[O trem-bala que nossa ex-guerrilheira insiste em levar a cabo, numa teimosia autoritária e arbitrária típica de seu temperamento, é uma dessas burrices estratégicas que assalta nossas inteligências e nossos bolsos sem qualquer fundamento que a justifique em termos de oportunidade, necessidade, conveniência e preço. Mas, Dª Dilma encasquetou com isso e o país-cordeiro paga o pato. Para arrematar a sandice, ela criou uma estatal (mais uma!...) só para cuidar de seu brinquedo, a tal Etav - Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. - Como despautério incompleto e só tupiniquim não tem graça, a mirabolância agora é fazer uma licitação internacional para o brinquedinho de Dª Dilma, como nos conta o jornal Valor Econômico de ontem.]
Depois de passar um bom tempo no limbo, o projeto do trem de alta
velocidade (TAV) foi efetivamente retomado pelo governo. Até o fim deste
ano, apurou o Valor, a estatal Etav, criada
recentemente para coordenar o empreendimento, fará uma licitação
internacional para contratar a empresa ou consórcio que assumirá a
elaboração do projeto executivo de engenharia do trem-bala. A decisão de
promover uma concorrência internacional deve-se ao fato de o Brasil não
ter mão de obra especializada nesse tipo de projeto. A expectativa do
governo é que empresas nacionais associem-se a companhias estrangeiras
de engenharia para disputar a licitação.
O estudo que ajudará a aprofundar questões técnicas e a afastar dúvidas
sobre a viabilidade do trem planejado para ligar Rio, São Paulo e
Campinas deverá demorar ao menos um ano para ser concluído. As
estimativas preliminares apontam que o projeto de engenharia custará
cerca de R$ 540 milhões, uma conta que será paga com recursos da Etav.
Com a entrada em cena da nova estatal, ficará a cargo da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a realização dos dois leilões
para contratar os consórcios que assumirão a obra. O Valor
apurou que o primeiro edital - que prevê a contratação do operador do
trem e da tecnologia que irá suportar o projeto - já está pronto e
aguarda apenas um sinal verde do Ministério dos Transportes para que
seja divulgado e submetido a consulta pública. Há expectativa que essa
publicação possa ocorrer ainda neste mês. Feita a consulta, que deverá
durar ao menos 45 dias, a ANTT irá analisar as sugestões, para então
divulgar um texto definitivo. A realização do leilão, no entanto, só
poderá ocorrer seis meses após essa divulgação. Esse prazo será dado
para que as empresas interessadas no empreendimento tirem suas dúvidas e
formulem propostas. A falta de tempo para analisar o projeto foi o
principal argumento apresentado pelas empresas para desistirem de
tentativas anteriores de licitar a obra. Na prática, o novo cronograma
faz com que a primeira licitação do TAV, então planejada para ocorrer
até o fim deste ano, seja feita somente no segundo trimestre de 2013,
isto é, praticamente daqui a um ano.
Para não perder mais tempo, a Etav quer fazer a contratação do projeto
executivo antecipadamente, adiantando os estudos até onde for possível,
enquanto não acontece o leilão que definirá o gestor e a tecnologia que
será utilizada no empreendimento [é a velha e malandra estratégia de criar um fato consumado, e forçar a barra ...]. [É bom lembrar que a Etav já nasce com uma herança podre da Valec, que antes "cuidava" (ao seu modo) do assunto: o governo brasileiro acaba de contratar por R$ 1,26 milhão um escritório de advocacia italiano , para se defender contra a acusação da empresa italiana Italplan Engineering de que a Valec contratou e não pagou 261 milhões de euros pelo projeto básico do trem-bala.]
São remotas, portanto, as chances de a ANTT realizar, ainda no ano que
vem, o segundo leilão do trem-bala, para escolher o consórcio que
cuidará da construção de toda a infraestrutura que suportará o TAV. Isso
ocorre porque, para publicar esse segundo edital, a agência precisa ter
nas mãos o projeto executivo pronto. Paralelamente, também terá que
obter a licença ambiental prévia do empreendimento, que é concedida pelo
Ibama. O órgão ambiental já assinou um termo de referência com a ANTT,
liberando ações preliminares para viabilizar o licenciamento da obra. Um
grupo de empresas de consultoria foi contratado pela agência e trabalha
em levantamentos de flora, fauna e impacto urbanístico, além de
patrimônio histórico e arqueológico.
A Etav, conforme anunciado pelo governo, vai ser liderada por Bernardo
Figueiredo. Ex-diretor geral da ANTT, Bernardo foi convidado para
assumir o posto pelo ministro dos Transportes, Paulo Passos. O Valor
apurou que a diretoria da estatal também terá a participação de Helio
Mauro França, que atualmente ocupa a superintendência da agência
reguladora e que participa do projeto desde o início.
Pelo plano do governo, a Etav terá uma participação de aproximadamente
10% em todo o empreendimento. Há possibilidade dessa fatia ser ampliada,
mas essa hipótese não é avaliada pelo Ministério dos Transportes neste
momento. Além de financiar os custos com projeto executivo, a estatal
vai bancar os gastos socioambientais e de desapropriação da obra, os
quais estão estimados em R$ 3 bilhões.
Depois de reformular todo o edital do projeto, que passou por três
tentativas frustradas de leilão, o governo mexeu nas regras de
remuneração para atrair a iniciativa privada. Pelo novo modelo, a taxa
de retorno do projeto como um todo foi calculada em 6,32%. Esse índice
está próximo dos 6,46% estabelecidos para o leilão dos aeroportos e
abaixo dos 8% definidos nas concessões de rodovias federais. A
remuneração sobre o capital próprio investido pelos acionistas ficou em
11,7% anuais. O financiamento público do projeto, que é liderado pelo
BNDES, atingirá cerca de R$ 22 bilhões. O contrato de concessão do TAV
terá duração de 40 anos. Pelas regras já conhecidas, o tempo da viagem
expressa (sem paradas intermediárias) entre Rio e São Paulo deverá ser
de até 99 minutos.
Com o projeto executivo, o governo quer responder, de uma vez por todas,
questões básicas, como o preço da obra e a demanda projetada. As
estimativas para a construção do trem-bala variam de R$ 34 bilhões,
valor defendido pelo governo até o ano passado, até mais de R$ 50
bilhões, conforme cálculos apresentados pelas empreiteiras interessadas
em tocar as obras. [Alguns dados para evidenciar miopia estratégica e de gestão da "mãe do PAC": - a) a compra dos caças da FAB, que se arrasta há 3 anos, estava orçada em 2009 em US$ 2 bilhões -- com metade da verba do trem-bala a FAB faria uma farra aeronáutica (pelo jeito, o trem-bala é a arma estratégica da ex-guerrilheira para defender o país); - b) logo no início de seu governo, Dª Dilma cortou R$ 50 bi do orçamento federal sem qualquer argumentação plausível (argumentar inteligentemente não é o seu esporte preferido), e nessa facada vitimou o Ministério da Educação em R$ 3,1 bi -- agora ficou claro o destino daqueles R$ 50 bi ...]
O levantamento técnico também vai sinalizar o potencial financeiro
atrelado à exploração imobiliária ao longo dos 511 quilômetros do
traçado. A intenção do governo é demonstrar para cada consórcio qual o
valor estimado para o arrendamento da infraestrutura e, principalmente,
qual é o potencial imobiliário do empreendimento. O modelo prevê que a
exploração comercial das estações do trem-bala, como a oferta de hotéis,
apartamentos e lojas, entre outros, fique nas mãos do consórcio de
empreiteiras que construirá a infraestrutura do projeto.
O governo sinaliza que franceses (representados pela Alstom), alemães
(Siemens), japoneses (Hitachi, Mitsubishi e Toshiba) e coreanos (Hyundai
e Samsung) continuam interessados no empreendimento.
Amigo VASCO:
ResponderExcluirConfesso ter relutado ao pensar em escrever um comentário sobre esse assunto.
Falar o quê? O que todo mundo já sabe?
Essa é mais uma das iniciativas de domínio do país que faz parte da cartilha dos PeTralhas.
Quantos cargos foram criados com essas "iniciativas"? Quantos PeTralhas asumiram cargos só nesse momento? E o futuro promete mais.
Confesso não ter opinião sobre a verdadeira necessidade de se ter um trem de alta velocidade entre Rio-São Paulo-Campinas.
Se nossas rodovias fossem melhores, se nossas tarifas aéreas fossem menores, se... , se...,
talvez as coisas pudessem ser diferentes.
Mas, INTERESSA?
Abraços - LEVY