sábado, 28 de julho de 2012

Agência S&P reafirma nota "AAA" do Reino Unido

A agência de classificação de risco Standard & Poors (S&P) reafirmou a nota de crédito “AAA” do Reino Unido, com perspectiva estável, citando a economia rica e diversificada do país, a política fiscal e monetária flexível e o mercado de trabalho. Na opinião da agência, o governo permanece comprometido com a implementação de seu programa fiscal. “Acreditamos que ele pode responder rapidamente aos desafios econômicos”, disse a S&P em comunicado.

A perspectiva estável da nota reflete a expectativa de que o governo executará a maior parte do seu programa de consolidação orçamentária e que a economia deve se recupere. “Apesar da fraqueza recente, a agência projeta que a economia do Reino Unido deve começar a se recuperar no segundo semestre de 2012".

A agência pontua que os bônus do Reino Unido têm forte demanda no mercado de capitais e espera que a política monetária acomoditícia do Banco da Inglaterra (BoE) ajude a manter os custos de financiamento do governo.



Ratings dos países da zona do euro, da qual o Reino Unido não faz parte -- Clique na imagem para ampliá-la.

[Mais uma vez, é muito difícil entender os estranhos critérios das agências de classificação, cujas notas podem levar um país ao nirvana ou ao inferno. A renomada revista inglesa The Economist publicou no dia 25 um artigo extremamente negativo sobre a economia do Reino Unido ("Reino Unido encolhe novamente"), mostrando a recessão da economia britânica:


Evolução trimestral do PIB britânico, 2007-2012 (clique na imagem para ampliá-la) - (Gráfico: The Economist).

Também no dia 25 deste mês, o respeitado Financial Times (FT) informou que a economia britânica está hoje menor do que quando o governo atual assumiu o poder há dois anos atrás. No primeiro trimestre deste ano, as agências Moody's (em fevereiro) e Fitch (em março) avisaram o governo britânico de que haviam colocado a nota "AAA" do Reino Unido sob "perspectiva negativa"  -- um trimestre depois, a S&P mantém aquela classificação de ponta, divergindo quase 180° de suas "coirmãs". Além disso, a decisão da S&P distoa fortemente da demonstração inequívoca feita pela The Economist e pelo FT de que a economia britânica não vai bem das pernas.

Essa mesma agência S&P detonou em janeiro deste ano a nota "AAA" da França, depois de ter em agosto do ano passado tomado a iniciativa de derrubar pela primeira vez na história dos EUA a nota máxima da economia americana. Com esse "padrão" de avaliação acho absolutamente estranha e sem qualquer confiabilidade a decisão da S&P de manter o "AAA" do Reino Unido -- a menos de algum "detalhe" de bastidor que foge ao alcance de um mortal comum ... 

É por essa e por outras que a União Europeia quer reduzir o poder absurdo e inexplicável das agências de classificação.]



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