sexta-feira, 20 de julho de 2012

O Ramadã gerará milhões de euros para a França

[A França tem uma relação nada fácil com a sua comunidade muçulmana, mas ela lhe traz benefícios econômico-financeiros às vezes insuspeitos como se vê na reportagem que traduzo abaixo, publicada no site francês L'Internaute.]

O Ramadã começa nesta sexta-feira, 20 de julho, e vai durar um mês. Durante esse período, os muçulmanos jejuam da alvorada ao pôr do sol. Mas, na quebra do jejum no início de cada noite, iguarias fartas e variadas se espalham sobre as mesas dos praticantes.

A empresa de estudos de marketing Solis calculou o impacto dessa prática religiosa: os praticantes do Ramadã gastarão cerca de 350 milhões de euros em alimentação. Carne, especiarias, produtos de laticínio e produtos frescos deverão assim encher as sacolas de compras durante esse nono mês do calendário muçulmano. A Solis enfatiza essa "propensão mais forte ao consumo" durante esse período, mas aponta também outros fatores que contribuem para essas grandes despesas: de início, uma oferta mais abundante de produtos logo disponibilizados nos pontos de venda, mas também as campanhas publicitárias direcionadas para esse consumo.

350 milhões de euros, uma verdadeira dádiva nesse período de crise. O que é certo é que as vendas de certos produtos serão aumentadas até o 19 de agosto, data do fim do Ramadã. Massas [do tipo usado em esfirras], tâmaras, ou ainda sopas tradicionais do Magreb, como a harira e a chorba [uma espécie de cozido -- a quem interessar, veja como fazer a versão argelina dessa sopa], das quais os mais jovens compram as versões já prontas, líquidas ou desidratadas. Esses produtos permanecem muito associados ao Ramadã. Mas, outros alimentos, consumidos durante o ano todo, deverão ter também um forte aumento de consumo nesse mês: queijos cremosos, bebidas, frios, iogurte, cuscuz em grão, molhos ... Um negócio cada vez mais criticado, principalmente pelos imames, à semelhança da época de Natal para os cristãos.

O estudo da Solis resultou de uma pesquisa com 1.405 pessoas de 18 a 64 anos, nascidas no Magreb ou cujos pais nasceram lá, e que vivem nas regiões francesas de Ilha de França, Reno-Alpes, PACA (Provence-Alpes-Côte d'Azur) e Norte-Passo de Calais. Segundo a Solis, "os magrebinos formam 70% da população muçulmana da França continental".

2 comentários:

  1. Os muçulmanos passam sem comer e sem beber nem agua durante um mes, estive na Siria já algum tempo, por azar no período do Ramadã foi terrível bares e restaurantes fechados. O prejuízo que dá naquele mes acho que não paga a fartura do mes seguinte...difícil acreditar lucro... no máximo repoe o deficit do mes anteriior.

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  2. Acho que não ocorrre isto. Estive ha algum tempo na Siria e por azar no período do Ramadã, os muçulmanos não bebem nem agua e não comem o dia todo os bares e restaurantes fecham. Acho que o prejuizo é grande e dificilmente as farturas do mes seguinte não cobrem o jejum do anterior.abçs Sergio

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