sexta-feira, 29 de junho de 2012

Para encerrar processo na justiça nos EUA, Facebook altera sua política para uso do "Like Button". E no Brasil, como fica?

Complicando seus esforços para ampliar sua receita via propaganda, o Facebook teve que concordar que deixará claro para os usuários que, quando eles clicam no ícone "gostei" (like) de um produto no Facebook seus nomes e fotos podem ser usados para divulgar esse produto.  Eles terão também a oportunidade de recusar serem "aprovadores" não pagos do produto.

O ícone "gostei" (ou "aprovei").

Essas mudanças são parte de um acordo relativo a uma ação coletiva contra o Facebook em Corte Distrital Federal na Califórnia. Esse acordo obriga a empresa a alterar uma de suas ferramentas de propaganda mais eficientes, conhecida como "Sponsored Stories" ("Histórias Patrocinadas", em tradução livre). 

Conforme o acordo celebrado no dia 20/6 com a corte em San Jose, os usuários do Facebook terão a capacidade e o poder de controlar e ver quais de suas ações/atividades são usadas para gerar anúncios/propagandas vistos por seus amigos no Facebook. Para os usuários do Facebook com menos de 18 anos há uma exigência adicional: a empresa tem que dar aos pais a oportunidade de manter seus filhos fora de propagandas e anúncios.

O acordo não inibe a empresa de usar as "Histórias Patrocinadas", que os executivos do Facebook têm reiteradamente descrito como a forma mais eficiente de fazer propaganda, em parte porque elas não se parecem com a propaganda tradicional. Tanto na Web, como num dispositivo portátil, uma História Patrocinada apresenta o nome e a foto de um amigo do Facebook que clicou no ícone "gostei" de um produto ou de uma organização. Essa é exatamente a razão pela qual as Histórias Patrocinadas podem confundir, ou ser desagradáveis e perturbadoras para alguns usuários. Até agora, os usuários do Facebook ignoravam quando e como eram explorados para fazer propaganda, e podem não ter percebido que um clique em algo vago como o ícone "gostei" poderia ser usado para enriquecer a empresa Facebook. 

O Facebook declinou de comentar o acordo. Em sua defesa, argumentou que os usuários davam um "consentimento implícito" toda vez que clicavam o ícone "gostei" em uma página ou site, independentemente se se tratava de uma marca de sorvete ou de Barack Obama para presidente. 

O Facebook fará uma alteração nos seus termos de uso, para explicar que os usuários dão permissão à empresa para usar seus nomes, perfis, retratos e conteúdo. "Isso significa, por exemplo, que você permite que uma empresa ou outra entidade nos pague para expor seu nome e/ou seu perfil e foto com seu conteúdo ou informação", como consta do documento assentado na corte.

A empresa disponibilizará também ajustes que permitirão aos usuários controlar qual(is) de suas ações -- do que gostam, ouvem ou leem -- aparecerá(ão) nas Histórias Patrocinadas. 

As alterações têm que ser feitas nos próximos seis meses. Ainda não se tem ideia de quantos usuários do Facebook declinarão de participar em anúncios e propagandas. Um economista contratado pelos advogados dos autores da ação coletiva, Fernando Torres, testemunhou que dar aos usuários essa possibilidade de escolha poderia custar ao Facebook US$ 103 milhões em receita de propaganda.

Felizmente para a empresa, os avisos e notas podem não afastar as pessoas do compartilhamento no Facebook. Uma análise recente das contas de um milhão de usuários do Facebook concluiu que perto de 90% dos americanos -- e um pouco menos dos europeus -- compartilham informações sobre si mesmos que podem ser mal utilizadas, de acordo com a Secure.me, uma empresa que oferece serviços de privacidade para usuários de redes sociais.

Nos termos do acordo judicial, o Facebook concordou em doar US$ 10 milhões para organizações sem fins lucrativos como a Associação de Consumidores, a Fundação Fronteira Eletrônica e vários programas de escolas de Direito especializadas em privacidade. A empresa concordou também em pagar US$ 10 milhões de custas processuais.

[Bom, isso tudo se refere ao Facebook nos EUA -- e aqui no Brasil, como fica essa história?!]


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