O Brasil e a China vão assinar nas próximas semanas um acordo de swap (troca) recíproco para garantir a continuidade da dinâmica econômica
entre os dois países.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, será criado uma
espécie de fundo entre os dois países com reservas de R$ 60 bilhões que
poderá ser utilizado a qualquer momento pelo Brasil ou pela China. "É uma medida que reforça a situação financeira de ambos os países em
momentos de crise, se houver um agravamento da crise internacional",
disse Mantega após reunião entre a presidente Dilma Rousseff e o
primeiro ministro da China, Wen Jiabao.
Ele explicou que os países avançados vão demorar um tempo para se
recuperar e as economias que continuam dinâmicas, como é o caso do
Brasil e da China, não podem ser prejudicadas.
"Digamos que haja agravamento da economia internacional,. Tendo esse
swap de moedas, o nosso comércio continua girando", explicou Mantega,
lembrando que em 2008 ninguém importava e nem exportava por falta de
dinheiro na economia.
Esse é o primeiro de outros acordos de swaps recíprocos que devem ser
assinados entre os países do chamado Brics (Brasil, Rússia, Índia, China
e África do Sul), informou o ministro. De acordo com Mantega, os Brics
juntos têm reservas de US$ 4,5 trilhões.
Outros acordos
O acordo econômico faz parte de um extenso documento bilateral entre os
dois países, que pretendem elaborar juntos um plano decenal (2012-2021)
de cooperação que implica em um conjunto de iniciativas nos campos
comercial, tecnológico, cultural e agrícola.
Segundo Mantega, a China hoje representa 17% do comércio brasileiro, ou
cerca de US$ 77 bilhões, sendo o maior parceiro commercial do país.
No documento, a joint venture Harbin Embraer Aircraft Industry (HEAI) se
comprometeu a iniciar brevemente as operações para a produção de jatos
executivos na China. Cita também a expectativa de conclusão, em breve,
de negociações quanto à joint venture entre a empresa brasileira
Marcopolo e a empresa chinesa SG Automotive Group.
Mantega anunciou que a China tem interesse em investir na área de
petróleo e gás no Brasil mas não deu detalhes de como serão esses
investimentos.
O Brasil não faz leilão de áreas de petróleo e gás natural desde 2008.
Mantega disse no entanto que quer atrair a China para construir
plataformas de petróleo no Brasil.
"Hoje a Petrobras e a Petro China são as empresas de petróleo que mais
investem no mundo, estamos convindando eles para investirem aqui",
afirmou.
Na área tecnológica, os dois países assinaram um protocolo de intenções
para o lançamento de satellites, além de intercâmbios no âmbito do
programa do governo brasileiro Ciência sem fronteiras. Estudantes da
China virão estudar no Brasil e vice versa.
A China se comprometeu ainda em construir um Centro Cultural no Brasil,
em lugar não divulgado, para ampliar a divulgação da cultura chinesa no
país.
"Estamos sendo elevados a parceiros estratégicos globais com a China,
nossa relação vai continuar a se expandir", informou Mantega.
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