gigante asiático informou que o crescimento do PIB entre abril e junho desacelerou pelo sexto trimestre consecutivo, para o ritmo mais lento em mais de três anos.

A expansão em 7,6% na comparação com o mesmo período do ano passado ficou pouco acima da meta do governo de 7,5% para 2012. O número representa uma desaceleração de cinco décimos em relação à taxa ente janeiro e março (8,1%) e é a taxa mais baixa em três anos, desde o auge da crise financeira mundial.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a China terá um crescimento econômico de aproximadamente 8% em 2012, com uma aceleração durante o segundo semestre. A previsão é inferior à que o próprio Fundo havia fornecido em abril, que indicava um crescimento de 8,25%. Já para 2013, a previsão é de um crescimento de 8,5%, menor que os 8,8% calculados em abril.

Outro indicador da desaceleração são as exportações, que chegaram a 1,84 trilhão de dólares na primeira metade do ano, um crescimento de 8% em relação ao mesmo período de 2011 - mas abaixo dos 10% que o país estabeleceu para 2012.

A baixa inflação de junho (2,2%) também indica que tanto as exportações quanto o consumo interno se encontram em ritmo mais lento. Segundo o FMI , a inflação chinesa permanecerá entre 3% e 3,5% neste ano, e cairá a um nível de 2,5% a 3% em 2013.

Cada vez mais investidores estão fechando suas contas nas corretoras chinesas - (Foto: Getty Images).

Um comentário:

  1. Amigo VASCO:

    Sou ABSOLUTAMENTE CEGO bessa questão de BOLSAS DE VALORES.
    Mas me parece que a CHINA não está ligando para isso com as potências ocidentais, que dependem de boas bolsas para sustentar seus objetivos.
    As reservas chinesas em moeda que vale, vamos dizer DÓLARES, é superior ao PIB de muitos países.
    Nessa situação, o que pode uma bolsa de valores alavancar sua produção? A desvalização do YUAN não preocupa o dito OCIDENTE, pois suas fábricas já estão na China, e seus produtos, "importados", são vendidos à preços de país sério, como se neles fosse produzido.
    Duvido que alguém compre hoje um acessório para computador (um mouse, uma fonte, um pente de memória,um TABLET, etc.) que não seja fabricado na China.
    Há que se perguntar: QUEM GANHA COM ISSO?
    As respostas são:
    - as fábricas que detêm a tecnologia e as patentes, e que as exploram coma mão-de-obra barata da China
    - e todos da cadeia produtiva e de vendas, perdendo só o consumidor final.

    Ainda na época da chamada Guerra Fria, alguém falou (não tenho a origem da citação, mas a acho verdadeira):
    - se houver uma TERCEIRA GUERRA MUNDIAL, UM BILHÃO DE CHINESES VÃO MORRER;
    - a resposta dos chineses foi: os OUTROS 500 MILHÕES DOMINARÃO O MUNDO QUE RESTAR.

    Vão chegar lá, sem a necessidade de uma TERCEIRA GUERRA!!!

    Abraços - LEVY

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