A PROTESTE divulgou os primeiros resultados do teste com o aparelho Samsung Galaxy S III. O grande rival do iPhone da Apple impressiona no
equipamento e software.
O Samsung Galaxy S III possui tela touch screen de 4,8 polegadas, contra as 4,3 polegadas da versão anterior. Hardware bem equipado e novidades introduzidas no software.
No primeiro teste realizado, o Samsung Galaxy S III obteve avaliações
boas ou muito boas em quase todos os critérios. A câmara fotográfica
apresenta qualidade elevada e o atraso de obturador é muito reduzido. A
bateria dura quase 14 horas de chamadas e mais de 5 horas para navegar
na internet. Apenas na função de GPS, a autonomia é mais baixa com cerca de 3 horas e meia.
O aparelho está disponível no Brasil na versão de 16 GB de
memória, por R$ 2.100,00 (livre de operadora móvel) e com duas cores, em
tons azuis (Pebble Blue) ou brancos (Marble White).
Câmara com funções inteligentes
A função “Pop up Play” permite visualizar duas tarefas simultaneamente. Sendo possível comentar um vídeo no e-mail enquanto visualiza o mesmo numa janela sobreposta.
A câmara também apresenta algumas novidades. A função “Buddy Photo
Share” reconhece o rosto dos amigos nas fotografias e recomenda ao
utilizador o compartilhamento automático. E as funções “Burst Shot” e
“Best Photo”, que captura 20 fotos seguidas e o aparelho escolhe a melhor da série.
Com a função “Smart Stay”, a câmara frontal reconhece quando alguém está olhando para o aparelho e não bloqueia o celular, mantendo a tela ligada.
Reconhecimento de voz e movimentos
A nova funcionalidade “S Voice” é um assistente pessoal similar ao “Siri” do iPhone,
que reconhece a voz e interpreta as instruções. Infelizmente, o “S
Voice”, tal como o “Siri”, está disponível em vários idiomas, como
inglês, francês, italiano, alemão e espanhol, mas não em português.
Além de reconhecer o rosto e voz do utilizador, o Samsung Galaxy
S III reconhece os seus movimentos e adianta-se aos seus desejos. Por
exemplo, quando escrever uma mensagem de texto e decidir telefonar ao
destinatário, só tem de levantar o telefone e encostá-lo à orelha para
que a funcionalidade “Direct Call” seja ativada e o telefone inicie a
chamada.
O “Android Beam”, tecnologia para compartilhar informação com rapidez
entre celulares, chama-se agora “S Beam” no Samsung Galaxy S III, e
está ainda mais veloz. Permitindo partilhar em tempo real vídeos, mapas, aplicações e contatos, entre aparelhos com esta tecnologia.
sábado, 30 de junho de 2012
Ouro é o melhor investimento do semestre, seguido pelo dólar
O ouro foi a melhor aplicação do primeiro semestre, com valorização de
8,79%, refletindo a busca do investidor por ativos físicos em tempos de
muita incerteza global e volatilidade nos mercados financeiros.
A crise europeia penalizou as aplicações de risco, como as bolsas de valores, e impulsionou o metal e também a moeda americana, outro ativo considerado como “porto seguro”. O dólar comercial avançou 7,54% nos primeiros seis meses do ano, marcando a segunda posição no ranking de investimentos elaborado pelo Valor. Em seguida aparecem o euro (5,19%), as aplicações atreladas à Selic (4,65%), o CDB (4,63%), além do CDI (4,59%) e a poupança (3,31%).
Já o Ibovespa deu prejuízo de 4,23% no primeiro semestre. Nesse período, a inflação oficial (IPCA) acumulou 2,42%, considerando uma projeção de 0,18% para junho.
O ranking das aplicações em junho teve influência direta da decisão tomada nesta sexta-feira (29) pelos líderes da zona do euro, de permitir que o fundo de socorro financeiro de 500 bilhões de euros seja utilizado para recapitalizar diretamente os bancos da região em dificuldades.
O euro ganhou fôlego, enquanto o dólar despencou mais de 3% no dia. Desta forma, a moeda única do velho continente teve o melhor desempenho entre os investimentos do mês, com alta de 2,42%, seguida pelo ouro (2,33%).
O dólar acumulou perda de 0,40% e foi a pior opção, perdendo inclusive do Ibovespa (-0,25%). Na renda fixa, a Selic e o CDI subiram 0,64%, o CDB marcou ganhou de 0,67% e a poupança andou 0,50%.
A crise europeia penalizou as aplicações de risco, como as bolsas de valores, e impulsionou o metal e também a moeda americana, outro ativo considerado como “porto seguro”. O dólar comercial avançou 7,54% nos primeiros seis meses do ano, marcando a segunda posição no ranking de investimentos elaborado pelo Valor. Em seguida aparecem o euro (5,19%), as aplicações atreladas à Selic (4,65%), o CDB (4,63%), além do CDI (4,59%) e a poupança (3,31%).
Já o Ibovespa deu prejuízo de 4,23% no primeiro semestre. Nesse período, a inflação oficial (IPCA) acumulou 2,42%, considerando uma projeção de 0,18% para junho.
O ranking das aplicações em junho teve influência direta da decisão tomada nesta sexta-feira (29) pelos líderes da zona do euro, de permitir que o fundo de socorro financeiro de 500 bilhões de euros seja utilizado para recapitalizar diretamente os bancos da região em dificuldades.
O euro ganhou fôlego, enquanto o dólar despencou mais de 3% no dia. Desta forma, a moeda única do velho continente teve o melhor desempenho entre os investimentos do mês, com alta de 2,42%, seguida pelo ouro (2,33%).
O dólar acumulou perda de 0,40% e foi a pior opção, perdendo inclusive do Ibovespa (-0,25%). Na renda fixa, a Selic e o CDI subiram 0,64%, o CDB marcou ganhou de 0,67% e a poupança andou 0,50%.
Evolução do preço do ouro em 1 ano (US$/Onça Troy) - Clique na imagem para ampliá-la.
Dólar x Real em 3 anos (junho 2009 a junho 2012)
[Nos últimos 5 anos, no entanto, o dólar foi um péssimo investimento como se vê pelo gráfico abaixo:
Rentabilidade dos principais ativos desde setembro/2005 - Clique na imagem para ampliá-la.
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Quantos Itamaratys tem o Brasil?
Relembremos dois filmes que estão passando em nossas telas:
Filme 1 - Conflito armado na Síria -- Há cerca de ano e meio o governo do ditador sírio Bashar al-Assad vem massacrando seus opositores, a carnificina já contabiliza mais de 3.000 mortos, incluindo civis, mulheres e crianças. O Ocidente, através de seus principais países, defende sanções mais duras contra Assad que poderiam, no limite, levar a uma intervenção militar mais ou menos nos moldes do que se fez na Líbia. No Conselho de Segurança da ONU, China e Rússia são contra qualquer ação militar. Adivinhem quem mais é contra esse tipo de ação? Acertou quem disse Brasil. Para defender essa posição, o Itamaraty usa, p'ra não perder o costume, um arrazoado chocho, mesmo depois de a ONU ter caído no ridículo por insistir também nessa tecla e ser solenemente ignorada pelo regime sírio. Enquanto isso, continua o massacre promovido por Bashar al-Assad.
Filme 2 - Presidente do Paraguai é destituído pelo Congresso do país -- Numa arrancada de apenas uma sessão plenária, no melhor estilo Blitzkrieg, o congresso paraguaio aprovou o impeachment do presidente Fernando Lugo e empossou seu vice-presidente constitucional. O ritual pode ter sido sumário, mas cumpriu rigorosamente o que determina a Constituição paraguaia. Qual foi a reação do Brasil, via Itamaraty? Sanções diplomáticas imediatas contra o Paraguai, expulsando-o temporariamente do Mercosul e da Unasul, e ameaças de possíveis sanções econômicas de nossa parte.
Por que o mesmíssimo Itamaraty não adotou, com o Paraguai, a mesma insistente posição de diálogo que há mais de ano assumiu com relação à Síria? Por que um vizinho fronteiriço com o qual temos relações estreitas e conturbadas -- principalmente por causa de Itaipu -- merece a borduna em vez do papo, e a Síria não? Que diplomacia é essa?! Resolvemos dar uma de Golias raivoso contra um Davi vizinho, em vingança contra reiteradas chantagens que os paraguaios nos têm feito ao longo dos tempos? Por que o Itamaraty não deu o mesmo tratamento à Síria -- falta de coragem? Ou, além disso, foi outra daquelas pirracinhas juvenis, no caso sírio, de assumir mais uma vez posição contrária aos EUA?
O Itamaraty tem sido reiteradamente frouxo com nossos vizinhos sul-americanos, fronteiriços ou não, que vivem nos fazendo de palhaços e saco de pancada, inclusive o Paraguai, que transformou Itaipu numa inesgotável fonte de chantagens e receita extra, contra os nossos interesses. E aí, de repente, resolve dar uma de "durão" com os nossos "hermanos" paraguaios -- qual é a jogada da nossa diplomacia camaleônica? Por que o soft power com a Síria e o hard power contra o Paraguai?
Cercado de alguns péssimos espécimes de governos da região, como Hugo Chávez, Evo Morales e Cristina Kirchner, o Brasil dá uma de líder de araque e comete ao menos duas contradições: se nega a dar ao novo governo paraguaio o mesmo direito amplo de defesa que reclama ter sido negado a Fernando Lugo; -- aproveita a suspensão temporária do Paraguai para, açodada e injustificavelmente, apoiar e promover a admissão plena da Venezuela no Mercosul, impedida até então pela oposição do Paraguai a essa admissão.
Nos moldes em que se deu, a entrada da Venezuela no Mercosul como seu membro pleno é uma vergonha para essa "instituição" e desclassifica de vez o Brasil e sua diplomacia como lideranças que mereçam qualquer respeito -- e avacalha de vez com o Mercosul. A barganha ficou tão indecorosa -- suspende-se o Paraguai por dez meses e, rapidinho, admite-se a Venezuela -- que ficou parecendo armação de adolescentes, mantendo como refém um dos donos da casa enquanto facilitam a entrada do Ricardão nos seus aposentos ...
Em 10 de fevereiro de 2012 o Itamaraty comemorou o centenário da morte de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, patrono da nossa diplomacia. Quatro meses depois, ele enxovalha o nome de seu paradigma com essa operação casada no Mercosul, uma autêntica jogada de mafiosos.
PS - Respondendo, em parte, a pergunta-título da postagem, digo que é difícil saber quantos Itamaratys temos no país, pois essa é uma equação de no mínimo duas variáveis: o humor da nossa ex-guerrilheira, Dª Dilma, e a flexibilidade da coluna dorsal do chanceler da vez. Mas, uma coisa é certa e simples: desde o governo de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA), o Brasil tem tido dois chanceleres, caso único no mundo: o de punhos de renda (hoje chamado Patriota, por uma fantástica ironia do destino) e um Sr. Marco Aurélio Garcia, que em países e governos mais sérios seria no máximo segurança de cabaré mas, no Brasil, por obra e graça do NPA e do PT, virou chanceler n° 2.
Filme 1 - Conflito armado na Síria -- Há cerca de ano e meio o governo do ditador sírio Bashar al-Assad vem massacrando seus opositores, a carnificina já contabiliza mais de 3.000 mortos, incluindo civis, mulheres e crianças. O Ocidente, através de seus principais países, defende sanções mais duras contra Assad que poderiam, no limite, levar a uma intervenção militar mais ou menos nos moldes do que se fez na Líbia. No Conselho de Segurança da ONU, China e Rússia são contra qualquer ação militar. Adivinhem quem mais é contra esse tipo de ação? Acertou quem disse Brasil. Para defender essa posição, o Itamaraty usa, p'ra não perder o costume, um arrazoado chocho, mesmo depois de a ONU ter caído no ridículo por insistir também nessa tecla e ser solenemente ignorada pelo regime sírio. Enquanto isso, continua o massacre promovido por Bashar al-Assad.
Filme 2 - Presidente do Paraguai é destituído pelo Congresso do país -- Numa arrancada de apenas uma sessão plenária, no melhor estilo Blitzkrieg, o congresso paraguaio aprovou o impeachment do presidente Fernando Lugo e empossou seu vice-presidente constitucional. O ritual pode ter sido sumário, mas cumpriu rigorosamente o que determina a Constituição paraguaia. Qual foi a reação do Brasil, via Itamaraty? Sanções diplomáticas imediatas contra o Paraguai, expulsando-o temporariamente do Mercosul e da Unasul, e ameaças de possíveis sanções econômicas de nossa parte.
Por que o mesmíssimo Itamaraty não adotou, com o Paraguai, a mesma insistente posição de diálogo que há mais de ano assumiu com relação à Síria? Por que um vizinho fronteiriço com o qual temos relações estreitas e conturbadas -- principalmente por causa de Itaipu -- merece a borduna em vez do papo, e a Síria não? Que diplomacia é essa?! Resolvemos dar uma de Golias raivoso contra um Davi vizinho, em vingança contra reiteradas chantagens que os paraguaios nos têm feito ao longo dos tempos? Por que o Itamaraty não deu o mesmo tratamento à Síria -- falta de coragem? Ou, além disso, foi outra daquelas pirracinhas juvenis, no caso sírio, de assumir mais uma vez posição contrária aos EUA?
O Itamaraty tem sido reiteradamente frouxo com nossos vizinhos sul-americanos, fronteiriços ou não, que vivem nos fazendo de palhaços e saco de pancada, inclusive o Paraguai, que transformou Itaipu numa inesgotável fonte de chantagens e receita extra, contra os nossos interesses. E aí, de repente, resolve dar uma de "durão" com os nossos "hermanos" paraguaios -- qual é a jogada da nossa diplomacia camaleônica? Por que o soft power com a Síria e o hard power contra o Paraguai?
Cercado de alguns péssimos espécimes de governos da região, como Hugo Chávez, Evo Morales e Cristina Kirchner, o Brasil dá uma de líder de araque e comete ao menos duas contradições: se nega a dar ao novo governo paraguaio o mesmo direito amplo de defesa que reclama ter sido negado a Fernando Lugo; -- aproveita a suspensão temporária do Paraguai para, açodada e injustificavelmente, apoiar e promover a admissão plena da Venezuela no Mercosul, impedida até então pela oposição do Paraguai a essa admissão.
Nos moldes em que se deu, a entrada da Venezuela no Mercosul como seu membro pleno é uma vergonha para essa "instituição" e desclassifica de vez o Brasil e sua diplomacia como lideranças que mereçam qualquer respeito -- e avacalha de vez com o Mercosul. A barganha ficou tão indecorosa -- suspende-se o Paraguai por dez meses e, rapidinho, admite-se a Venezuela -- que ficou parecendo armação de adolescentes, mantendo como refém um dos donos da casa enquanto facilitam a entrada do Ricardão nos seus aposentos ...
Em 10 de fevereiro de 2012 o Itamaraty comemorou o centenário da morte de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, patrono da nossa diplomacia. Quatro meses depois, ele enxovalha o nome de seu paradigma com essa operação casada no Mercosul, uma autêntica jogada de mafiosos.
PS - Respondendo, em parte, a pergunta-título da postagem, digo que é difícil saber quantos Itamaratys temos no país, pois essa é uma equação de no mínimo duas variáveis: o humor da nossa ex-guerrilheira, Dª Dilma, e a flexibilidade da coluna dorsal do chanceler da vez. Mas, uma coisa é certa e simples: desde o governo de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA), o Brasil tem tido dois chanceleres, caso único no mundo: o de punhos de renda (hoje chamado Patriota, por uma fantástica ironia do destino) e um Sr. Marco Aurélio Garcia, que em países e governos mais sérios seria no máximo segurança de cabaré mas, no Brasil, por obra e graça do NPA e do PT, virou chanceler n° 2.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Google Brasil é condenada a pagar indenização a vítima de difamação
A Google Internet Brasil Ltda. foi condenada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a indenizar em R$ 20 mil o diretor da Faculdade de Minas (Faminas), Roberto Santos Barbieri, por causa de difamações postadas por
alunos da instituição em um serviço de blogs mantido pela empresa. Para
a corte, a Google não é responsável pelas postagens nem pode
monitorá-las previamente, mas tem a obrigação de retirar o material do
ar e identificar o autor quando é notificada sobre a existência de
conteúdo ilegal nos serviços que oferece.
Segundo o STJ, Barbieri descobriu que alunos da Faminas haviam criado uma página no site Blogspot, mantido pela Google. Ele acionou a Justiça e conseguiu uma liminar para que o material fosse retirado do ar. De acordo com a ação, a empresa não cumpriu a determinação e foi condenada a indenizar o diretor. Mas a companhia recorreu ao STJ, alegando que não poderia ser responsabilizada por material divulgado por terceiros porque não filtra as postagens. Em sua defesa, a Google informou ainda que legalmente não poderia identificar o usuário que fez a postagem porque "não houve pedido e muito menos ordem judicial determinando a quebra do sigilo dos dados".
Para a relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, a empresa tem razão em não fazer a filtragem do que é divulgado por meio dos serviços que oferece porque "a fiscalização prévia, pelo provedor de conteúdo, do teor das informações postadas na web por cada usuário não é atividade intrínseca ao serviço prestado". Ela ressaltou que esses serviços devem "garantir o sigilo, a segurança e a inviolabilidade" das informações dos usuários, além da manutenção dos serviços prestados.
Porém, Nancy Andrighi entendeu que há uma "inegável" relação de consumo entre a Google e os usuários porque, apesar de o serviço ser gratuito, a empresa lucra com o banco de dados formado pelos cadastros dos usuários. E salientou que, apesar de não ser responsável pelo conteúdo dos blogs, a empresa tem obrigação de, ao saber da "existência de publicação de texto ilícito, removê-lo sem delongas", assim como oferecer meios de identificar os autores. Os ministros Massami Uyeda, Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva concordaram com a relatora.
O Estado tentou falar com Roberto Barbieri nesta sexta-feira, mas ele não foi encontrado na sede da Faminas, que não funcionou devido a um feriado municipal em Muriaé, na Zona da Mata mineira, onde fica a sede da instituição. Ninguém atendeu o telefone em sua casa, assim como no escritório de seu advogado, Francisco Carvalho Correa. Por meio de sua assessoria, a Google afirmou que não vai se manifestar sobre o caso. A empresa ainda pode recorrer da decisão.
Segundo o STJ, Barbieri descobriu que alunos da Faminas haviam criado uma página no site Blogspot, mantido pela Google. Ele acionou a Justiça e conseguiu uma liminar para que o material fosse retirado do ar. De acordo com a ação, a empresa não cumpriu a determinação e foi condenada a indenizar o diretor. Mas a companhia recorreu ao STJ, alegando que não poderia ser responsabilizada por material divulgado por terceiros porque não filtra as postagens. Em sua defesa, a Google informou ainda que legalmente não poderia identificar o usuário que fez a postagem porque "não houve pedido e muito menos ordem judicial determinando a quebra do sigilo dos dados".
Para a relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, a empresa tem razão em não fazer a filtragem do que é divulgado por meio dos serviços que oferece porque "a fiscalização prévia, pelo provedor de conteúdo, do teor das informações postadas na web por cada usuário não é atividade intrínseca ao serviço prestado". Ela ressaltou que esses serviços devem "garantir o sigilo, a segurança e a inviolabilidade" das informações dos usuários, além da manutenção dos serviços prestados.
Porém, Nancy Andrighi entendeu que há uma "inegável" relação de consumo entre a Google e os usuários porque, apesar de o serviço ser gratuito, a empresa lucra com o banco de dados formado pelos cadastros dos usuários. E salientou que, apesar de não ser responsável pelo conteúdo dos blogs, a empresa tem obrigação de, ao saber da "existência de publicação de texto ilícito, removê-lo sem delongas", assim como oferecer meios de identificar os autores. Os ministros Massami Uyeda, Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva concordaram com a relatora.
O Estado tentou falar com Roberto Barbieri nesta sexta-feira, mas ele não foi encontrado na sede da Faminas, que não funcionou devido a um feriado municipal em Muriaé, na Zona da Mata mineira, onde fica a sede da instituição. Ninguém atendeu o telefone em sua casa, assim como no escritório de seu advogado, Francisco Carvalho Correa. Por meio de sua assessoria, a Google afirmou que não vai se manifestar sobre o caso. A empresa ainda pode recorrer da decisão.
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Aparelho ajuda a "escrever" com a mente
Demora e dá um bocado de trabalho, mas aparelhos de ressonância magnética já podem ser empregados para "conversar" usando apenas a força
do pensamento.
A tecnologia, descrita por pesquisadores da Holanda e da Alemanha em artigo na revista científica "Current Biology", usa padrões cerebrais específicos para codificar cada uma das letras do alfabeto e mais uma "tecla de espaço" mental. Dessa forma, usando apenas sua atividade cerebral, voluntários saudáveis na faixa dos 30 anos conseguiram formar palavras e responder perguntas dos cientistas.
Trata-se de uma forma extremamente incômoda e lenta de "telepatia". Mas a técnica tem chance de virar uma importante ferramenta para que pessoas totalmente incapazes de se mexer voltem a se comunicar com o mundo.
A tecnologia, descrita por pesquisadores da Holanda e da Alemanha em artigo na revista científica "Current Biology", usa padrões cerebrais específicos para codificar cada uma das letras do alfabeto e mais uma "tecla de espaço" mental. Dessa forma, usando apenas sua atividade cerebral, voluntários saudáveis na faixa dos 30 anos conseguiram formar palavras e responder perguntas dos cientistas.
Trata-se de uma forma extremamente incômoda e lenta de "telepatia". Mas a técnica tem chance de virar uma importante ferramenta para que pessoas totalmente incapazes de se mexer voltem a se comunicar com o mundo.
Por dentro da mente - Como funciona o método da "telepatia" magnética (clique na imagem para ampliá-la) - (Gráfico: Editoria de arte/Folhapress).
Sumário gráfico do artigo da revista "Current Biology" A Real-Time fMRI-Based Spelling Device Immediately Enabling Robust Motor-Independent Communication,
Esse problema, conhecido como "síndrome de locked-in" (do inglês
"trancado dentro de si mesmo"), é um dos mais aterrorizantes problemas
neurológicos.
Por conta de um derrame que afeta as funções motoras, por exemplo, a
pessoa tem sua consciência e inteligência preservadas, mas simplesmente
não consegue se mexer.
Algumas dessas pessoas têm movimentos residuais, como o dos olhos, que
podem ser usados na comunicação, mas em alguns casos nem isso é
possível.
No caso de pacientes em situação ainda mais grave, em estado
aparentemente vegetativo, o método poderia até ajudar a determinar se,
afinal de contas, eles possuem algum grau de consciência.
O sistema criado pela equipe de Bettina Sorger, da Universidade de
Maastricht, não é simplesmente uma leitura da letra A quando a pessoa
"pensa num A", digamos. Como não existem medições confiáveis sobre como as letras seriam
representadas na atividade cerebral vista pela ressonância magnética, os
cientistas precisaram criar um código, baseado em "tarefas" mentais,
que correspondiam a certos grupos de letras.Havia três tipos de tarefas: imaginar um movimento, fazer um cálculo mental ou "falar" consigo mesmo.
A pessoa, além disso, tinha de escolher entre três durações dessa "ação"
mental (10, 20 ou 30 segundos) e três tempos de atraso para colocá-la
em prática (nenhum atraso, 10 ou 20 segundos).
Múltiplos de três
A combinação de todos esses tipos de variante -- três vezes três vezes
três, perfazendo 27 -- chega a um conjunto de 26 letras mais a "tecla de
espaço", permitindo a formação de qualquer palavra.
Em laboratório, os voluntários conseguiram responder a perguntas simples
dos pesquisadores, como "Onde você passou as suas férias?" ou "Qual é o
seu hobby?".
Por enquanto, o processo é de uma lentidão excruciante: em torno de 50
segundos por letra, com taxa de acerto de 82%. Métodos usando
eletroencefalograma conseguem resultados com mais rapidez, mas exigem
certo grau de treinamento, e os pacientes às vezes não pegam o jeito da
coisa. Embora trabalhoso, o método da ressonância é menos difícil e tem potencial para ficar mais rápido.
Por enquanto, não há perigo algum de que a tecnologia seja empregada
para bisbilhotar os pensamentos de outra pessoa sem permissão, escrevem
os autores.
"É importante salientar que apenas a ativação cerebral gerada
intencionalmente foi empregada para decodificar as letras." Ah, bom.
Dra. Bettina Sorger, da Universidade de Maastricht, chefe da equipe de cientistas que desenvolveu o sistema descrito no texto acima - (Foto: Gogle).
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Americanos criam tinta spray que funciona como uma bateria
Cientistas americanos desenvolveram uma tinta que pode armazenar e liberar energia -- as mesmas propriedades de uma bateria ou pilha usada
em eletrodomésticos comuns.
Os pesquisadores, que são da Universidade Rice, em Houston (Texas, EUA), inventaram uma técnica que é capaz de fragmentar cada elemento de uma bateria ou pilha tradicional e transformá-la em uma tinta spray que pode ser usada em qualquer tipo de superfície.
Vídeo sobre a experiência da "tinta bateria" na Universidade Rice (EUA), liderada pelo Prof. Pulickel Ajayan - (Fonte: Rice University).
Os pesquisadores, que são da Universidade Rice, em Houston (Texas, EUA), inventaram uma técnica que é capaz de fragmentar cada elemento de uma bateria ou pilha tradicional e transformá-la em uma tinta spray que pode ser usada em qualquer tipo de superfície.
Em testes, ela foi aplicada em materiais de diferentes tipos, como
cerâmica, vidro, aço, e de diversos formatos, como em curvas e no copo
de cerveja que ilustra este texto.
Uma das limitações da tecnologia é a dificuldade no manuseio de um
condutor elétrico em estado líquido e a necessidade de uma câmara seca e
sem oxigênio para a fabricação da tinta-bateria.
O grupo agora procura uma forma de fabricá-la em condições normais para
garantir a produção em massa e viabilizar comercialmente a ideia.
Tinta que conduz eletricidade (em marrom claro no copo de cerveja) foi testada em superfícies de diferentes naturezas e formatos - (Foto: Jeff Fitlow/Rice University).
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"Vacina contra cigarro" bloqueia nicotina no cérebro de cobaia
Pesquisadores nos Estados Unidos dizem que dependentes da nicotina
poderão ser imunizados no futuro para que deixem de sentir prazer no
hábito de fumar.
Os especialistas do Weill Cornell Medical College, em Nova York, criaram
uma vacina que leva o organismo do vacinado a produzir anticorpos que atacam a nicotina.
O estudo, feito com cobaias em laboratório e publicado na revista científica "Science Translational Medicine", mostrou que os índices da nicotina no cérebro dos animais diminuíram 85% após uma dose.
Antes que a vacina possa ser testada em humanos, serão necessários anos de pesquisa. Entretanto, o coordenador do estudo, Ronald Crystal, está convencido de que haverá benefícios. "Parece-nos que a melhor forma de tratar a dependência crônica de nicotina associada ao fumo é ter anticorpos (...) limpando o sangue antes que a nicotina possa ter qualquer efeito biológico", disse.
Nova abordagem
Outras vacinas contra o fumo, que treinam o sistema imunológico para que produza anticorpos que se acoplam à nicotina, foram desenvolvidas no passado. O método atual segue o mesmo das vacinas contra doenças. O desafio é produzir anticorpos suficientes para impedir que a nicotina entre no cérebro e produza a sensação de prazer.
Os cientistas do Weill Cornell Medical College, no entanto, usaram um caminho completamente diferente. Eles optaram por criar uma vacina baseada em terapia genética que, segundo eles, é mais promissora. Um vírus geneticamente modificado, contendo instruções para a fabricação de anticorpos de nicotina, é usado para "infectar" o fígado do vacinado. Isto transforma o órgão em uma fábrica de anticorpos.
Após receber injeções de nicotina, roedores que haviam sido imunizados apresentaram 85% menos nicotina em seus cérebros do que um outro grupo de ratos que não haviam sido vacinados. Não se sabe se isso pode ser repetido em humanos ou se esse índice de redução seria suficiente para ajudar fumantes a abandonar o vício.
Para Crystal, se tal vacina puder ser criada, "as pessoas saberão que, se começarem a fumar novamente, não vão sentir prazer devido à vacina contra a nicotina, e isso pode ajudá-las a abandonar o hábito". "Temos muita esperança de que esse tipo de estratégia (de desenvolvimento da) vacina possa finalmente ajudar milhões de fumantes que tentaram parar com todos os métodos existentes no mercado hoje, mas sentem que a dependência de nicotina é tão grande, que acaba derrotando todas essas abordagens atuais".
"Impressionante"
Também há questões relacionadas à segurança de terapias genéticas em humanos que precisam ser respondidas.
Darren Griffin, professor de genética da Universidade de Kenty, na Inglaterra, diz que os resultados do estudo são "impressionantes e intrigantes, com grande potencial", mas avisou que ainda há muitas questões que precisam ser resolvidas. Para ele, a principal é saber "se os efeitos bioquímicos nas cobaias testadas se traduziriam em uma dependência reduzida em humanos, uma vez que essas dependências podem ser tanto físicas quanto psicológicas".
Simon Waddington, da Universidade College London, acrescenta: "A tecnologia em que se baseia a terapia genética está melhorando o tempo todo e é animador ver esses resultados preliminares sugerindo que ela poderia ser usada para resolver o problema da dependência de nicotina".
Se tal vacina fosse criada, entretanto, haveria também questões éticas. Por exemplo, se a aplicação seria permitia durante a infância, antes mesmo de o vacinado ter adquirido o vício de fumar.
O estudo, feito com cobaias em laboratório e publicado na revista científica "Science Translational Medicine", mostrou que os índices da nicotina no cérebro dos animais diminuíram 85% após uma dose.
Antes que a vacina possa ser testada em humanos, serão necessários anos de pesquisa. Entretanto, o coordenador do estudo, Ronald Crystal, está convencido de que haverá benefícios. "Parece-nos que a melhor forma de tratar a dependência crônica de nicotina associada ao fumo é ter anticorpos (...) limpando o sangue antes que a nicotina possa ter qualquer efeito biológico", disse.
Nova abordagem
Outras vacinas contra o fumo, que treinam o sistema imunológico para que produza anticorpos que se acoplam à nicotina, foram desenvolvidas no passado. O método atual segue o mesmo das vacinas contra doenças. O desafio é produzir anticorpos suficientes para impedir que a nicotina entre no cérebro e produza a sensação de prazer.
Os cientistas do Weill Cornell Medical College, no entanto, usaram um caminho completamente diferente. Eles optaram por criar uma vacina baseada em terapia genética que, segundo eles, é mais promissora. Um vírus geneticamente modificado, contendo instruções para a fabricação de anticorpos de nicotina, é usado para "infectar" o fígado do vacinado. Isto transforma o órgão em uma fábrica de anticorpos.
Após receber injeções de nicotina, roedores que haviam sido imunizados apresentaram 85% menos nicotina em seus cérebros do que um outro grupo de ratos que não haviam sido vacinados. Não se sabe se isso pode ser repetido em humanos ou se esse índice de redução seria suficiente para ajudar fumantes a abandonar o vício.
Para Crystal, se tal vacina puder ser criada, "as pessoas saberão que, se começarem a fumar novamente, não vão sentir prazer devido à vacina contra a nicotina, e isso pode ajudá-las a abandonar o hábito". "Temos muita esperança de que esse tipo de estratégia (de desenvolvimento da) vacina possa finalmente ajudar milhões de fumantes que tentaram parar com todos os métodos existentes no mercado hoje, mas sentem que a dependência de nicotina é tão grande, que acaba derrotando todas essas abordagens atuais".
"Impressionante"
Também há questões relacionadas à segurança de terapias genéticas em humanos que precisam ser respondidas.
Darren Griffin, professor de genética da Universidade de Kenty, na Inglaterra, diz que os resultados do estudo são "impressionantes e intrigantes, com grande potencial", mas avisou que ainda há muitas questões que precisam ser resolvidas. Para ele, a principal é saber "se os efeitos bioquímicos nas cobaias testadas se traduziriam em uma dependência reduzida em humanos, uma vez que essas dependências podem ser tanto físicas quanto psicológicas".
Simon Waddington, da Universidade College London, acrescenta: "A tecnologia em que se baseia a terapia genética está melhorando o tempo todo e é animador ver esses resultados preliminares sugerindo que ela poderia ser usada para resolver o problema da dependência de nicotina".
Se tal vacina fosse criada, entretanto, haveria também questões éticas. Por exemplo, se a aplicação seria permitia durante a infância, antes mesmo de o vacinado ter adquirido o vício de fumar.
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Para encerrar processo na justiça nos EUA, Facebook altera sua política para uso do "Like Button". E no Brasil, como fica?
Complicando seus esforços para ampliar sua receita via propaganda, o Facebook teve que concordar que deixará claro para os usuários que, quando eles clicam no ícone "gostei" (like) de um produto no Facebook seus nomes e fotos podem ser usados para divulgar esse produto. Eles terão também a oportunidade de recusar serem "aprovadores" não pagos do produto.
O ícone "gostei" (ou "aprovei").
Essas mudanças são parte de um acordo relativo a uma ação coletiva contra o Facebook em Corte Distrital Federal na Califórnia. Esse acordo obriga a empresa a alterar uma de suas ferramentas de propaganda mais eficientes, conhecida como "Sponsored Stories" ("Histórias Patrocinadas", em tradução livre).
Conforme o acordo celebrado no dia 20/6 com a corte em San Jose, os usuários do Facebook terão a capacidade e o poder de controlar e ver quais de suas ações/atividades são usadas para gerar anúncios/propagandas vistos por seus amigos no Facebook. Para os usuários do Facebook com menos de 18 anos há uma exigência adicional: a empresa tem que dar aos pais a oportunidade de manter seus filhos fora de propagandas e anúncios.
O acordo não inibe a empresa de usar as "Histórias Patrocinadas", que os executivos do Facebook têm reiteradamente descrito como a forma mais eficiente de fazer propaganda, em parte porque elas não se parecem com a propaganda tradicional. Tanto na Web, como num dispositivo portátil, uma História Patrocinada apresenta o nome e a foto de um amigo do Facebook que clicou no ícone "gostei" de um produto ou de uma organização. Essa é exatamente a razão pela qual as Histórias Patrocinadas podem confundir, ou ser desagradáveis e perturbadoras para alguns usuários. Até agora, os usuários do Facebook ignoravam quando e como eram explorados para fazer propaganda, e podem não ter percebido que um clique em algo vago como o ícone "gostei" poderia ser usado para enriquecer a empresa Facebook.
O Facebook declinou de comentar o acordo. Em sua defesa, argumentou que os usuários davam um "consentimento implícito" toda vez que clicavam o ícone "gostei" em uma página ou site, independentemente se se tratava de uma marca de sorvete ou de Barack Obama para presidente.
O Facebook fará uma alteração nos seus termos de uso, para explicar que os usuários dão permissão à empresa para usar seus nomes, perfis, retratos e conteúdo. "Isso significa, por exemplo, que você permite que uma empresa ou outra entidade nos pague para expor seu nome e/ou seu perfil e foto com seu conteúdo ou informação", como consta do documento assentado na corte.
A empresa disponibilizará também ajustes que permitirão aos usuários controlar qual(is) de suas ações -- do que gostam, ouvem ou leem -- aparecerá(ão) nas Histórias Patrocinadas.
As alterações têm que ser feitas nos próximos seis meses. Ainda não se tem ideia de quantos usuários do Facebook declinarão de participar em anúncios e propagandas. Um economista contratado pelos advogados dos autores da ação coletiva, Fernando Torres, testemunhou que dar aos usuários essa possibilidade de escolha poderia custar ao Facebook US$ 103 milhões em receita de propaganda.
Felizmente para a empresa, os avisos e notas podem não afastar as pessoas do compartilhamento no Facebook. Uma análise recente das contas de um milhão de usuários do Facebook concluiu que perto de 90% dos americanos -- e um pouco menos dos europeus -- compartilham informações sobre si mesmos que podem ser mal utilizadas, de acordo com a Secure.me, uma empresa que oferece serviços de privacidade para usuários de redes sociais.
Nos termos do acordo judicial, o Facebook concordou em doar US$ 10 milhões para organizações sem fins lucrativos como a Associação de Consumidores, a Fundação Fronteira Eletrônica e vários programas de escolas de Direito especializadas em privacidade. A empresa concordou também em pagar US$ 10 milhões de custas processuais.
[Bom, isso tudo se refere ao Facebook nos EUA -- e aqui no Brasil, como fica essa história?!]
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Software ajuda a manter anonimato na internet
O texto abaixo foi traduzido por Leticia Nunes e publicado ontem no site do Observatório da Imprensa.
Originalmente criado em um laboratório da marinha americana com o objetivo de proteger as comunicações do governo, o projeto Tor cresceu e se transformou em uma plataforma que ajuda as pessoas a se manterem anônimas na internet. Na semana passada, o Knight News Challenge, programa da Fundação Knight, anunciou uma injeção de verba no projeto, que deverá se estabelecer como uma base de apoio poliglota – permitindo que pessoas em todo o mundo possam obter assistência a qualquer hora.
O software é gratuito e funciona espalhando transações online pela rede. Desta forma, torna-se impossível determinar a localização de alguém com base em sua atividade online. O primeiro objetivo do Tor, em sua nova forma, é dar liberdade a quem não quer ter suas pegadas marcadas na internet, mas o Knight News Challenge acredita que ele também tem valor jornalístico. Com o auxílio do software, pessoas que vazam informações confidenciais podem proteger suas identidades, e jornalistas não precisam identificar sua localização, evitando problemas em países repressivos.
Andrew Lewman, diretor-executivo do projeto, diz que o Tor tem usuários em “todos os países do mundo que têm acesso à internet, com exceção talvez da Coréia do Norte”. Hoje, os países que mais usam o software são EUA, Itália, França, Alemanha e Espanha.
Pegadas
Lewman afirma que a ideia é usar a verba do Knight News Challenge para facilitar o trabalho dos jornalistas e evitar que eles coloquem suas fontes em risco. Por enquanto, no entanto, a maior parte das pessoas que usam o Tor são cidadãos comuns que querem simplesmente se livrar de anunciantes os perseguindo pela rede. Um exemplo é alguém que descobre que um amigo tem câncer, faz uma busca na internet para saber mais detalhes sobre a doença, e em seguida começa a ser bombardeado por anúncios ligados àquela pesquisa inicial no Google. Ou alguém que pensa em passar as férias em Nova York, faz uma pequena busca, e em seguida dá de cara com ofertas de hoteis na cidade a cada página que visita na rede.
Esta é uma questão com que os internautas estão começando a se preocupar agora – muito por conta dos anúncios que aparecem no Gmail e no Facebook com base em informações pessoais compartilhadas. Lewman diz que, quando pensa no futuro, gostaria de criar um software que garantisse a liberdade de expressão e a privacidade total na internet. “Eu seria muito mais leal a empresas se elas honrassem meus desejos sobre os meus dados. E imagino que haja muita gente que pense da mesma forma. [As empresas] começam dizendo que te amam, que vão cuidar das suas informações, mas lá pela página 16, parágrafo cinco, é ‘Venderemos seus dados a quem pudermos, e você não pode fazer nada a respeito’”, resume.
USB
O Tor também pretende usar a verba do Knight News Challenge em um projeto batizado de Tails. Trata-se de um sistema operacional preconfigurado em um pen drive. Assim, depois que o pen drive é desconectado, não ficam rastros no sistema local – o que permite que jornalistas publiquem informações de forma anônima de qualquer lugar, sem precisar de um laptop próprio.
“Você entra em um cibercafé, conecta seu pen drive, e terá um sistema operacional anônimo. Há ali uma conta de email, um browser de internet, ferramentas de edição de texto, vídeo e áudio”, explica Lewman. “Vamos pegar um exemplo extremo: você está em um país qualquer e testemunha um conflito. Você quer enviar o vídeo, mas não quer que ele seja rastreado até você. Pague 20 dólares por uma hora no computador, faça o upload do vídeo, mande para o YouTube ou algum outro site, desconecte o pen drive, e não há rastros”. Informações de Adrienne LaFrance [Nieman Journalism Lab, 20/6/12].
Originalmente criado em um laboratório da marinha americana com o objetivo de proteger as comunicações do governo, o projeto Tor cresceu e se transformou em uma plataforma que ajuda as pessoas a se manterem anônimas na internet. Na semana passada, o Knight News Challenge, programa da Fundação Knight, anunciou uma injeção de verba no projeto, que deverá se estabelecer como uma base de apoio poliglota – permitindo que pessoas em todo o mundo possam obter assistência a qualquer hora.
O software é gratuito e funciona espalhando transações online pela rede. Desta forma, torna-se impossível determinar a localização de alguém com base em sua atividade online. O primeiro objetivo do Tor, em sua nova forma, é dar liberdade a quem não quer ter suas pegadas marcadas na internet, mas o Knight News Challenge acredita que ele também tem valor jornalístico. Com o auxílio do software, pessoas que vazam informações confidenciais podem proteger suas identidades, e jornalistas não precisam identificar sua localização, evitando problemas em países repressivos.
Andrew Lewman, diretor-executivo do projeto, diz que o Tor tem usuários em “todos os países do mundo que têm acesso à internet, com exceção talvez da Coréia do Norte”. Hoje, os países que mais usam o software são EUA, Itália, França, Alemanha e Espanha.
Pegadas
Lewman afirma que a ideia é usar a verba do Knight News Challenge para facilitar o trabalho dos jornalistas e evitar que eles coloquem suas fontes em risco. Por enquanto, no entanto, a maior parte das pessoas que usam o Tor são cidadãos comuns que querem simplesmente se livrar de anunciantes os perseguindo pela rede. Um exemplo é alguém que descobre que um amigo tem câncer, faz uma busca na internet para saber mais detalhes sobre a doença, e em seguida começa a ser bombardeado por anúncios ligados àquela pesquisa inicial no Google. Ou alguém que pensa em passar as férias em Nova York, faz uma pequena busca, e em seguida dá de cara com ofertas de hoteis na cidade a cada página que visita na rede.
Esta é uma questão com que os internautas estão começando a se preocupar agora – muito por conta dos anúncios que aparecem no Gmail e no Facebook com base em informações pessoais compartilhadas. Lewman diz que, quando pensa no futuro, gostaria de criar um software que garantisse a liberdade de expressão e a privacidade total na internet. “Eu seria muito mais leal a empresas se elas honrassem meus desejos sobre os meus dados. E imagino que haja muita gente que pense da mesma forma. [As empresas] começam dizendo que te amam, que vão cuidar das suas informações, mas lá pela página 16, parágrafo cinco, é ‘Venderemos seus dados a quem pudermos, e você não pode fazer nada a respeito’”, resume.
USB
O Tor também pretende usar a verba do Knight News Challenge em um projeto batizado de Tails. Trata-se de um sistema operacional preconfigurado em um pen drive. Assim, depois que o pen drive é desconectado, não ficam rastros no sistema local – o que permite que jornalistas publiquem informações de forma anônima de qualquer lugar, sem precisar de um laptop próprio.
“Você entra em um cibercafé, conecta seu pen drive, e terá um sistema operacional anônimo. Há ali uma conta de email, um browser de internet, ferramentas de edição de texto, vídeo e áudio”, explica Lewman. “Vamos pegar um exemplo extremo: você está em um país qualquer e testemunha um conflito. Você quer enviar o vídeo, mas não quer que ele seja rastreado até você. Pague 20 dólares por uma hora no computador, faça o upload do vídeo, mande para o YouTube ou algum outro site, desconecte o pen drive, e não há rastros”. Informações de Adrienne LaFrance [Nieman Journalism Lab, 20/6/12].
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quinta-feira, 28 de junho de 2012
Quanto nos tem custado Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata
[Mais um jornalista faz um striptease de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA), como político, como gestor, como mentiroso e como aético -- além de manipulador irresponsável da Petrobras. Hoje foi Carlos Alberto Sardenberg, em seu artigo no Globo que reproduzo a seguir. Dª Dilma também sai muito mal na foto com esse texto. O que estiver entre colchetes e em itálico é de minha responsabilidade.]
Custo Lula
Carlos Alberto Sardenberg - O Globo (28/6/2012)
Há menos de três anos, em 17 de setembro de 2009, o então presidente Lula apresentou-se triunfante em uma entrevista do jornal "Valor Econômico". Entre outras coisas, contou, sem meias palavras, que a Petrobras não queria construir refinarias e ainda apresentara um plano pífio de investimentos em 2008. "Convoquei o conselho" da empresa, contou Lula. Resultado: não uma, mas quatro refinarias no plano de investimentos, além de previsões fantásticas para a produção de óleo.
Em 25 de junho último, a Petrobras informa oficialmente aos investidores que, das quatro, apenas uma refinaria, Abreu e Lima, de Pernambuco, continua no plano com data para terminar. E, ainda assim, com atraso, aumento de custo e sem o dinheiro e óleo da PDVSA de Chávez. Todas as metas de produção foram reduzidas. As anteriores eram "irrealistas", disse a presidente da companhia, Graça Foster, acrescentando que faria uma revisão de processos e métodos. Entre outros equívocos, revelou que equipamentos eram comprados antes de os projetos estarem prontos e aprovados.
Nada se disse sobre os custos disso tudo para a Petrobras. Graça Foster informou que a refinaria de Pernambuco começará a funcionar em novembro de 2014, com 14 meses de atraso em relação à meta anterior, e custará US$ 17 bilhões, três bi a mais. [Os números de Sardenberg relativos a essa refinaria são bem discrepantes e bem inferiores aos informados pelo jornal Folha de S. Paulo do dia 26 deste mês, que cita como sua referência o novo plano de negocios da Petrobras para o período 2012-2016.] Na verdade, as metas agora revistas já haviam sido alteradas. O equívoco é muito maior.
Quando anunciada por Lula, a refinaria custaria US$ 4 bilhões e ficaria pronta antes de 2010. Como uma empresa como a Petrobras pode cometer um erro de planejamento desse tamanho? A resposta é simples: a estatal não tinha projeto algum para isso, Lula mandou fazer e a diretoria da estatal improvisou umas plantas. Anunciaram e os presidentes fizeram várias inaugurações.
O nome disso é populismo [muito pudico esse Sardenberg ...]. E custo Lula. Sim, porque o resultado é um prejuízo para os acionistas da Petrobras, do governo e do setor privado, de responsabilidade do ex-presidente e da diretoria que topou a montagem.
Tem mais na conta. Na mesma entrevista, Lula disse que mandou o Banco do Brasil comprar o Votorantim, porque este tinha uma boa carteira de financiamento de carros usados e era preciso incentivar esse setor. O BB comprou, salvou o Votorantim e engoliu prejuízo de mais de um bilhão de reais, pois a inadimplência ultrapassou todos os padrões. Ou seja, um péssimo negócio, conforme muita gente alertava. Mas como o próprio Lula explicou: "Quando fui comprar 50% do Votorantim, tive que me lixar para a especulação".
Quem escapou de prejuízo maior foi a Vale. Na mesma entrevista, Lula confirmou que estava, digamos, convencendo a Vale a investir em siderúrgicas e fábricas de latas de alumínio. Quando os jornalistam comentam que a empresa talvez não topasse esses investimentos por causa do custo, Lula argumentou que a empresa privada tem seu primeiro compromisso com o nacionalismo.
A Vale topou muita coisa vinda de Lula, inclusive a troca do presidente da companhia, mas se tivesse feito as siderúrgicas estaria quebrada ou perto disso. Idem para o alumínio, cuja produção exige muita energia elétrica, que continua a mais cara do mundo.
Ou seja, não era momento, nem havia condições de fazer refinarias e siderúrgicas. Os técnicos estavam certos. Lula estava errado. As empresas privadas foram se virando, mas as estatais se curvaram.
Ressalva: o BNDES, apesar das pressões de Brasília, não emprestou dinheiro para a PDVSA colocar na refinaria de pernambuco. Ponto para seu corpo técnico.
Quantos outros projetos e metas do governo Lula são equivocados? As obras de transposição do rio São Francisco estão igualmente atrasadas e muito mais caras [ver postagem anterior com valores dessa e de outras obras do PAC atrasadas e encarecidas -- sobre os atrasos em geral do PAC, ver outra postagem].O projeto do trem-bala começou custando R$ 10 bilhões e já passa dos 35 bi.
Assim como se fez a revisão dos planos da Petrobras, é urgente uma análise de todas as demais grandes obras. Mas há um outro ponto, político. A presidente Dilma estava no governo Lula, em posições de mando na área da Petrobras. Graça Foster era diretora da estatal. Não é possível imaginar que Graça Foster tenha feito essa incrível autocrítica sem autorização de Dilma.
Ora, será que as duas só tomaram consciência dos problemas agora? Ou sabiam perfeitamente dos erros então cometidos, mas tiveram que calar diante da força e do autoritarismo de Lula? De todo modo, o custo Lula está aparecendo mais cedo do que se imaginava. Inclusive na política.
Custo Lula
Carlos Alberto Sardenberg - O Globo (28/6/2012)
Há menos de três anos, em 17 de setembro de 2009, o então presidente Lula apresentou-se triunfante em uma entrevista do jornal "Valor Econômico". Entre outras coisas, contou, sem meias palavras, que a Petrobras não queria construir refinarias e ainda apresentara um plano pífio de investimentos em 2008. "Convoquei o conselho" da empresa, contou Lula. Resultado: não uma, mas quatro refinarias no plano de investimentos, além de previsões fantásticas para a produção de óleo.
Em 25 de junho último, a Petrobras informa oficialmente aos investidores que, das quatro, apenas uma refinaria, Abreu e Lima, de Pernambuco, continua no plano com data para terminar. E, ainda assim, com atraso, aumento de custo e sem o dinheiro e óleo da PDVSA de Chávez. Todas as metas de produção foram reduzidas. As anteriores eram "irrealistas", disse a presidente da companhia, Graça Foster, acrescentando que faria uma revisão de processos e métodos. Entre outros equívocos, revelou que equipamentos eram comprados antes de os projetos estarem prontos e aprovados.
Nada se disse sobre os custos disso tudo para a Petrobras. Graça Foster informou que a refinaria de Pernambuco começará a funcionar em novembro de 2014, com 14 meses de atraso em relação à meta anterior, e custará US$ 17 bilhões, três bi a mais. [Os números de Sardenberg relativos a essa refinaria são bem discrepantes e bem inferiores aos informados pelo jornal Folha de S. Paulo do dia 26 deste mês, que cita como sua referência o novo plano de negocios da Petrobras para o período 2012-2016.] Na verdade, as metas agora revistas já haviam sido alteradas. O equívoco é muito maior.
Quando anunciada por Lula, a refinaria custaria US$ 4 bilhões e ficaria pronta antes de 2010. Como uma empresa como a Petrobras pode cometer um erro de planejamento desse tamanho? A resposta é simples: a estatal não tinha projeto algum para isso, Lula mandou fazer e a diretoria da estatal improvisou umas plantas. Anunciaram e os presidentes fizeram várias inaugurações.
O nome disso é populismo [muito pudico esse Sardenberg ...]. E custo Lula. Sim, porque o resultado é um prejuízo para os acionistas da Petrobras, do governo e do setor privado, de responsabilidade do ex-presidente e da diretoria que topou a montagem.
Tem mais na conta. Na mesma entrevista, Lula disse que mandou o Banco do Brasil comprar o Votorantim, porque este tinha uma boa carteira de financiamento de carros usados e era preciso incentivar esse setor. O BB comprou, salvou o Votorantim e engoliu prejuízo de mais de um bilhão de reais, pois a inadimplência ultrapassou todos os padrões. Ou seja, um péssimo negócio, conforme muita gente alertava. Mas como o próprio Lula explicou: "Quando fui comprar 50% do Votorantim, tive que me lixar para a especulação".
Quem escapou de prejuízo maior foi a Vale. Na mesma entrevista, Lula confirmou que estava, digamos, convencendo a Vale a investir em siderúrgicas e fábricas de latas de alumínio. Quando os jornalistam comentam que a empresa talvez não topasse esses investimentos por causa do custo, Lula argumentou que a empresa privada tem seu primeiro compromisso com o nacionalismo.
A Vale topou muita coisa vinda de Lula, inclusive a troca do presidente da companhia, mas se tivesse feito as siderúrgicas estaria quebrada ou perto disso. Idem para o alumínio, cuja produção exige muita energia elétrica, que continua a mais cara do mundo.
Ou seja, não era momento, nem havia condições de fazer refinarias e siderúrgicas. Os técnicos estavam certos. Lula estava errado. As empresas privadas foram se virando, mas as estatais se curvaram.
Ressalva: o BNDES, apesar das pressões de Brasília, não emprestou dinheiro para a PDVSA colocar na refinaria de pernambuco. Ponto para seu corpo técnico.
Quantos outros projetos e metas do governo Lula são equivocados? As obras de transposição do rio São Francisco estão igualmente atrasadas e muito mais caras [ver postagem anterior com valores dessa e de outras obras do PAC atrasadas e encarecidas -- sobre os atrasos em geral do PAC, ver outra postagem].O projeto do trem-bala começou custando R$ 10 bilhões e já passa dos 35 bi.
Assim como se fez a revisão dos planos da Petrobras, é urgente uma análise de todas as demais grandes obras. Mas há um outro ponto, político. A presidente Dilma estava no governo Lula, em posições de mando na área da Petrobras. Graça Foster era diretora da estatal. Não é possível imaginar que Graça Foster tenha feito essa incrível autocrítica sem autorização de Dilma.
Ora, será que as duas só tomaram consciência dos problemas agora? Ou sabiam perfeitamente dos erros então cometidos, mas tiveram que calar diante da força e do autoritarismo de Lula? De todo modo, o custo Lula está aparecendo mais cedo do que se imaginava. Inclusive na política.
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Airbus estuda construir fábrica nos EUA
A Airbus ainda não tem uma palavra final, mas estuda a construção de uma
fábrica que produzirá nos Estados Unidos aeronaves do modelo A320, o mais vendido da companhia. A afirmação é de Tom Enders, presidente
da fabricante de aviões. A Airbus está seriamente estudando a possibilidade de abrir uma linha de
montagem nos Estados Unidos, em um desafio direto à Boeing diante da
competição mais acirrada no mercado mundial de aviões, disseram nesta quinta-feira fontes familiarizadas com o assunto.
O plano seria produzir o modelo da Airbus que mais vende, o A320, provavelmente em Mobile (Alabama), onde a EADS planejava montar os aviões-tanques sob uma licitação do Pentágono que perdeu para a Boeing no ano passado. Uma das fontes não descartou um anúncio iminente.
O plano seria produzir o modelo da Airbus que mais vende, o A320, provavelmente em Mobile (Alabama), onde a EADS planejava montar os aviões-tanques sob uma licitação do Pentágono que perdeu para a Boeing no ano passado. Uma das fontes não descartou um anúncio iminente.
Um porta-voz da Airbus disse que a unidade da EADS ainda não completou
estudos. "Nenhuma decisão foi tomada", disse o porta-voz Stefan
Schaffrath, sem dar mais detalhes.
Enders considerou “especulação” as afirmações de que a decisão já teria
sido tomada. Ele ponderou, porém, que há muito temp, a Airbus quer
aumentar a presença nos Estados Unidos, o maior mercado da indústria
aeroespacial e de defesa do mundo.
Dois grandes executivos da Airbus teriam visitado recentemente o local
onde seria construída a nova unidade, no Estado do Alabama, informaram
pessoas familiares aos planos da companhia à agência “Dow Jones”. A
Airbus, atualmente, fabrica aviões na França, Alemanha e China.
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Micro e pequenas empresas criam 75,7% dos empregos no país em maio
As micro e pequenas empresas com até 99 funcionários foram responsáveis pela criação de 75,7% dos postos de trabalhos abertos no País durante o mês de maio. O levantamento é feito pelo Sebrae com base nos dados
oficiais divulgados pelo Ministério do Trabalho por meio do Caged.
Na comparação com abril deste ano, os números mostram evolução na participação das micro e pequenas empresas, que tinham criado naquele mês 70,2% do total de oportunidades de emprego. "Os dados oficiais mostram também também que na última década enquanto os salários tiveram aumento real de 4% nas médias e grandes empresas, nas micro e pequenas o ganho foi de 14%, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, no mês de maio foram criados 139.679 empregos, expansão de apenas 0,36% em relação ao mês de abril. No acumulado dos últimos 12 meses, foram criados 1,61 milhão de postos de trabalho - crescimento de 4,32% no contingente de assalariados com carteira assinada.
Na comparação com abril deste ano, os números mostram evolução na participação das micro e pequenas empresas, que tinham criado naquele mês 70,2% do total de oportunidades de emprego. "Os dados oficiais mostram também também que na última década enquanto os salários tiveram aumento real de 4% nas médias e grandes empresas, nas micro e pequenas o ganho foi de 14%, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, no mês de maio foram criados 139.679 empregos, expansão de apenas 0,36% em relação ao mês de abril. No acumulado dos últimos 12 meses, foram criados 1,61 milhão de postos de trabalho - crescimento de 4,32% no contingente de assalariados com carteira assinada.
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Aberta a porteira para afrouxar licitações do PAC
[Há pouco tempo, fiz postagem sobre o gigantesco queijo suiço que é o PAC, o Programa de "Aceleração" do Crescimento, criado no governo de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA), e continuado por Dª Dilma, que o NPA transformou em "mãe" do programa. Só que essa mãe revelou-se desatenta com seu filho adotivo e incompetente para tutelá-lo, e o PAC virou um exemplo de enormes atrasos de cronogramas e de desperdício de dinheiro. Pois mesmo assim, o governo inventou e conseguiu aprovar no Congresso um tal de Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que simplesmente lhe permite "flexibilizar" as regras para licitações governamentais relativas ao PAC, tornando o processo mais ágil e menos rigoroso [o destaque é meu]. Ou seja, foi aberta a porteira para mutretas mais explícitas no PAC. Só que o problema desse programa não está essencialmente nas contratações de obras, mas sim na sua execução e no seu controle de tempo e custo -- e aí ressalta a incompetência da gerentona.]
O Senado aprovou o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O RDC foi criado para atender à urgência das obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 ao flexibilizar as regras para licitações governamentais tornando o processo mais ágil e menos rigoroso.
A Lei de Conversão 13/2012, aprovada pelo Senado, é proveniente da Medida Provisória (MP) 559/2012 que foi emendada pelos deputados. A oposição, que votou contra a MP, reclamou do excesso de liberdade para o governo e alertou para a possibilidade de todas as licitações a partir de agora deixarem de atender às regras da Lei 8.666, que impõe requisitos para as contratações governamentais. “A partir de agora nós estamos permitindo que o governo federal estabeleça quais são as obras que serão licitadas pela Lei 8.666 e quais serão licitadas por esse regime esdrúxulo de contratações. É preciso que estejamos atentos a quais são as verdadeiras intenções com esse modelo”, disse o senado Aécio Neves (PSDB-MG).
Originalmente a MP foi editada apenas para autorizar a Eletrobras a assumir o controle acionário das Centrais Elétricas de Goiás (Celg) – companhia responsável pela distribuição de energia no estado. Mas, durante a tramitação na Câmara foram acrescentadas emendas.
Além do RDC, o texto inclui mudança para elevar o limite para a contratação de construções do Programa Minha Casa, Minha Vida e outra que permite a instituições de ensino superior converterem dívidas com a Receita Federal em bolsas de estudo.
Por ter sido aprovado sem alterações em relação ao texto enviado pela Câmara dos Deputados, o projeto seguirá agora para sanção presidencial.
O Senado aprovou o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O RDC foi criado para atender à urgência das obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 ao flexibilizar as regras para licitações governamentais tornando o processo mais ágil e menos rigoroso.
A Lei de Conversão 13/2012, aprovada pelo Senado, é proveniente da Medida Provisória (MP) 559/2012 que foi emendada pelos deputados. A oposição, que votou contra a MP, reclamou do excesso de liberdade para o governo e alertou para a possibilidade de todas as licitações a partir de agora deixarem de atender às regras da Lei 8.666, que impõe requisitos para as contratações governamentais. “A partir de agora nós estamos permitindo que o governo federal estabeleça quais são as obras que serão licitadas pela Lei 8.666 e quais serão licitadas por esse regime esdrúxulo de contratações. É preciso que estejamos atentos a quais são as verdadeiras intenções com esse modelo”, disse o senado Aécio Neves (PSDB-MG).
Originalmente a MP foi editada apenas para autorizar a Eletrobras a assumir o controle acionário das Centrais Elétricas de Goiás (Celg) – companhia responsável pela distribuição de energia no estado. Mas, durante a tramitação na Câmara foram acrescentadas emendas.
Além do RDC, o texto inclui mudança para elevar o limite para a contratação de construções do Programa Minha Casa, Minha Vida e outra que permite a instituições de ensino superior converterem dívidas com a Receita Federal em bolsas de estudo.
Por ter sido aprovado sem alterações em relação ao texto enviado pela Câmara dos Deputados, o projeto seguirá agora para sanção presidencial.
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quarta-feira, 27 de junho de 2012
Uma arma que não podemos controlar
[Um artigo para ler e pensar, de Misha Glenny -- professor visitante da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade de Colúmbia, e autor do livro "DarkMarket: Cyberthieves, Cybercops and You"("DarkMarket": Ladrões cibernéticos, Policiais cibernéticos e Você" --, publicado no IHT (International Herald Tribune) de 24 deste mês, que um querido amigo me enviou.]
A decisão dos EUA e de Israel de desenvolver e, depois, injetar o vírus Stuxnet nas instalações nucleares do Irã no final do governo de George W. Bush marcou um ponto de inflexão significativo e perigoso na militarização gradual da Internet. Washington começou a cruzar o Rubicão. Se continuar, a guerra contemporânea sofrerá uma mudança radical à medida que avançarmos em território perigoso e ainda não mapeado.
Uma coisa é desenvolver vírus e deixá-los guardados, em segurança, para uso futuro se a situação assim o determinar. Outra, bem diferente, é desenvolvê-los e utilizá-los em tempos de paz. Efetivamente, o Stuxnet detonou uma arma que deu início a uma corrida armamentista nova que, muito provavelmente, levará à disseminação na Internet de armamento cibernético similar e ainda mais potente. Entretanto, diferentemente do que ocorre com armas nucleares e químicas, os países estão desenvolvendo armas cibernéticas fora de qualquer marco regulatório.
Não há tratado ou acordo internacional restringindo o uso de armas cibernéticas, que são capazes de fazer qualquer coisa desde o controle de um laptop pessoal até a completa interrupção de todo o sistema central de comunicações ou bancário de um país. É do interesse dos EUA pressionar para a criação de um protocolo dessa natureza, antes que o monstro criado pela falta dele venha se aninhar em nossa casa.
O Stuxnet foi desenvolvido e instalado com o objetivo específico de contaminar as instalações de enriquecimento de urânio de Natanz, no Irã. Isso exigiu uma manobra sorrateira para introduzir o vírus na rede privada segura e "offline" da usina. Mas, apesar do isolamento de Natanz, o Stuxnet escapou de alguma maneira para a selva cibernética, acabando por afetar centenas de milhares de sistemas mundo afora. Esse é um dos perigos assustadores de uma corrida armamentista descontrolada no espaço cibernético; uma vez liberados, os desenvolvedores de vírus geralmente perdem o controle de suas criações, que inevitavelmente irão buscar e atacar as redes de instituições ou países inocentes. Além disso, todos os países possuidores de uma capacidade cibernética ofensiva ficarão tentados a usá-la, uma vez que o primeiro tiro tenha sido dado.
Até as declarações recentes de David E. Sanger no The New York Times, não havia nenhuma prova definitiva de que os EUA estavam por trás do Stuxnet. Agora, especialistas em segurança cibernética encontraram uma ligação inequívoca entre seus criadores e um vírus recentemente descoberto chamado Flame, que transforma computadores infectados em ferramentas de espionagem de múltiplos usos e que invadiu máquinas pelo Oriente Médio afora.
Por longa data, os EUA têm sido uma liderança louvável no combate à disseminação de códigos de computador daninhos, conhecidos como malware, que brincalhões, criminosos, pessoal de serviços de segurança e organizações terroristas têm utilizado para atingir seus objetivos. Mas, ao introduzir vírus tão daninhos como o Stuxnet e o Flame, os EUA abalaram seriamente sua credibilidade.
O Flame circulou pela Web durante pelo menos quatro anos e conseguiu não ser detetado pelos grandes operadores antivírus como McAfee, Symantec, Kaspersky Lab e F-Secure [na realidade, foi a Kaspersky Lab que descobriu o Flame] -- empresas que são vitais para que os usuários respeitadores das leis possam conduzir suas atividades pessoais ou comerciais na Web sem serem molestados pelo exército de desenvolvedores de vírus que invadem a Internet para roubar nosso dinheiro, nossos dados, nossa propriedade intelectual ou nossas identidades. Mas, gente sênior do setor tem mostrado profunda preocupação com a produção e aplicação, pelo Estado, dos vírus mais potentes já vistos.
Durante a guerra fria, os ativos mais importantes dos países eram os mísseis com ogivas nucleares. Geralmente, sua quantidade e sua localização eram de conhecimento geral [das partes envolvidas], assim como os danos que poderiam causar e quanto tempo lhes seria necessário para causar tais danos.
Guerra cibernética avançada é diferente: os ativos de um país repousam tanto na fraqueza das defesas computacionais do inimigo, quanto na potência das armas de que ele dispõe. Assim, para avaliar sua própria capacidade, um país se vê tentado a penetrar nos sistemas do inimigo antes que um conflito ocorra. Não é de bom alvitre atingí-lo com as hostilidades já deflagradas -- ele estará preparado, e há o risco de que ele já tenha invadido e infectado nossos sistemas. Uma vez tendo assumido o controle, a lógica da guerra cibernética é assustadoramente preventiva e pode levar a uma disseminação descontrolada de malware.
Até agora, os EUA têm sido relutantes em discutir com a Rússia e a China a regulamentação da Internet. Washington acredita que quaisquer iniciativas voltadas para um tratado podem solapar e enfraquecer sua suposta superioridade nos campos do armamento cibernético e da robótica. E receia que Moscou e Beijing possam explorar uma regulamentação global de atividade militar na Web para justificar e fortalecer, ainda mais, as ferramentas poderosas que já usam para restringir a liberdade de seus cidadãos na rede. Os EUA têm que agora cogitar de entabular discussões com as maiores potências mundiais, por mais execrável que isso possa parecer, sobre as regras de gestão da Internet como um domínio militar [já no ano passado o Pentágono definiu o ciberespaço como um território de guerra -- ver também os preparativos do Pentágono para uma guerra cibernética].
Qualquer acordo que se estabeleça deve regulamentar apenas os usos militares da Internet, e devem, especificamente, evitar quaisquer cláusulas que possam afetar o uso privado ou comercial da Web. Ninguém pode deter a corrida mundial para criar armas cibernéticas, mas um tratado poderia evitar seu desenvolvimento em tempos de paz e permitir uma resposta coletiva contra países ou organizações que o violem. [Ver postagem "Brasil discute gestão da Internet na ONU".]
Superioridade técnica não é permanente, nem imutável, e os EUA são plausivelmente mais dependentes de sistemas computacionais ligados em redes do que qualquer outro país do mundo. Washington precisa deter a espiral rumo a uma corrida armamentista que, a longo prazo, não tem garantia de ganhar.
A decisão dos EUA e de Israel de desenvolver e, depois, injetar o vírus Stuxnet nas instalações nucleares do Irã no final do governo de George W. Bush marcou um ponto de inflexão significativo e perigoso na militarização gradual da Internet. Washington começou a cruzar o Rubicão. Se continuar, a guerra contemporânea sofrerá uma mudança radical à medida que avançarmos em território perigoso e ainda não mapeado.
Uma coisa é desenvolver vírus e deixá-los guardados, em segurança, para uso futuro se a situação assim o determinar. Outra, bem diferente, é desenvolvê-los e utilizá-los em tempos de paz. Efetivamente, o Stuxnet detonou uma arma que deu início a uma corrida armamentista nova que, muito provavelmente, levará à disseminação na Internet de armamento cibernético similar e ainda mais potente. Entretanto, diferentemente do que ocorre com armas nucleares e químicas, os países estão desenvolvendo armas cibernéticas fora de qualquer marco regulatório.
Não há tratado ou acordo internacional restringindo o uso de armas cibernéticas, que são capazes de fazer qualquer coisa desde o controle de um laptop pessoal até a completa interrupção de todo o sistema central de comunicações ou bancário de um país. É do interesse dos EUA pressionar para a criação de um protocolo dessa natureza, antes que o monstro criado pela falta dele venha se aninhar em nossa casa.
O Stuxnet foi desenvolvido e instalado com o objetivo específico de contaminar as instalações de enriquecimento de urânio de Natanz, no Irã. Isso exigiu uma manobra sorrateira para introduzir o vírus na rede privada segura e "offline" da usina. Mas, apesar do isolamento de Natanz, o Stuxnet escapou de alguma maneira para a selva cibernética, acabando por afetar centenas de milhares de sistemas mundo afora. Esse é um dos perigos assustadores de uma corrida armamentista descontrolada no espaço cibernético; uma vez liberados, os desenvolvedores de vírus geralmente perdem o controle de suas criações, que inevitavelmente irão buscar e atacar as redes de instituições ou países inocentes. Além disso, todos os países possuidores de uma capacidade cibernética ofensiva ficarão tentados a usá-la, uma vez que o primeiro tiro tenha sido dado.
Até as declarações recentes de David E. Sanger no The New York Times, não havia nenhuma prova definitiva de que os EUA estavam por trás do Stuxnet. Agora, especialistas em segurança cibernética encontraram uma ligação inequívoca entre seus criadores e um vírus recentemente descoberto chamado Flame, que transforma computadores infectados em ferramentas de espionagem de múltiplos usos e que invadiu máquinas pelo Oriente Médio afora.
Por longa data, os EUA têm sido uma liderança louvável no combate à disseminação de códigos de computador daninhos, conhecidos como malware, que brincalhões, criminosos, pessoal de serviços de segurança e organizações terroristas têm utilizado para atingir seus objetivos. Mas, ao introduzir vírus tão daninhos como o Stuxnet e o Flame, os EUA abalaram seriamente sua credibilidade.
O Flame circulou pela Web durante pelo menos quatro anos e conseguiu não ser detetado pelos grandes operadores antivírus como McAfee, Symantec, Kaspersky Lab e F-Secure [na realidade, foi a Kaspersky Lab que descobriu o Flame] -- empresas que são vitais para que os usuários respeitadores das leis possam conduzir suas atividades pessoais ou comerciais na Web sem serem molestados pelo exército de desenvolvedores de vírus que invadem a Internet para roubar nosso dinheiro, nossos dados, nossa propriedade intelectual ou nossas identidades. Mas, gente sênior do setor tem mostrado profunda preocupação com a produção e aplicação, pelo Estado, dos vírus mais potentes já vistos.
Durante a guerra fria, os ativos mais importantes dos países eram os mísseis com ogivas nucleares. Geralmente, sua quantidade e sua localização eram de conhecimento geral [das partes envolvidas], assim como os danos que poderiam causar e quanto tempo lhes seria necessário para causar tais danos.
Guerra cibernética avançada é diferente: os ativos de um país repousam tanto na fraqueza das defesas computacionais do inimigo, quanto na potência das armas de que ele dispõe. Assim, para avaliar sua própria capacidade, um país se vê tentado a penetrar nos sistemas do inimigo antes que um conflito ocorra. Não é de bom alvitre atingí-lo com as hostilidades já deflagradas -- ele estará preparado, e há o risco de que ele já tenha invadido e infectado nossos sistemas. Uma vez tendo assumido o controle, a lógica da guerra cibernética é assustadoramente preventiva e pode levar a uma disseminação descontrolada de malware.
Até agora, os EUA têm sido relutantes em discutir com a Rússia e a China a regulamentação da Internet. Washington acredita que quaisquer iniciativas voltadas para um tratado podem solapar e enfraquecer sua suposta superioridade nos campos do armamento cibernético e da robótica. E receia que Moscou e Beijing possam explorar uma regulamentação global de atividade militar na Web para justificar e fortalecer, ainda mais, as ferramentas poderosas que já usam para restringir a liberdade de seus cidadãos na rede. Os EUA têm que agora cogitar de entabular discussões com as maiores potências mundiais, por mais execrável que isso possa parecer, sobre as regras de gestão da Internet como um domínio militar [já no ano passado o Pentágono definiu o ciberespaço como um território de guerra -- ver também os preparativos do Pentágono para uma guerra cibernética].
Qualquer acordo que se estabeleça deve regulamentar apenas os usos militares da Internet, e devem, especificamente, evitar quaisquer cláusulas que possam afetar o uso privado ou comercial da Web. Ninguém pode deter a corrida mundial para criar armas cibernéticas, mas um tratado poderia evitar seu desenvolvimento em tempos de paz e permitir uma resposta coletiva contra países ou organizações que o violem. [Ver postagem "Brasil discute gestão da Internet na ONU".]
Superioridade técnica não é permanente, nem imutável, e os EUA são plausivelmente mais dependentes de sistemas computacionais ligados em redes do que qualquer outro país do mundo. Washington precisa deter a espiral rumo a uma corrida armamentista que, a longo prazo, não tem garantia de ganhar.
Uma correta avaliação do governo Dilma
[Nem sempre concordo com o que o historiador Marco Antonio Villa diz e escreve, mas de vez em quando sua opinião empata inteiramente com a minha -- como foi o caso de sua coluna de ontem no Globo e em seu blogue, que reproduzo a seguir.]
O governo Dilma parece velho
Marco Antonio Villa - 26/6/2012
O governo Dilma Rousseff completa 18 meses. Acumulou fracassos e mais fracassos. O papel de gerente eficiente foi um blefe. Maior, só o de faxineira, imagem usada para combater o que chamou de malfeitos. Na história da República, não houve governo que, em um ano e meio, tenha sido obrigado a demitir tantos ministros por graves acusações de corrupção.
Como era esperado, a presidente não consegue ser a dirigente política do seu próprio governo. Quando tenta, acaba sempre se dando mal. É dependente visceralmente do seu criador. Está satisfeita com este papel. E resignada. Sabe dos seus limites. O presidente oculto vai apontando o rumo e ela segue obediente. Quando não sabe o que fazer, corre para São Bernardo do Campo. A antiga Detroit brasileira virou a Meca do petismo. Nunca tivemos um ex-presidente que tenha de forma tão cristalina interferido no governo do seu sucessor. Lembra o que no México foi chamado de Maximato (1928-1934), quando Plutarco Elias Calles foi o homem forte durante anos, sem que tenha exercido diretamente a presidência. Lá acabou numa ruptura. Em 1935 Lázaro Cárdenas se afastou do "Chefe Máximo" da Revolução. Aqui, nada indica que isso possa ocorrer. Pelo contrário, pode ser que em 2014 o criador queira retomar diretamente as rédeas do poder e mande para casa a criatura.
O PAC - pura invenção de marketing para dar aparência de planejamento estatal - tem como principal marca o atraso no cronograma das obras, além de graves denúncias de irregularidades. O maior feito do "programa" foi ter alçado uma desconhecida construtora para figurar entre as maiores empreiteiras brasileiras. De resto, o PAC é o símbolo da incompetência gerencial: os conhecidos gargalos na infraestrutura continuam intocados, as obras da Copa do Mundo estão atrasadas, o programa "Minha Casa, Minha Vida" não conseguiu sequer atingir 1/3 das metas.
O Nordeste é o exemplo mais cristalino de como age o governo Dilma. A região passa pela seca mais severa dos últimos 30 anos. A falta de chuva já era sabida. Mas as autoridades federais não estavam preocupadas com isso. Pelo contrário. O que interessava era resolver a partilha da máquina estatal na região entre os partidos da base. Duas agências foram entregues salomonicamente: uma para o PMDB (o DNOCS) e outra para o PT (o Banco do Nordeste). E a imprensa noticiou graves desvios nos dois órgãos, que perfazem quase 300 milhões de reais. A "punição" foi a demissão dos gestores. Enquanto isso, desejando mostrar alguma preocupação com os sertanejos, o governo instituiu a bolsa-seca, 80 reais para cada família cadastrada durante 5 meses, perfazendo 400 reais (o benefício será extinto em novembro, pois, de acordo com a presidente, vai chover na região e tudo, magicamente, vai voltar ao normal). Isto mesmo, leitor. Esta é a equidade petista: para os mangões, tudo; para os sertanejos, uma esmola.
Greves pipocam pelo serviço público. As promessas de novos planos de carreiras nunca foram cumpridas. A educação é o setor mais caótico. Não é para menos. Tem à frente o ministro Aloizio Mercadante. Quando passou pelo Ministério da Ciência e Tecnologia nada fez. Só discursou e fez promessas. E as realizações? Nenhuma. Mercadante lembra Venceslau Braz. Durante o quadriênio Hermes da Fonseca, Venceslau foi um vice-presidente sempre ausente da Capital Federal. Vivia pescando em Itajubá. Quando foi alçado à presidência da República, o poeta Emílio de Menezes comentou sarcasticamente: "É o único caso que conheço de promoção por abandono de emprego." Mercadante é um versão século XXI de Venceslau. O sistema federal de ensino superior está parado e vive uma grave crise. O que ele faz? Finge que nada está acontecendo. Quando resolve se manifestar, numa recaída castrense, diz que só negocia quando os grevistas voltarem ao trabalho.
A crise econômica mundial também não mereceu a atenção devida. Como o governo só administra o varejo e não tem um projeto para o país, enfrenta as turbulências com medidas paliativas. Acha que mexendo numa alíquota resolve o problema de um setor. Sempre a política adotada é aquela mais simples. Tudo é feito de improviso. É mais que evidente que o modelo construído ao longo das últimas duas décadas está fazendo água (e não é de hoje). É necessário mudar. Mas o governo não tem a mínima ideia de como fazer isso. Prefere correr desesperadamente atrás do que considera uma taxa de crescimento aceitável eleitoralmente. É a síndrome de 2014. O que importa não é o futuro do país, mas a permanência no poder.
Na política externa, se é verdade que Patriota não tem os arroubos juvenis de Amorim, o que é muito positivo, os dez anos de consulado petista transformaram a Casa de Rio Branco em uma espécie de UNE da terceira idade. A política externa está em descompasso com as necessidades de um país que pretende ter papel relevante na cena internacional. O Itamaraty transformou-se em um ministério marcado por derrotas. A última foi na Rio+20, quando, até por ser a sede do evento, deveria exercer não só um papel de protagonista, como também de articulador. A nossa diplomacia perdeu a capacidade de construir consensos. Assimilou o "estilo bolivariano", da retórica panfletária e vazia, e, algumas vezes, se tornou até caudatária dos caudilhos, como agora na crise paraguaia.
O governo Dilma parece velho, sem iniciativa. Parodiando o poeta: todo dia ele faz tudo sempre igual. E saber que nem completou metade do mandato. Pobre Brasil.
O governo Dilma parece velho
Marco Antonio Villa - 26/6/2012
O governo Dilma Rousseff completa 18 meses. Acumulou fracassos e mais fracassos. O papel de gerente eficiente foi um blefe. Maior, só o de faxineira, imagem usada para combater o que chamou de malfeitos. Na história da República, não houve governo que, em um ano e meio, tenha sido obrigado a demitir tantos ministros por graves acusações de corrupção.
Como era esperado, a presidente não consegue ser a dirigente política do seu próprio governo. Quando tenta, acaba sempre se dando mal. É dependente visceralmente do seu criador. Está satisfeita com este papel. E resignada. Sabe dos seus limites. O presidente oculto vai apontando o rumo e ela segue obediente. Quando não sabe o que fazer, corre para São Bernardo do Campo. A antiga Detroit brasileira virou a Meca do petismo. Nunca tivemos um ex-presidente que tenha de forma tão cristalina interferido no governo do seu sucessor. Lembra o que no México foi chamado de Maximato (1928-1934), quando Plutarco Elias Calles foi o homem forte durante anos, sem que tenha exercido diretamente a presidência. Lá acabou numa ruptura. Em 1935 Lázaro Cárdenas se afastou do "Chefe Máximo" da Revolução. Aqui, nada indica que isso possa ocorrer. Pelo contrário, pode ser que em 2014 o criador queira retomar diretamente as rédeas do poder e mande para casa a criatura.
O PAC - pura invenção de marketing para dar aparência de planejamento estatal - tem como principal marca o atraso no cronograma das obras, além de graves denúncias de irregularidades. O maior feito do "programa" foi ter alçado uma desconhecida construtora para figurar entre as maiores empreiteiras brasileiras. De resto, o PAC é o símbolo da incompetência gerencial: os conhecidos gargalos na infraestrutura continuam intocados, as obras da Copa do Mundo estão atrasadas, o programa "Minha Casa, Minha Vida" não conseguiu sequer atingir 1/3 das metas.
O Nordeste é o exemplo mais cristalino de como age o governo Dilma. A região passa pela seca mais severa dos últimos 30 anos. A falta de chuva já era sabida. Mas as autoridades federais não estavam preocupadas com isso. Pelo contrário. O que interessava era resolver a partilha da máquina estatal na região entre os partidos da base. Duas agências foram entregues salomonicamente: uma para o PMDB (o DNOCS) e outra para o PT (o Banco do Nordeste). E a imprensa noticiou graves desvios nos dois órgãos, que perfazem quase 300 milhões de reais. A "punição" foi a demissão dos gestores. Enquanto isso, desejando mostrar alguma preocupação com os sertanejos, o governo instituiu a bolsa-seca, 80 reais para cada família cadastrada durante 5 meses, perfazendo 400 reais (o benefício será extinto em novembro, pois, de acordo com a presidente, vai chover na região e tudo, magicamente, vai voltar ao normal). Isto mesmo, leitor. Esta é a equidade petista: para os mangões, tudo; para os sertanejos, uma esmola.
Greves pipocam pelo serviço público. As promessas de novos planos de carreiras nunca foram cumpridas. A educação é o setor mais caótico. Não é para menos. Tem à frente o ministro Aloizio Mercadante. Quando passou pelo Ministério da Ciência e Tecnologia nada fez. Só discursou e fez promessas. E as realizações? Nenhuma. Mercadante lembra Venceslau Braz. Durante o quadriênio Hermes da Fonseca, Venceslau foi um vice-presidente sempre ausente da Capital Federal. Vivia pescando em Itajubá. Quando foi alçado à presidência da República, o poeta Emílio de Menezes comentou sarcasticamente: "É o único caso que conheço de promoção por abandono de emprego." Mercadante é um versão século XXI de Venceslau. O sistema federal de ensino superior está parado e vive uma grave crise. O que ele faz? Finge que nada está acontecendo. Quando resolve se manifestar, numa recaída castrense, diz que só negocia quando os grevistas voltarem ao trabalho.
A crise econômica mundial também não mereceu a atenção devida. Como o governo só administra o varejo e não tem um projeto para o país, enfrenta as turbulências com medidas paliativas. Acha que mexendo numa alíquota resolve o problema de um setor. Sempre a política adotada é aquela mais simples. Tudo é feito de improviso. É mais que evidente que o modelo construído ao longo das últimas duas décadas está fazendo água (e não é de hoje). É necessário mudar. Mas o governo não tem a mínima ideia de como fazer isso. Prefere correr desesperadamente atrás do que considera uma taxa de crescimento aceitável eleitoralmente. É a síndrome de 2014. O que importa não é o futuro do país, mas a permanência no poder.
Na política externa, se é verdade que Patriota não tem os arroubos juvenis de Amorim, o que é muito positivo, os dez anos de consulado petista transformaram a Casa de Rio Branco em uma espécie de UNE da terceira idade. A política externa está em descompasso com as necessidades de um país que pretende ter papel relevante na cena internacional. O Itamaraty transformou-se em um ministério marcado por derrotas. A última foi na Rio+20, quando, até por ser a sede do evento, deveria exercer não só um papel de protagonista, como também de articulador. A nossa diplomacia perdeu a capacidade de construir consensos. Assimilou o "estilo bolivariano", da retórica panfletária e vazia, e, algumas vezes, se tornou até caudatária dos caudilhos, como agora na crise paraguaia.
O governo Dilma parece velho, sem iniciativa. Parodiando o poeta: todo dia ele faz tudo sempre igual. E saber que nem completou metade do mandato. Pobre Brasil.
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Transformando plástico em energia
Este assunto me foi trazido há pouco tempo por um dileto amigo, através de um vídeo mostrando a técnica e os conceitos do japonês Akinori Ito, diretor-executivo da empresa Blest, para transformar plástico em combustível. A recente desativação do lixão de Gramacho chamou-me novamente a atenção para o assunto.
Um empresário do Alasca, Bernie Karl, já está usando com sucesso uma maquineta da Blest.
Ver também "Trabalho sobre Reciclagem de Plásticos", de Ciro Baraky.
Um empresário do Alasca, Bernie Karl, já está usando com sucesso uma maquineta da Blest.
O japonês Akinori Ito e seu conceito de transformar lixo plástico doméstico em combustível - (Vídeo: You Tube).
Depois, localizei um outro vídeo sobre o mesmo assunto, envolvendo desta vez uma empresa americana do Oregon, nos EUA, que busca o mesmo objetivo que o japonês porém já em escala maior, com máquinas de grande porte. O princípio básico é o mesmo: como todo plástico conserva resíduos do hidrocarboneto que o produziu, a ideia é recuperar esses hidrocarbonetos através de pirólise (decomposição em altas temperaturas) -- o gás daí proveniente é resfriado e condensado, obtendo-se assim o combustível original do processo de produção do plástico.
O processo da empresa americana Agilyx de transformar em combustível lixo plástico de aterros sanitários - (Vídeo: You Tube).
Não encontrei nada consolidado sobre qualquer experiência sistemática no Brasil de aproveitamento do plástico como fonte de energia. Há um interessantíssimo trabalho sobre "Aproveitamento de plástico pós-consumo na forma de combustível para altos-fornos e coquerias", de 2006, de autoria de Antonio Augusto Gorni, engenheiro da Cosipa, disponível em arquivo pdf através de APROVEITAMENTO DE PLÁSTICO PÓS-CONSUMO NA FORMA ...
www.gorni.eng.br/Gorni_PlastInd_Jan2006.pdf .Ver também "Trabalho sobre Reciclagem de Plásticos", de Ciro Baraky.
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terça-feira, 26 de junho de 2012
Copa de 2014 será 'pesadelo logístico', diz jornal britânico
[Apesar de terem iniciado a revolução industrial, os britânicos surpreendentemente só agora descobriram a pólvora como se vê pela reportagem abaixo ...]
O diário britânico The Independent afirma em sua edição desta terça-feira que a Copa do Mundo de 2014 será ''um pesadelo logístico" devido às grandes distâncias e variações de temperaturas'' no Brasil. O jornal diz que os transtornos enfrentados pela Inglaterra na Eurocopa 2012 - que teve que se deslocar várias vezes entre os dois países-sede do torneio, a Ucrânia e a Polônia -, são ''férias na praia'' se comparados com os que poderão ser enfrentados pela equipe inglesa, caso se classifique, durante a Copa no Brasil.
Durante a Eurocopa, a seleção inglesa, que foi eliminada pela Itália no domingo, teve de enfrentar quatro voos ao longo de 16 dias, mas o diário comenta que se a Inglaterra cair no Grupo E da Copa no Brasil, ela poderá ter de viajar uma distância de mais de 4.400 quilômetros. Nessa chave, são previstos jogos em Manaus, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Além das cansativas e longas viagens, segundo o jornal, as equipes teriam que ''encarar temperaturas que iriam do tropical ao congelante'' [quem escreveu essa reportagem devia estar saindo de um pub de pilequinho -- a menos que ele seja daqueles que -- apesar da guerra das Malvinas/Falkland -- acham que Buenos Aires é a capital do Brasil].
Inspeção
Como exemplo do extremo calor tropical que a equipe enfrentaria, o Independent cita a Arena da Amazônia, em Manaus, e, num o outro extremo, o estádio Beira-Rio, de Porto Alegre, ''que conta com invernos mais amenos que os europeus, mas que pode ocasionalmente ter temperaturas congelantes''.
Em julho, o técnico da Inglaterra, Roy Hodgson, lembra o jornal, viajará ao Brasil, na companhia de um representante da delegação inglesa, para inspecionar os locais que a Associação de Futebol (FA, na sigla em inglês) inglesa escolherá para hospedar a equipe.
De acordo com o Independent, a FA poderá optar pela região costeira do Nordeste, seja Fortaleza, Recife ou Natal ou ''mais provável, por bases em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, no sul''. O jornal lembra que nenhum país europeu já ganhou uma Copa do Mundo realizada na América do Sul e acrescenta que a competição contará com ''equipes mais talentosas que o atual time inglês''. Mas o diário conclui que ''logisticamente a Copa de 2014 representa o maior desafio já encarado pela FA até hoje''.
O diário britânico The Independent afirma em sua edição desta terça-feira que a Copa do Mundo de 2014 será ''um pesadelo logístico" devido às grandes distâncias e variações de temperaturas'' no Brasil. O jornal diz que os transtornos enfrentados pela Inglaterra na Eurocopa 2012 - que teve que se deslocar várias vezes entre os dois países-sede do torneio, a Ucrânia e a Polônia -, são ''férias na praia'' se comparados com os que poderão ser enfrentados pela equipe inglesa, caso se classifique, durante a Copa no Brasil.
Durante a Eurocopa, a seleção inglesa, que foi eliminada pela Itália no domingo, teve de enfrentar quatro voos ao longo de 16 dias, mas o diário comenta que se a Inglaterra cair no Grupo E da Copa no Brasil, ela poderá ter de viajar uma distância de mais de 4.400 quilômetros. Nessa chave, são previstos jogos em Manaus, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Além das cansativas e longas viagens, segundo o jornal, as equipes teriam que ''encarar temperaturas que iriam do tropical ao congelante'' [quem escreveu essa reportagem devia estar saindo de um pub de pilequinho -- a menos que ele seja daqueles que -- apesar da guerra das Malvinas/Falkland -- acham que Buenos Aires é a capital do Brasil].
Inspeção
Como exemplo do extremo calor tropical que a equipe enfrentaria, o Independent cita a Arena da Amazônia, em Manaus, e, num o outro extremo, o estádio Beira-Rio, de Porto Alegre, ''que conta com invernos mais amenos que os europeus, mas que pode ocasionalmente ter temperaturas congelantes''.
Em julho, o técnico da Inglaterra, Roy Hodgson, lembra o jornal, viajará ao Brasil, na companhia de um representante da delegação inglesa, para inspecionar os locais que a Associação de Futebol (FA, na sigla em inglês) inglesa escolherá para hospedar a equipe.
De acordo com o Independent, a FA poderá optar pela região costeira do Nordeste, seja Fortaleza, Recife ou Natal ou ''mais provável, por bases em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, no sul''. O jornal lembra que nenhum país europeu já ganhou uma Copa do Mundo realizada na América do Sul e acrescenta que a competição contará com ''equipes mais talentosas que o atual time inglês''. Mas o diário conclui que ''logisticamente a Copa de 2014 representa o maior desafio já encarado pela FA até hoje''.
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Nexus 7, o possível tablet do Google
O texto abaixo é da autoria de Tatiana de Mello Dias e foi publicado ontem no blogue Link do jornal O Estado de S. Paulo.
Alguns sites já dão como certo: o Google lançará um tablet durante o I/O, conferência de desenvolvedores que acontece nesta semana em São Francisco, nos EUA.
Assim como outras empresas de tecnologia, o Google reserva seus grandes lançamentos para serem anunciados durante a conferência. Em 2010, a empresa apresentou a Google TV; no ano passado, foram lançados os Chromebooks. Por isso, seria natural a empresa lançar um outro hardware na conferência deste ano. E, ao que tudo indica, o produto será um tablet de 7 polegadas, equipado com o Android Jelly Bean (a última versão do sistema, que provavelmente também será anunciada durante a conferência). É o Android 4.1.
O produto já teria até nome: Nexus 7.
A notícia vem do Gizmodo Australia, que deu de cara com um documento que continha detalhes sobre o lançamento. O tablet, feito pela Asus, roda um processador quad-core de 1.3Ghz, 1GB de RAM e duas opções de armazenamento: 8GB ou 16GB. O processador é equivalente ao do novo iPad, mas a resolução da tela ainda é mais baixa (1280×800, contra 2048×1536 do concorrente da Apple).
O Nexus 7, porém, terá novidades exclusivas do Android: o NFC, tecnlogia de transferência de dados por contato próximo, e o Google Wallet, que habilita o aparelho para pagamentos.
A maior vantagem do Nexus 7, porém, é o preço: US$ 199 (8GB) e US$ 249 (16GB). Isso o torna um possível problema para o Kindle Fire, tablet 7” da Amazon que custa US$ 199 e foi sucesso de vendas nos EUA. E também o diferencia do iPad (o mais barato custa US$ 499).
A confirmação, porém, será apenas durante o evento. Mas o Google sabe que o anúncio vai dar o que falar – tanto é que já disponibilizou uma ferramenta para os sites fazerem cobertura ao vivo da apresentação de abertura.
O I/O começa na quarta-feira, 27, e vai até sexta, 29.
Alguns sites já dão como certo: o Google lançará um tablet durante o I/O, conferência de desenvolvedores que acontece nesta semana em São Francisco, nos EUA.
Assim como outras empresas de tecnologia, o Google reserva seus grandes lançamentos para serem anunciados durante a conferência. Em 2010, a empresa apresentou a Google TV; no ano passado, foram lançados os Chromebooks. Por isso, seria natural a empresa lançar um outro hardware na conferência deste ano. E, ao que tudo indica, o produto será um tablet de 7 polegadas, equipado com o Android Jelly Bean (a última versão do sistema, que provavelmente também será anunciada durante a conferência). É o Android 4.1.
O produto já teria até nome: Nexus 7.
A notícia vem do Gizmodo Australia, que deu de cara com um documento que continha detalhes sobre o lançamento. O tablet, feito pela Asus, roda um processador quad-core de 1.3Ghz, 1GB de RAM e duas opções de armazenamento: 8GB ou 16GB. O processador é equivalente ao do novo iPad, mas a resolução da tela ainda é mais baixa (1280×800, contra 2048×1536 do concorrente da Apple).
O Nexus 7, porém, terá novidades exclusivas do Android: o NFC, tecnlogia de transferência de dados por contato próximo, e o Google Wallet, que habilita o aparelho para pagamentos.
A maior vantagem do Nexus 7, porém, é o preço: US$ 199 (8GB) e US$ 249 (16GB). Isso o torna um possível problema para o Kindle Fire, tablet 7” da Amazon que custa US$ 199 e foi sucesso de vendas nos EUA. E também o diferencia do iPad (o mais barato custa US$ 499).
A confirmação, porém, será apenas durante o evento. Mas o Google sabe que o anúncio vai dar o que falar – tanto é que já disponibilizou uma ferramenta para os sites fazerem cobertura ao vivo da apresentação de abertura.
O I/O começa na quarta-feira, 27, e vai até sexta, 29.
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Facebook muda e-mail de usuários para '@facebook.com' sem avisar
O texto abaixo é da autoria de Yolanda Fordelone e foi publicado hoje no blogue Radar Tecnológico do jornal O Estado de S. Paulo.
Mariana Congo
Quem usa o Facebook pode ter uma surpresa ao visualizar as “Informações de contato” do seu perfil. A rede social alterou as configurações de exibição de e-mail de todos os usuários na segunda-feira. Segundo o site de notícias americano Business Insider, o Facebook mudou a exibição do e-mail padrão, ocultando o endereço originalmente fornecido pelo usuário para a conta “@facebook.com”. Em abril, a empresa havia informado, em sua página de imprensa, o início da criação e atualização dos e-mails dos usuários para “@facebook.com”.
A caixa de entrada do “@facebook.com” é a própria seção de “Mensagens” da rede social. Os endereços de e-mail foram criados automaticamente a partir do nome de usuário público. O serviço de e-mails do Facebook foi lançado em 2010, mas nunca decolou como um substituto aos e-mails pessoais, hospedados em outros domínios.
5 passos para alterar
Mariana Congo
Quem usa o Facebook pode ter uma surpresa ao visualizar as “Informações de contato” do seu perfil. A rede social alterou as configurações de exibição de e-mail de todos os usuários na segunda-feira. Segundo o site de notícias americano Business Insider, o Facebook mudou a exibição do e-mail padrão, ocultando o endereço originalmente fornecido pelo usuário para a conta “@facebook.com”. Em abril, a empresa havia informado, em sua página de imprensa, o início da criação e atualização dos e-mails dos usuários para “@facebook.com”.
A caixa de entrada do “@facebook.com” é a própria seção de “Mensagens” da rede social. Os endereços de e-mail foram criados automaticamente a partir do nome de usuário público. O serviço de e-mails do Facebook foi lançado em 2010, mas nunca decolou como um substituto aos e-mails pessoais, hospedados em outros domínios.
5 passos para alterar
Se você não gostou da mudança nem da ideia de ter como e-mail principal
um endereço do Facebook, siga o passo a passo para alterar suas
configurações:
1- Acesse seu perfil e procure a caixa “Informações de contato”
2- Clique em “Editar”
3- Na janela aberta, altere a opção de exibição de e-mail
4- O e-mail de sua preferência deverá ficar marcado com a opção
“Destacada na linha do tempo”, e o e-mail que você deseja esconder com
“Ocultada da linha do tempo”
5- Depois da mudança, não esqueça de apertar o botão “Salvar”.
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O jeito petista de administrar a Petrobras (III)
Nos dias 25/2 e 28/2 fiz duas postagens sobre "O jeito petista de administrar a Petrobras" -- hoje faço a terceira. Por que faço isto? Porque o país acaba de ter mais uma demonstração de que o PT e os petistas querem a empresa "intocável" para destruí-la, econômica e financeiramente.
Vamos aos fatos. A Petrobras e o país estão há 11 anos e 6 meses loteados pelo PT, com o PMDB et caterva funcionando como coadjuvantes tão daninhos e perniciosos como o dono do loteamento. Desse período, 10 anos foram no reinado de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA) -- que acaba de acrescentar mais um penduricalho ao seu currículo: é malufista desde o berço.
Nesse período, o Ministério de Minas e Energia (MME) -- ao qual está "subordinada" a Petrobras (mas quem manda de fato é Dª Dilma) -- esteve diretamente sob o comando da hoje presidente Dilma Rousseff de 2003 a 2005, depois ficou a ela de fato subordinada de 2005 a 2010 enquanto ela ocupou a Casa Civil da Presidência da República. A atual presidente da nossa principal estatal, Maria das Graças Forster (mais conhecida como Graça), é escolha pessoal e indelegável da nossa ex-guerrilheira e, como todos que estão sob a chibata de Dª Dilma, não dá um suspiro decisório sem o OK da chefona.
O que aconteceu com a Petrobras nesses 11,5 anos de domínio petista? O inferno astral do ponto de vista de gestão. Os preços dos combustíveis ficaram artificialmente represados até ontem (e a Dª Graça já avisou que o aumento de ontem é insuficiente para a empresa poder retomar plenamente seu programa de investimentos); a empresa foi obrigada a engulir um sócio péssimo para a refinaria Abreu e Lima (ou Refinaria do Nordeste - Rnest) em Pernambuco, a estatal venezuelana PDVSA, por conta do esdrúxulo chamego do NPA com o bizarro Hugo Chávez -- resultado: a refinaria está com 3 anos de atraso, talvez opere em 2014, e seu custo aumentou quase nove vezes (de US$ 2,3 bilhões para US$ 20,1 bilhões), segundo o novo plano de negócios da Petrobras para o período 2012-2016.
Por conta de mais uma das burras "boas" intenções do NPA, a estatal embarcou na canoa furada de encomendar um lote respeitável de navios e sondas à indústria nacional. Resultado: só com um navio, o petroleiro João Cândido (que o NPA irresponsavelmente "lançou" ao mar em 2010 com palanque e o escambau, e a embarcação teve que retornar ao estaleiro porque não flutuaria com carga e lá ficou mais 2 anos) o prejuízo é incalculável (orçado inicialmente em US$ 120 milhões, seu custo cresceu astronomicamente e não foi divulgado -- só de lucro cessante é uma barbaridade). Com os 10 outros navios encomendados ao mesmo estaleiro do desastrado João Cândido, o EAS, o prejuízo da Petrobrás em dezembro de 2011 já era de mais de US$ 500 milhões. O rosário de lambanças da gestão petista da Petrobras é inesgotável. "A realidade é que a empresa continua um mecanismo do governo para controle de inflação", definiu muitíssimo bem Ricardo Corrêa, analista da Ativa Corretora.
Vamos aos fatos. A Petrobras e o país estão há 11 anos e 6 meses loteados pelo PT, com o PMDB et caterva funcionando como coadjuvantes tão daninhos e perniciosos como o dono do loteamento. Desse período, 10 anos foram no reinado de Lula, o Nosso Pinóquio Acrobata (NPA) -- que acaba de acrescentar mais um penduricalho ao seu currículo: é malufista desde o berço.
Nesse período, o Ministério de Minas e Energia (MME) -- ao qual está "subordinada" a Petrobras (mas quem manda de fato é Dª Dilma) -- esteve diretamente sob o comando da hoje presidente Dilma Rousseff de 2003 a 2005, depois ficou a ela de fato subordinada de 2005 a 2010 enquanto ela ocupou a Casa Civil da Presidência da República. A atual presidente da nossa principal estatal, Maria das Graças Forster (mais conhecida como Graça), é escolha pessoal e indelegável da nossa ex-guerrilheira e, como todos que estão sob a chibata de Dª Dilma, não dá um suspiro decisório sem o OK da chefona.
O que aconteceu com a Petrobras nesses 11,5 anos de domínio petista? O inferno astral do ponto de vista de gestão. Os preços dos combustíveis ficaram artificialmente represados até ontem (e a Dª Graça já avisou que o aumento de ontem é insuficiente para a empresa poder retomar plenamente seu programa de investimentos); a empresa foi obrigada a engulir um sócio péssimo para a refinaria Abreu e Lima (ou Refinaria do Nordeste - Rnest) em Pernambuco, a estatal venezuelana PDVSA, por conta do esdrúxulo chamego do NPA com o bizarro Hugo Chávez -- resultado: a refinaria está com 3 anos de atraso, talvez opere em 2014, e seu custo aumentou quase nove vezes (de US$ 2,3 bilhões para US$ 20,1 bilhões), segundo o novo plano de negócios da Petrobras para o período 2012-2016.
Por conta de mais uma das burras "boas" intenções do NPA, a estatal embarcou na canoa furada de encomendar um lote respeitável de navios e sondas à indústria nacional. Resultado: só com um navio, o petroleiro João Cândido (que o NPA irresponsavelmente "lançou" ao mar em 2010 com palanque e o escambau, e a embarcação teve que retornar ao estaleiro porque não flutuaria com carga e lá ficou mais 2 anos) o prejuízo é incalculável (orçado inicialmente em US$ 120 milhões, seu custo cresceu astronomicamente e não foi divulgado -- só de lucro cessante é uma barbaridade). Com os 10 outros navios encomendados ao mesmo estaleiro do desastrado João Cândido, o EAS, o prejuízo da Petrobrás em dezembro de 2011 já era de mais de US$ 500 milhões. O rosário de lambanças da gestão petista da Petrobras é inesgotável. "A realidade é que a empresa continua um mecanismo do governo para controle de inflação", definiu muitíssimo bem Ricardo Corrêa, analista da Ativa Corretora.
Como informou o Globo de hoje, Graça, a presidente da empresa, "fez questão de demonstrar que, desde o início do governo Lula [o Nosso Pinóquio Acrobata], a Petrobras nunca conseguiu cumprir as metas previstas" [em seu plano de produção de petróleo]. Ou seja, o "rei" NPA ficou mais uma vez nu e escalpelado. E Dª Dilma não fica absolutamente imune a esse malfeito, porque há 7,5 anos a Petrobras está sob seu tacão -- o que prova, novamente, que sua fama de "grande gerente" é pura balela.
Para completar o retrato melancólico da Petrobras, sua presidente declarou alto e bom som que as metas da empresa eram "ousadas demais", ou seja, não eram realistas. Essa é uma afirmação séria e importante demais para passar despercebida: a presidente da principal estatal brasileira declara que eram "ousadas demais" as metas dessa empresa, fixadas há 11,5 anos pelo governo petista, dos quais 7,5 anos sob o comando direto da atual presidente da República! De duas, uma: ou a Sra. Graça Forster virou camicase e botou sua cabeça na guilhotina -- o que não condiz em nada com seu próprio perfil e com o perfil de quem, como ela, presta fidelidade canina à sua mentora e patrocinadora Dilma Rousseff -- ou nossa ex-guerrilheira recuperou seu espírito de outrora e resolveu começar a preparar uma cama de faquir para o NPA, expondo seus "podres", depois que ele declarou que, "se ela não quiser", será candidato em 2014. Estão abertas as apostas. Enquanto isso os acionistas e os empregados da Petrobras, e o próprio país, ficarão na expectativa dos resultados da esbórnia de gestão petista a que a Petrobras vem sendo submetida há 11,5 anos ininterruptos.
domingo, 24 de junho de 2012
Ministro alemão diz que Grécia precisa parar de pedir ajuda e fazer o dever de casa
O novo governo grego, em vez de pedir por mais ajuda, deveria agir logo para garantir as reformas acordadas para o recebimento do socorro
financeiro europeu, disse neste domingo o ministro das Finanças da
Alemanha, Wolfgang Schäuble [ver postagem anterior sobre a Grécia].
Em uma linguagem inusitadamente dura [de inusitado não tem nada, esse é bem o estilo dele], o ministro afirmou ao jornal Bild am Sonntag que a Grécia perdeu muito da confiança europeia durante a crise da dívida, como reflete uma pesquisa de opinião realizada com os quatro maiores países da zona do euro e publicada pelo mesmo jornal.
"A tarefa mais importante do novo primeiro-ministro Antonis Samaras é garantir o programa acordado, em vez de perguntar o quanto mais os outros podem fazer pela Grécia", disse o ministro, um íntimo aliado da chanceler Angela Merkel e o ministro das Finanças mais poderoso da Europa.
O novo governo grego disse na quinta-feira que iria renegociar os termos da ajuda de 130 bilhões de euros, que tem evitado a quebra do país. A plataforma do governo de coalizão grego é um desafio à Alemanha, o principal pagador da eurozona. Berlin disse que aceita ajustes no acordo, mas não uma revisão radical. A Grécia quer prorrogar por dois anos além de 2014 o prazo para a redução do seu deficit para 2,1% do PIB (em comparação com os 9,3% de 2011), o que exigiria mais 16 a 20 bilhões de euros de financiamento externo. "A bola agora está com os gregos", afirmou Schäuble. "Está nas mãos deles ganhar de volta a confiança dos europeus. Eles só vão conseguir isso com ações concretas".
Em uma linguagem inusitadamente dura [de inusitado não tem nada, esse é bem o estilo dele], o ministro afirmou ao jornal Bild am Sonntag que a Grécia perdeu muito da confiança europeia durante a crise da dívida, como reflete uma pesquisa de opinião realizada com os quatro maiores países da zona do euro e publicada pelo mesmo jornal.
"A tarefa mais importante do novo primeiro-ministro Antonis Samaras é garantir o programa acordado, em vez de perguntar o quanto mais os outros podem fazer pela Grécia", disse o ministro, um íntimo aliado da chanceler Angela Merkel e o ministro das Finanças mais poderoso da Europa.
O novo governo grego disse na quinta-feira que iria renegociar os termos da ajuda de 130 bilhões de euros, que tem evitado a quebra do país. A plataforma do governo de coalizão grego é um desafio à Alemanha, o principal pagador da eurozona. Berlin disse que aceita ajustes no acordo, mas não uma revisão radical. A Grécia quer prorrogar por dois anos além de 2014 o prazo para a redução do seu deficit para 2,1% do PIB (em comparação com os 9,3% de 2011), o que exigiria mais 16 a 20 bilhões de euros de financiamento externo. "A bola agora está com os gregos", afirmou Schäuble. "Está nas mãos deles ganhar de volta a confiança dos europeus. Eles só vão conseguir isso com ações concretas".
Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças da Alemanha - (Foto: Reuters).
BIS alerta para descompasso entre crédito e PIB no Brasil
* Endividamento familiar brasileiro é preocupante, diz banco.
* Cita que mercado imobiliário do país teve expansão muito forte.
As condições monetárias globais mais flexíveis, com crescimento do crédito e do preço de ativos em algumas economias emergentes, podem levar a uma nova crise financeira, alertou neste domingo o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). A instituição sustentou que o Brasil está na zona de perigo por considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas brasileiras e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.
A instituição fez um apelo para que os bancos centrais prestem mais atenção às repercussões no mundo das suas políticas internas, em sintonia com as reclamações do Brasil e de outros de que um cenário monetário muito frouxo pode desestabilizar os fluxos de capitais para os mercados emergentes. "Isso cria riscos de desequilíbrios financeiros similares aos vistos nas economias avançadas nos anos que precederam a crise", declarou o BIS.
O aumento do crédito muito acima do crescimento econômico é normalmente presságio de turbulência econômica. Esse é o caso quando tal descompasso supera os 6 por cento, segundo o BIS. Na Tailândia e na Turquia, esse descompasso é de pelo menos 15 por cento. Brasil e Indonésia também estão na zona de perigo, com mais de 6 por cento, de acordo com o BIS.
O aumento do crédito na Argentina e na China também ultrapassou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas o descompasso deles está bem abaixo da marca de 6 por cento.
O preço de ativos também é um problema em muitas economias emergentes, afirmou o BIS. Em alguns mercados locais brasileiros, os preços de imóveis praticamente dobraram. Em algumas cidades chinesas, os preços subiram ainda mais rápido.
Outra preocupação é endividamento. O montante que lares e empresas no Brasil, China, Índia e Turquia destinam a dívidas está no seu nível mais alto desde o fim dos anos 1990, apesar das baixas taxas de juros.
O BIS sustentou que uma saída é adotar medidas macroprudenciais como ação para reduzir o crescimento do crédito.
* Cita que mercado imobiliário do país teve expansão muito forte.
As condições monetárias globais mais flexíveis, com crescimento do crédito e do preço de ativos em algumas economias emergentes, podem levar a uma nova crise financeira, alertou neste domingo o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês). A instituição sustentou que o Brasil está na zona de perigo por considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas brasileiras e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.
A instituição fez um apelo para que os bancos centrais prestem mais atenção às repercussões no mundo das suas políticas internas, em sintonia com as reclamações do Brasil e de outros de que um cenário monetário muito frouxo pode desestabilizar os fluxos de capitais para os mercados emergentes. "Isso cria riscos de desequilíbrios financeiros similares aos vistos nas economias avançadas nos anos que precederam a crise", declarou o BIS.
O aumento do crédito muito acima do crescimento econômico é normalmente presságio de turbulência econômica. Esse é o caso quando tal descompasso supera os 6 por cento, segundo o BIS. Na Tailândia e na Turquia, esse descompasso é de pelo menos 15 por cento. Brasil e Indonésia também estão na zona de perigo, com mais de 6 por cento, de acordo com o BIS.
O aumento do crédito na Argentina e na China também ultrapassou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas o descompasso deles está bem abaixo da marca de 6 por cento.
O preço de ativos também é um problema em muitas economias emergentes, afirmou o BIS. Em alguns mercados locais brasileiros, os preços de imóveis praticamente dobraram. Em algumas cidades chinesas, os preços subiram ainda mais rápido.
Outra preocupação é endividamento. O montante que lares e empresas no Brasil, China, Índia e Turquia destinam a dívidas está no seu nível mais alto desde o fim dos anos 1990, apesar das baixas taxas de juros.
O BIS sustentou que uma saída é adotar medidas macroprudenciais como ação para reduzir o crescimento do crédito.
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Brasileiro quer ter a maior rede social de moda do mundo
[O texto abaixo é da autoria de Filipe Serrano e foi publicado hoje no blogue Link do jornal O Estado de S. Paulo.]
É em um quarto no segundo andar de um sobrado antigo e sem identificação na Avenida Rebouças que funciona uma das novas empresas de internet que têm ganhado mais notoriedade no cenário de empreendedorismo digital de São Paulo. O Fashion.me foi fundado por Flavio Pripas e Renato Steinberg em 2008. Na época o site ainda tinha o nome de byMK, inspirado nas iniciais dos nomes das esposas dos dois fundadores, e desde então oferece uma ferramenta para quem quiser experimentar e vestir modelos digitais com peças de roupas e de acessórios.
Em outubro o Fashion.me – que mudou de nome no fim de 2010 – abraçou a nova visão que Pripas e Steinberg tiveram para o site, que é incentivar o lado social dos usuários que compartilham e falam sobre moda. A ideia, diz Pripas, é perseguir uma nova meta bastante ambiciosa: se tornar a maior rede social de moda do mundo. “Todo tema que é grande e complexo justifica ter uma rede social com uma discussão aprofundada. E moda, é um tema grande e complexo suficiente”, diz Pripas, que também organiza o encontro de startups BR New Tech e é um dos principais incentivadores de novos negócios digitais. “A gente traçou uma visão, que é ser a rede social de moda no mundo. A gente quer ser tão relevante quanto LinkedIn é para os profissionais".
Por causa da iniciativa, os dois empreendedores com formação em Ciência da Computação foram listados pela revista norte-americana Fast Company entre as 100 pessoas mais criativas nos negócios, na 53ª posição. A revista justificou a escolha dessa forma: “Esta dupla brasileira, ambos ex-chefes de TI de grandes bancos, não são fashionistas. Basta perguntar às suas esposas. Mas, ao ver suas mulheres fazerem compras, eles descobriram uma oportunidade: ser o amigo entendido de moda que dá dicas para quem precisa".
Pripas diz que assumiu o compromisso de democratizar a discussão de moda com o Fashion.me. “Eu estou tentando mostrar às marcas que aquela pessoa vai ou aspira consumir. Em contrapartida, mostramos às marcas quantos consumidores em potencial elas têm. Estamos construindo muito conhecimento sobre o que as pessoas consomem e moda. É algo que poderemos usar de uma forma inteligente no futuro".
Expansão. A entrada do sobrado do Fashion.me tem mais jeito do escritório de advocacia do que startup, mas basta chegar ao segundo andar – com piso de madeira e paredes brancas – para encontrar o quarto onde trabalham as 12 pessoas da equipe. Um painel com imagens de moda decora o ambiente cercado de mesas com computadores. Uma porta ao lado é a sede de outra startup, que divide o espaço – e o aluguel. É de lá que o Fashion.me faz agora sua expansão internacional. O site lançou sua versão em inglês em maio e está abrindo um escritório nos EUA. Durante a São Paulo Fashion Week, trouxe duas blogueiras americanas de moda para cobrir o evento usando o site. Ao todo, são mais de 20 mil usuários ativos no exterior, segundo Pripas.
Depois de ter recebido um investimento do fundo Intel Capital no início do ano, o site foi remodelado para se adequar ao novo momento “rede social de moda”, e ficou com uma cara que lembra o Pinterest – outra rede que também tem uma aura fashion e que alcançou mais de 3,5 milhões de visitantes em maio, segundo a ComScore.
Pripas sabe que, apesar de ter gerado um bom interesse e público para o site, o sucesso dele como rede social ainda vai ter se provar nos próximos anos. O Fashion.me, diz o fundador, não tem paralelo no mundo e não se baseia em nenhum modelo de negócio já estabelecido no exterior, algo raro para uma empresa de internet brasileira.
O bom momento do Brasil e a boa imagem do País no exterior ajudam a abrir oportunidades, mas ele afirma que as novas empresas brasileiras precisam mostrar que têm força para crescer. “É legal que startup é a nova banda de rock. Das mil que surgirem, umas dez vão prestar. Isso é muito legal pro Brasil. Mas todo esse bafafá de hoje tem de dar resultado daqui dois, três anos. Positivo ou negativo, tem que dar resultado. Se continuar só no barulho, vai voltar aquela história de que o Brasil é o país do futuro e o futuro nunca chega".
É em um quarto no segundo andar de um sobrado antigo e sem identificação na Avenida Rebouças que funciona uma das novas empresas de internet que têm ganhado mais notoriedade no cenário de empreendedorismo digital de São Paulo. O Fashion.me foi fundado por Flavio Pripas e Renato Steinberg em 2008. Na época o site ainda tinha o nome de byMK, inspirado nas iniciais dos nomes das esposas dos dois fundadores, e desde então oferece uma ferramenta para quem quiser experimentar e vestir modelos digitais com peças de roupas e de acessórios.
Em outubro o Fashion.me – que mudou de nome no fim de 2010 – abraçou a nova visão que Pripas e Steinberg tiveram para o site, que é incentivar o lado social dos usuários que compartilham e falam sobre moda. A ideia, diz Pripas, é perseguir uma nova meta bastante ambiciosa: se tornar a maior rede social de moda do mundo. “Todo tema que é grande e complexo justifica ter uma rede social com uma discussão aprofundada. E moda, é um tema grande e complexo suficiente”, diz Pripas, que também organiza o encontro de startups BR New Tech e é um dos principais incentivadores de novos negócios digitais. “A gente traçou uma visão, que é ser a rede social de moda no mundo. A gente quer ser tão relevante quanto LinkedIn é para os profissionais".
Por causa da iniciativa, os dois empreendedores com formação em Ciência da Computação foram listados pela revista norte-americana Fast Company entre as 100 pessoas mais criativas nos negócios, na 53ª posição. A revista justificou a escolha dessa forma: “Esta dupla brasileira, ambos ex-chefes de TI de grandes bancos, não são fashionistas. Basta perguntar às suas esposas. Mas, ao ver suas mulheres fazerem compras, eles descobriram uma oportunidade: ser o amigo entendido de moda que dá dicas para quem precisa".
Pripas diz que assumiu o compromisso de democratizar a discussão de moda com o Fashion.me. “Eu estou tentando mostrar às marcas que aquela pessoa vai ou aspira consumir. Em contrapartida, mostramos às marcas quantos consumidores em potencial elas têm. Estamos construindo muito conhecimento sobre o que as pessoas consomem e moda. É algo que poderemos usar de uma forma inteligente no futuro".
Expansão. A entrada do sobrado do Fashion.me tem mais jeito do escritório de advocacia do que startup, mas basta chegar ao segundo andar – com piso de madeira e paredes brancas – para encontrar o quarto onde trabalham as 12 pessoas da equipe. Um painel com imagens de moda decora o ambiente cercado de mesas com computadores. Uma porta ao lado é a sede de outra startup, que divide o espaço – e o aluguel. É de lá que o Fashion.me faz agora sua expansão internacional. O site lançou sua versão em inglês em maio e está abrindo um escritório nos EUA. Durante a São Paulo Fashion Week, trouxe duas blogueiras americanas de moda para cobrir o evento usando o site. Ao todo, são mais de 20 mil usuários ativos no exterior, segundo Pripas.
Depois de ter recebido um investimento do fundo Intel Capital no início do ano, o site foi remodelado para se adequar ao novo momento “rede social de moda”, e ficou com uma cara que lembra o Pinterest – outra rede que também tem uma aura fashion e que alcançou mais de 3,5 milhões de visitantes em maio, segundo a ComScore.
Pripas sabe que, apesar de ter gerado um bom interesse e público para o site, o sucesso dele como rede social ainda vai ter se provar nos próximos anos. O Fashion.me, diz o fundador, não tem paralelo no mundo e não se baseia em nenhum modelo de negócio já estabelecido no exterior, algo raro para uma empresa de internet brasileira.
O bom momento do Brasil e a boa imagem do País no exterior ajudam a abrir oportunidades, mas ele afirma que as novas empresas brasileiras precisam mostrar que têm força para crescer. “É legal que startup é a nova banda de rock. Das mil que surgirem, umas dez vão prestar. Isso é muito legal pro Brasil. Mas todo esse bafafá de hoje tem de dar resultado daqui dois, três anos. Positivo ou negativo, tem que dar resultado. Se continuar só no barulho, vai voltar aquela história de que o Brasil é o país do futuro e o futuro nunca chega".
Flavio Pripas, cofundador do site 'Fashion.me' - (Foto: O Estado de S. Paulo).
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