O planeta Vênus, como um ponto negro em sua passagem pelo Sol, visto de Nova Delhi - (Foto: Manan Vatsyayana/AFP).
Vênus (no alto, à esquerda) se aproxima do disco solar em 5 de junho de 2012 - (Foto: NASA).
O fenômeno é semelhante a um eclipse do Sol pela Lua, com a diferença de que o diâmetro aparente da Lua é muito maior que o de Vênus, tanto que é capaz de escurecer o Sol por completo no que chamamos um eclipse total do Sol. O diminuto disco de Vênus cobriu apenas 1/30 do diâmetro solar.
Tal como previsto, Vênus apareceu timidamente como uma pequena mancha escura e redonda percorrendo o disco solar ante os olhos de cientistas e espectadores, que esperavam por um trajeto que durou umas sete horas.
O fenômeno, transmitido diretamente pela NASA, foi visto em quase todo o mundo, exceto na África e grande parte da América do Sul. A melhor visão foi a que tiveram os países do lesta da Ásia e do Pacífico ocidental, que puderam acompanhar o deslocamento completo. América do Norte, América Central e o norte da América do Sul (Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) puderam ver o início do fenômeno, enquanto a maior parte dos países da Europa, do Oriente Médio e do sul da Ásia pôde apreciar a última etapa, hoje ao amanhecer.
Trânsito de Vênus - (Fontes para a ilustração: Reuters, Anuário do Observatório Astronômico 2012 e elaboração própria do jornal espanhol El País: H.L./El País).
Esses eventos são únicos. Ocorrem em pares separados de oito anos, com uma repetição a cada 105 - 120 anos. O trânsito anterior de Vênus ocorreu em 2004, e o próximo só ocorrerá em dezembro de 2117. O fenômeno de 2012 foi, pois, o último que veremos.
Vênus tem se mostrado nas últimas décadas como um planeta único, segundo explica o cientista Miguel Pérez Ayúcar. É considerado o planeta gêmeo da Terra, por seu tamanho, composição e posição no sistema solar, e porque devem ter sido muito semelhantes no sistema solar primitivo. E, não obstante, são completamente diferentes. A composição da atmosfera de Vênus é quase totalmente de CO₂. O planeta é coberto por uma densa capa de nuvens de corrosivo ácido sulfúrico. A superfície é um forno de uns 500° C, temperatura em que o chumbo se liquidifica. E a pressão é 90 vezes superior à terrestre, igual à que se tem no mar a 900 m de profundidade. A Europa possui o único equipamento robótico estudando atualmente o planeta, a sonda Venus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), lançada em novembro de 2005.
A sonda europeia Venus Express, pronta para ser enviada para o Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, administrado pela Rússia, de onde foi lançada em novembro de 2005 - (Foto: ESA).
Vórtice no Polo Sul de Vênus, observado pela sonda Venus Express - (Foto: Esa/Virtis-Venus/Inaf-Iasf/Obs. de Paris - Lesia).
Vórtice no Polo Sul de Vênus, observado pela sonda Venus Express - (Foto: Esa/Virtis-Venus/Inaf-Iasf/Obs. de Paris - Lesia).
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